Escravos do poder
O ser humano tem a capacidade de sonhar, almejar e estabelecer metas. Involuntária ou voluntariamente regido pela ambição, é difícil aquele que não carregue o desejo de dominar certas coisas ou pessoas.
A questão é: até que ponto a sede pelo poder é saudável e critério indispensável para a competição? Em que momento a ânsia da dominação se torna algo doentio e escravizador?
Muitos são aqueles que se deixam fascinar pelo deslumbre do poder e passam suas vidas buscando obtê-lo. Logo então, se deparam com o doce veneno nele contido, pois quanto mais obstáculos a "corrida pelo poder" impor, maior será a vontade de vencê-los, sinal de um típico comportamento obsessivo.
Os que, por sorte, conseguem alcançar tais objetivos se encontram com uma nova realidade magnífica e, ao mesmo tempo, assustadora. Sem que percebam, o poder que detém nas mãos os tenta corromper, oferecendo inúmeros privilégios e oportunidades de subjugar cada vez mais os que a eles são subordinados.
A partir daí, o indivíduo torna-se vítima da própria ambição, escravo do poder. Vê-se sozinho no topo de um mundo que lhe pertence e lhe obedece. Então, quando o “sonho” termina e se vê fora do topo, sente-se impotente e inseguro. Percebe que não era senhor de si, mas que obedecia àquele “supremo” que tanto almejou.
Mas talvez alguém diga que o poder é necessário para manter a ordem dentro de uma casa, de uma empresa ou de um país. Realmente, o poder é necessário. No entanto, é preciso saber administrá-lo e entender que, a partir do momento em que o poder “sobe à cabeça” nós já não respondemos por ele; ele é que responde por nós.