CAPÍTULO TRÊS
Do que se narra nessa história que está na origem de todas as nossas crenças, consta que Adão levantou-se do seu molde de barro segundo a visão que nos orienta, limpo, prontinho, com uma pele lisa como um pergaminho raspado e bonito como um anjo, como de fato se informou, porque ele foi feito à imagem e semelhança dos seus angélicos pais Elohins. E podemos imaginar como teria sido a cara que ele fez ao se levantar e ver a si mesmo num espelho de água como Narciso teria feito, segundo diziam os gregos, como uma criatura tão diferente daquelas que pareciam ser da sua espécie, seres peludos, que andavam meio encurvados, ora usando só as pernas, ora usando pernas e mãos e eram desprovidos da capacidade de articular palavras, porque só conseguiam emitir uns grunhidos ininteligíveis.
Claro que Elohim Pai, sendo quem era, o Senhor Supremo do Universo, poderes tinha para fazer o homem Adão do jeito que se diz que foi feito. Tudo pode ser. Mas há quem diga que a criação do homem não foi exatamente assim que aconteceu, mas sim através de uma operação cirúrgica bem menos insólita do que essa que é narrada nas crônicas oficiais. O nosso papai Adão, segundo fontes não confirmadas, na verdade, seria resultado de uma experiência genética realizada por seres extraterrestres que por aqui aportaram há cerca de trinta e cinco mil anos atrás e deram início à raça humana praticando operações de mutação genética em espécies semelhantes ao homem, mas ainda não tão evoluídas para serem consideradas humanas.
Essa notícia não saiu do nosso bestunto, mas sim de outras tantas fontes não tão canônicas como às que foram tidas como autênticas, mas se levarmos em conta que toda a história humana é apócrifa, não custa admitir a possibilidade de que o casal humano tenha sido obtido a partir de uma operação bem menos taumatúrgica do que aquela que o referendado conto da criação fala. Pois que, na verdade, segundo essas fontes, o que Elohin Deus fez para criar Adão foi uma operação de mutação genética chamada, na língua suméria, shipubel inti, espécie de cirurgia que está registrada na literatura daquele povo em tabuinhas de barro que ainda hoje podem ser lidas em vários museus do mundo. Destarte, a palavra Elohin, nessa versão, seria um termo que serve tanto para designar a divindade na singularidade da sua magnificência quanto na pluralidade das suas múltiplas personalidades. Nesse sentido, Elohin seria o nome dado a um grupo de deuses-astronautas que chegaram à terra para iniciar aqui uma colônia. E em aqui chegando, esses galácticos visitantes pegaram um macho de uma espécie de hominídeos já bastante avançada em sua evolução biológica e nele fizeram uma operação de mutação genética. Misturando os genes desse, que os acadêmicos chamam de neandertais, com os genes de um ser da sua própria espécie, os Elohins, obteve-se como resultado o que se chamou de homo sapiens. Daí se dizer que o homem é um ser intermediário entre um anjo e um ser humano, um misto de profano com sagrado, uma criatura vivendo entre o céu e a terra, sem saber a que mundo, de fato, pertence.
Essa é uma possibilidade que não se descarta. Afinal, não precisamos ver Deus como um mistagogo, ou um mágico no exercício da sua profissão de ilusionista, transformando bonecos de barro em pessoas humanas. Isso faziam os mestres cabalistas com seus goléns, mas de Deus podemos esperar coisas mais elaboradas e críveis do que passes de mágica e misteriosas prestidigitações. Por vias bem mais processuais, lógicas e verossímeis, que hoje até mesmo os homens já podem realizar, ele bem que poderia ter exercido suas habilidades de engenheiro genético e fazer uma operação dessas sem provocar nenhuma perplexidade. E bem pode ser que foi isso que ele tenha feito, o que justifica todas as teorias que se levantaram a respeito desse ainda espesso mistério que é a origem do homem e a sua evolução, até transformar-se nesse caniço pensante que ele é, como o definiu um renomado filósofo.
Que antes de sermos o que somos já fomos algo diferente parece que está provado pelas pesquisas acadêmicas que dão conta da existência de muitas etapas anteriores na saga do homem sobre a terra. Não temos necessidade de crer numa narrativa mais do que nas outras, mas causa-nos espécie que o protótipo do homem figurado pelo Adão que nos foi apresentado tivesse nascido em um determinado lugar do planeta e não em outro. E que certo grupo humano tenha sido escolhido para evoluir e outros não, de forma que até hoje ainda encontraremos em muitos lugares da terra pessoas tão inocentes e sem conhecimento do bem e do mal como se diz que era o casal humano antes do propalado episódio que ocasionou a queda do homem em razão da comilança do tal fruto do conhecimento.
