Minha perdida Goiatins

Foi diáspora judaica, o império romano lá chegou. Fui expulsa. Sionismo. Voltei. Começou a luta pela partilha, tomaram as colinas,não suportei,quis partir.

Para fugir de lá, não importava qual seria o meu novo horizonte, eu só queria transcender, me libertar. Fugi com a caravana que partiu na madrugada, poucas roupas e muitas expectativas, era somente o que eu tinha.

Saltei em frente a um portal, chamava-se Goiatins, estava esquecida, silenciada pelo tempo, mas, que ainda guardava os traços da criação. O verde. Os rios. A simplicidade do povo e a honestidade dos governantes.

Lá, balas não tiravam vidas, para essa função, o tempo se encarregava. Lixo não se via nas ruas, os pequeninos, estavam em escolas, os habitantes de lá, honestos. Era uma verdadeira Atlântida perdida nesse mundo.

Este era meu novo horizonte, não havia boatos, conflitos e supérfluos interesses, as pessoas não eram bombas como eu muito presenciei. Goiatins não sabia o que eram drogas, AIDS, pedofilia, assassinatos. Lá havia perdão, reflexão, corporativismo.

Em goiatins as almas andavam libertas, os rios não eram coloridos ou cristalinos, o céu não era dos mais estrelados, mais a honra e os valores a tornavam imaginária, inacreditável, idealizada.

Nos fins de tarde parávamos na pracinha e escutávamos as sábias palavras dos mais experientes. Respeitávamos a fauna e a flora, a natureza respondia, não eram ciclones ou tempestades, eram agradecimentos. Vou aqui ficar, vou aqui viver.

glaucia pinheiro
Enviado por glaucia pinheiro em 31/07/2008
Código do texto: T1106216
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