Tumultuado Túmulo

Aqui jaz um amor, uma dor, um sorriso, uma mágoa. Aqui só não jaz a esperança. Ela é a única que se mantém viva nesse túmulo ambulante, o meu corpo. Anda com ele enterrado, profundamente sentimentos e sensações de uma vida, que passaram, que morreram, no entanto constituiram uma memória. A qual hoje ataca o meu juízo. Mastiga com os dentes apontados do arrependimento, aquelas memórias não concluídas, com letras claras, esperando que a caneta contorne por cima para lhe dá clareza e convicção para o leitor. Aqui jaz também aquela criança, aquela menina, aquela mulher. Habita nessa cova as diferentes fases, as diversas personalidades, os mais mútiplos humores. Moraram aqui amizades sinceras, amores repentinos, uma paixão arrebatadora, algumas decepções... Todos já se mudaram, os amores se foram na primeira falha do corpo, as paixões nem esperaram o corpo falhar e se madaram, quem permaneceu aqui por mais tempo foram as amizades. Essas sim lutaram comigo até o fim. Aqui jaz um desejo. Desejo de paz, de um mundo melhor.

Alê Trindade
Enviado por Alê Trindade em 13/07/2008
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