Sem dúvida fica mais fácil para a nossa cabeça ver o nosso papai Adão levantando-se, ainda meio tonto pela anestesia, de uma mesa de cirurgia, rodeado pelos seres (agora que sabemos que o nome Elohin também designa uma coletividade de seres de origem celeste), que fizeram a operação e os outros que apenas assistem, que, diga-se, a bem da verdade, era ainda experimental. Disso sabemos porque o próprio registro que dá conta dessas peripécias diz que os autores dessa proeza, ao confabularem para fazer a dita operação, disseram: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, assim mesmo, no plural, o que mostra que a tal cirurgia não foi realizada por uma pessoa só, se é que podemos chamar Deus, ou os nossos angélicos mestres Elohins de pessoas.
Destarte, a não ser que se considere como uma falha gramatical do redator desse episódio, que por suposto teria usado uma duplicidade de pronomes na sua redação, tomando por plural o que devia ser singular e coisas tais, temos que dar por certo que Deus teve companhia nessa operação, porque no mesmo registro vamos encontrá-lo dizendo coisas tais como “Eis que o homem se tornou um de nós”, o que faz supor que ele não estava só nessa empreitada. E a não ser que se compute a ele a tolice de falar sozinho, que é coisa de doidos, e isso não se pode dizer de alguém como ele, o que fica dessa informação é que o homem, seja qual for a forma pela qual tenha sido feito, não foi obra de uma entidade só. E com isso pode-se dizer também, para pôr mais molho nessa salada, que se o homem de neandertal é produto de uma evolução que passa por uma geração de primatas, passando pelo homo erectus, o homo sapiens, por sua vez, pode ser uma criação dos deuses, independente de quem eles tenham sido na realidade.
E assim resolvemos também, de vez por todas, essa dúvida medonha que o tal de Darwin e seus seguidores colocaram nas nossas cabeças com a suas heréticas teses que afirmam ser o homem nada mais do que um macaco mais evoluído. E dessa feita fica aqui registrada a nossa contribuição para a solução dessa polêmica e deixamos também, desde já, liberado para domínio público o uso dessa fórmula para qualquer debate que se trave sobre esse assunto. E desapegados que somos de qualquer vaidade ou ambição, nem fazemos questão de sermos citados como fonte dessa intuição, porque o que queremos não é sentar cátedra, mas apenas contribuir com mais uma estrofe para esse verdadeiro samba de crioulo doido que é a história da criação da raça humana.
Ademais, segundo o que se informa desse nosso pretenso primeiro ancestral é que ele deveria constituir algo diferente dos seres que já havia na terra entre os seres viventes, que nem nomes para identificá-los tinha ainda, tanto que Elohin Deus lhe delegou a tarefa de nomeá-los para que eles pudessem ser distinguidos uns dos outros. E dessa incumbência que lhe deu o Criador nasceu essa premissa que os acadêmicos chamam de princípio da identidade, que diz que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, que se tornou uma utilíssima estratégia usada pela nossa cabeça para evitar que façamos mais confusão do que as que já fazemos normalmente. Porque foi assim que um cavalo se tornou um cavalo, um cão um cão, uma galinha uma galinha, um sapo um sapo e todas as identidades se estabeleceram no mundo para que a ordo ab caos inicial se realizasse também entre as criaturas e não apenas em relação às leis naturais.
Agora, que o homem Adão era um protótipo, sabemos porque a própria crônica oficial desse fato nos dá conta que ele era uma cópia única, que não tinha parentesco com qualquer outra criatura que havia na terra, nem usufruía da prerrogativa dada por Deus aos outros seres viventes, que era o fato de serem macho e fêmea, com organismos propícios para se unirem e produzirem crias à sua imagem e semelhança.
Daí se dizer que Adão foi criado como um ser andrógeno. Está escrito que macho e fêmea o Senhor o criou, o que se infere que ele tinha em seu organismo as propriedades de ambos os sexos. Confirma-se essa informação com o que consta das crônicas oficiais, que dão conta de que todas as espécies criadas tinham a sua cara metade, menos ele. O que quer dizer que todo macho tinha uma fêmea com quem podia se acasalar, o que não deve ter sido uma descoberta agradável para o recém criado ser humano, que via todos os animais procriando suas crias com prazer e ele só olhando. Não se pode colocar essa, que poderíamos chamar de falha genética no protótipo elaborado pelo Senhor, por conta de um erro de projeto, porquanto estamos falando de Deus e ele é infenso a erros. Diríamos que talvez ele tenha esquecido do próprio propósito que o levou a querer construir o universo, para que nela ele pudesse espelhar a sua majestade. Esse propósito, como sabemos, era a necessária existência de uma consciência que pudesse detectar a sua existência como uma presença real e poderosa, algo assim como uma nação de súditos que reconhecesse a sua magnificência. Pois que foi em razão dessa necessidade que Elohin Pai fez o mundo e nele pôs uma criatura com qualia necessária para dele tomar conhecimento e venerá-lo como seu Criador.
