Irmão Ubirajara

Em uma pequena cidade tranquila, onde as ruas eram ornamentadas com flores de cores vibrantes, Irmão Ubirajara era uma figura conhecida e amada. Com seu coração generoso e seu amor pela oração, ele dedicava seus dias a ajudar os necessitados e a fortalecer a comunidade. Um dia, enquanto caminhava pela praça central, um estranho apareceu, um homem de aparência peculiar, acompanhado pela filha.

"Este é meu pai," disse a jovem, com um sorriso radiante. "Ele veio de longe para conhecer nossa cidade."

Irmão Ubirajara fez uma reverência respeitosa. "Bem-vindo, meu irmão. Sou Irmão Ubirajara." O visitante sorriu, um brilho enigmático nos olhos.

"Prazer em conhecê-lo, Irmão Ubirajara. Eu sou da cidade de Marinbondo."

O nome fez Ubirajara parar por um momento, uma mistura de confusão e divertimento cruzou seu rosto. Não era todos os dias que ouvia um nome tão curioso. "Marinbondo, você disse? Que nome intrigante! O que podemos esperar de uma cidade com tal nome?"

O homem sorriu, bem-humorado. "Há muitas histórias lá, meu amigo. Espero um dia poder contá-las."

Dias se passaram, e o estranho, que Ubirajara ainda não sabia o nome, tornou-se uma presença gentil e calorosa na comunidade. Ele sempre buscava a companhia de Irmão Ubirajara, compartilhando risadas e algumas histórias de sua juventude em Marinbondo. Entretanto, o nome dele continuava a eludir Ubirajara.

Uma manhã ensolarada, o visitante pediu um favor a Irmão Ubirajara. Ele queria que ele fosse à casa de sua filha para orar por ele, pois estava prestes a embarcar em uma jornada que o levaria a lugares distantes. O coração solidário de Ubirajara imediatamente anuiu à solicitação e ele começou a se preparar.

"Eda, querida," disse ele, chamando sua esposa, "estou indo à casa do irmão Barinbondo."

A risada de Eda ecoou pela casa como uma melodia contagiante. "Barinbondo? Não, amor, é Marinbondo!"

A confusão tomou conta de Ubirajara por um momento, e a cena se desenrolou com uma pitada de humor. "Como eu consegui esquecer de perguntar o nome dele?", pensou, rindo junto com sua esposa. Essa troca leve de palavras fez com que ele percebesse que a verdadeira essência de sua jornada não era apenas a missão de oração, mas também a amizade que se formou com aquele homem misterioso.

Determinando-se a corrigir seu erro, Ubirajara saiu de casa com um sorriso no rosto, pegando sua Bíblia e sentindo uma onda de emoção por cada passo que dava. Durante o caminho, ele se perdeu em devaneios sobre Marinbondo e as histórias que seu novo amigo poderia contar. Chegando à casa da filha do misterioso homem, ele foi recebido com calor e gratidão.

"Ah, Irmão Ubirajara! Meu pai já estava esperando por você!" A moça conduziu Ubirajara até a varanda, onde o homem, agora à sombra de um grande pé de jabuticaba, aguardava.

"Eu que agradeço por receber-me," disse Ubirajara, com um sorriso amistoso. "Eu espero que a viagem não seja longa."

O homem olhou para ele com um brilho amistoso nos olhos. "Na verdade, é uma jornada de renovação. E você, Irmão Ubirajara, tem um coração que irradia luz. Estou certo de que sua oração vai me acompanhar."

Após a oração, Ubirajara sentiu que não apenas havia compartilhado um momento de fé, mas também havia criado um laço com alguém que trazia em si as histórias e tradições de Marinbondo. No final daquele dia luminoso, ao voltar para casa, ele não poderia deixar de rir ao lembrar-se de como os nomes possam, às vezes, ser engraçados, mas quando o amor e a camaradagem se entrelaçam, todos são parte de uma mesma cidade, independentemente de seus nomes.

E assim, Irmão Ubirajara levou para sempre consigo a lembrança do irmão de Marinbondo, um símbolo da beleza do encontro humano em um mundo que, muitas vezes, se esquece de se conectar.

Cleide alves
Enviado por Cleide alves em 21/03/2025
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