Sobre a violência

Qual a origem real da perversidade humana? Quando eu era garoto, tinha um tanque na casa do meu pai, onde eu criava peixes. Gostei muito do “tricogastri”, pela sua beleza e cor azulada. A fêmea deste peixinho desovava mais de cem mil ovos em cada cria e o macho em seguida a matava e comia quase todos os ovinhos.

Eu aprendi a tirar o macho de perto da fêmea, quando ela ficava prenha e o colocava em um aquário até os filhotinhos nascerem, mas fiquei muito intrigado com o acontecimento e comecei a estudar sobre o caso, descobrindo coisas muito interessantes na natureza que me chamaram a atenção para a sua auto-regulação.

Na verdade, apesar do tanque ser grande, eu colocava alimento suficiente para dois peixinhos e certamente o macho em sua percepção natural entendia que alimento tão pouco daria jamais para aquela quantidade de filhotes que vinham e numa reação própria da espécie atacava a todos para que houvesse sobreviventes.

Estudos científicos mostram que existe na natureza reguladores que mantém a proporção devida entre alimento e criaturas. Quando tem mais exemplares do que alimentação, a espécie age de forma apropriada para diminuir a quantidade de animais, para que aja sobreviventes, a violência é uma delas.