Daí se dizer que Elohin Deus, na sua essência, antes de fazer o universo, vivia uma existência negativa, ou seja, era como uma corrente de energia de um polo só, que não podia circular pela falta de um polo oposto. E ao fazer o universo real ele gerou um outro polo para que sua potência pudesse se manifestar, o que significa dizer que o universo é a existência positiva de Deus, que é o mesmo que dizer, o seu corpo físico, enquanto ele, Deus é o seu espírito. Essa assertiva não é uma especulação que saiu do nosso bestunto, porquanto são as próprias crônicas oficiais que dizem ser Deus um espírito e que no início ele se movia sobre as águas.
Isso deduzimos porque toda corrente energética precisa ter dois polos para poder manifestar a sua potência. Por isso, ao ver o homem que se levanta da mesa de operações, nesta outra versão da história que estamos colocando, ainda tonto e perplexo com a nova aparência que lhe foi dada, Elohim Deus nota que o seu protótipo também não tem um polo pelo qual possa manifestar a sua própria energia criativa.
E dela ele precisará para cumprir o propósito para o qual foi criado. Dessa forma, indaga-se como faria o homem para crescer e multiplicar-se, enchendo a terra de criaturas solícitas e tementes a ele, como era seu desejo que fosse. Isso porque, para todo ser vivente ele havia feito uma fêmea, menos para o protótipo do homem, que havia sido feito hermafrodita. Foi então que ele percebeu, diríamos, não a falha, mas a omissão desse que era um detalhe essencial na composição da obra, que diga-se a bem da lógica, seria o corolário de todo o seu trabalho de criação.
Mas para Adão, que acabava de despertar do seu anestésico sono, podemos imaginar o que isso significava. Uma fêmea para acasalar era algo que ele não tinha e por conta disso podemos entrar na sua pele para vê-lo perguntando aos genitores que fizeram dele, não uma alma vivente como está escrito, mas um ser humano como seria mais apropriado dizer: "Senhor, Senhores, porque só eu não tenho uma companheira em quem possa depositar minha semente e gerar criaturas à minha imagem e semelhança?” E ele, ou eles, percebendo que, de fato, haviam omitido esse detalhe de especial relevância, pois que, vendo que todos os animais estavam se acasalando e produzindo as suas crias e o homem não, ficaram com pena dele e resolveram fazer-lhe uma fêmea para servir-lhe de adjutório para esses fins de procriação.
Que não me queiram mal as feministas por causa dessa palavra feia que foi usada para se referir à mulher, qual seja, adjutório, que parece relega-la a um papel de mera coadjuvante no processo criativo, pois que ela não é da nossa lavra, mas é exatamente assim que se fala nas crônicas oficiais e nós estamos apenas reproduzindo o que foi escrito.
Mas é por conta disso que podemos ouvir Elohin Pai dizer ao seu filho dileto, Miguel, também conhecido por Elohin Filho, que sempre esteve com ele desde o começo de tudo e de tudo participou, como está escrito que foi: “não é bom que o homem que o homem esteja só. Façamos para ele uma companheira” ao que Miguel responde concordando, “sim Pai, ele de fato precisa de uma companheira, mas é melhor que a façamos com material do seu próprio organismo, pois sendo ele andrógino, fica mais fácil isolar a parte fêmea dele e implantar em uma matriz semelhante a que usamos para fazer o homem.”
“ Tens razão” disse Elohin Pai, e foi assim que ele fez cair sobre Adão um sono profundo, e como está dito que foi feito, tomou uma das suas costelas e com ela fez a mulher.
Claro está que essa visão da formação da mulher trata-se de uma metáfora, pois o que foi tomado de Adão não foi uma costela, mas sim aquelas células que hospedam as partes que determinam o sexo de um ser humano, cá entre nós chamados de cromossomos X, cuja combinação com outro X resulta num ser do sexo feminino. Dessa forma Eva foi formada, pois como hoje sabemos todo ser humano possui 23 pares de cromossomos em cada célula. Entre eles, um par de cromossomos X e Y, cuja combinação determina essencialmente o sexo da pessoa, de forma que as fêmeas resultam de uma combinação XX e os homens de uma entre X e Y.
