MEMÓRIA EM AÇÃO - "Machado de Assis"
As palavras passam com suas mensagens e fica a lembrança do amor ou do ódio vivido. E pela sociedade passam homens e mulheres que marcam e desafiam o porquê das palavras. Em Machado, a vida foi desafiada por palavras de contexto poético, teatral, jornalista, cronista, contista, crítico e romântico, este com expressão de um amor realista e desafiador às culturas, aos tabus e aos valores sociais, que muitas vezes crucificam o “eu” que procura realizar-se.
Com Machado em século em óbito vivemos à procura de uma definição que façam a audácia, o amor e a insatisfação brotar como sustentáculo para uma sociedade que jaz na contemporaneidade medíocre e em necessidade de apoiar-se num realismo definido.
Em romance (in memorian secular) o amor emerge de um “eu” que salta em dúvidas como em Capitu (traída ou traidora), exatamente porque a importância de Machado não ficou restrita ao dito como verdade absoluta, mas como processo que se constrói pelo saber ouvir.
Queria hoje ouvir a defesa de Capitu para entender o porquê de uma sociedade injustiçada pelos seus próprios atos. Mas como não posso, contento-me em passear pela ação da memória do sábio que da sapiência crítica em “A Marmota”; do amor pueril em “Crisálidas” e ao verme que em “Memórias Póstumas de Brás Cubas” expressa um romance social que podemos conquistar.
Em aporte ao homem, ao crítico e ao sonhador realista no destaque de sua supremacia secular fica o desafio para a sociedade, às vezes indefinida, para a compreensão de que as relações humanas vividas e abordadas em cada obra representam o porquê de ainda lutarmos por um conquista humana que seja justa.
À sociedade a sugestão de enfrentar o desafio para vislumbrar o fatídico real é a provocação que faço e, por você Machado (memória) embrenho-me (tomo ação) em tuas mensagens críticas para construir um caminho que seja ideal e real a todos, pois os sonhos do século que cheguei são tão passageiros e por isso apropriar-se do dito, um século antes, é bem mais concreto.