Apenas quero

Eu apenas quero, por mais que dias, abrir minha janela, ver o mar e respirar profundamente observando e absorvendo o azul... Sentir paz, aquela paz de quem acorda de um lindo sonho e feliz se dá conta de que o sonho é realidade, de que vale a pena amanhecer apesar dos ombros doloridos e cansados de tanto peso da vida.

Eu apenas quero sentir a leveza dos pássaros no meu coração e deixar que esse aperto se desfaça, que essas amarras na minha garganta se soltem e que meu grito tenha a intensidade de quem liberta a própria alma nas mãos do universo.

Eu apenas quero, nem precisa ser sempre, mas ao menos de vez em quando, que minhas palavras sejam ouvidas, sentidas e principalmente compreendidas em sua essência, em sua verdade e que sejam acolhidas, pois tão frequente sinto-me como uma criança cheia de pavor, que todos vêem, mas são incapazes de oferecer amor.

Eu apenas quero ser essa pessoa real e mística, desastrada e séria, repleta de interrogações porque curiosidade é meu sobrenome. Ser essa mulher que conheço, a que estou conhecendo e a que virei a conhecer.

Eu apenas quero viver sem medo de existir.