Dada a possibilidade de que as coisas tenham acontecido desse modo, eis que foi feita a mulher, por um processo semelhante ao que foi desenvolvido para gerar o homem Adão. Só que, ao invés de misturar o barro da terra ― aqui entendido como sendo um símio em estado mais avançado de evolução genética, algo como os tais homens de Neandertal, que os acadêmicos dizem ter sido os nossos ancestrais ― o que Elohin Pai fez foi retirar uma célula do corpo de Adão, referida nas crônicas oficiais como sendo a sua costela, e enxertá-la no corpo de uma fêmea neandertalense. E dessa operação o resultado foi uma mulher para servir de polo para a corrente da vida que havia sido inoculada em Adão.
Fica por conta do leitor a colagem dos rótulos nas duas criaturas que assim se formam, se negativo um, se positivo outro, o que de resto pouco importa, pois que numa corrente de energia o importante é a existência de ambos para que a força desse fluxo se manifeste em toda sua potencialidade.
Poder-se-ia perguntar como se criaram essas duas criaturas assim produzidas, pois mesmo considerando-se que ambas foram obras de Deus e Deus tudo pode, não devemos, por foros de seriedade intelectual, computar ao Senhor truques de mágica, o que seria se ele já tivesse tirado dessas operações duas criaturas já maduras e prontas para dar início à família humana. E já que estamos dando a ele a chance de desvestir-se dessa capa de mistagogo que os cânones oficiais lhe deram, vamos pôr na sua conta que ele os criou como filhos que eram, naquele jardim que ele plantou no Oriente, na cabeceira de um rio que se dividia em quatro correntes, duas das quais eram o Tigre e o Eufrates, o que nos dá uma ligeira orientação do lugar onde esse jardim ficava.
E embora ambos já tivessem corpos de pessoas adultas quando saíram do molde, ou da mesa de operação, seja qual for a hipótese que consagremos, o que parece é que Elohin Deus os criou na inocência de crianças postas num convento onde nenhuma notícia daqueles desejos que conhecemos como vícios entravam para compusrcar-lhes a pureza da alma que se lhes havia sido inoculada quando se levantaram, guapos e resplandecentes, das matrizes onde foram gerados. Não entraremos nos detalhes da vida adolescente e da juventude do casal já que, pelo que se infere, eles não as tiveram. Mas é de se supor, se dermos crédito às crônicas oficiais que atribuem aos homens daqueles tempos centenas de anos de vida, que alguns lustros centenários devam ter passado até que Adão e Eva tenham chegado à maturidade sexual, já que o dia chegou em que Elohin Deus disse “Eis que o macho deve unir-se à sua fêmea e ser como uma só carne e o homem deixará seu pai e sua mãe para unir-se à sua mulher”.
Daí se infere que Adão e Eva foram para a cama, que devem ter armado com folhas embaixo de uma árvore (porque não se fala que no Éden havia qualquer coisa que se possa chamar de casa, nem mesmo numa árvore, como fez o Tarzan quando se embolou com a Jane) e praticaram o seu primeiro coito sem meias nem peias, como as duas criaturas inocentes que eram, sem se dar conta do conteúdo emocional que a esse ato viria ser chumbado depois.
Vamos que vamos nessa toada porquanto na narrativa desse conto encontraremos também a informação de que Elohim Deus descansou, ou descansaram todos depois dessa operação e após esse trabalho de criação dos filhos assim produzidos. Afinal, ele, ou eles, bem que mereciam esse descanso depois desse estressante exercício de engenharia genética e exercício educacional, que todos nós que procriamos, sabemos que não é brincadeira. E então, como está escrito, Elohim Deus, que agora já podemos também chamar de Jeová ou Javé, porque depois de fazer o mundo e o homem ele se tornou conhecido pelos seus atributos e deu-se ao direito de ter também um nome individualizado, já que Elohin era uma alcunha que designava também um ser coletivo. Então ele disse ao homem e à sua mulher para cultivar e cuidar daquele belo jardim que ele havia plantado no Oriente, naquele lugar que se chamava Éden. O que de pronto nos força a pensar que o homem não fora feito somente para servir como sua consciência na terra, mas também para ser uma espécie de servo, ou caseiro desse sítio chamado terra, que ele havia feito no exercício da sua potência, para ter um reino sobre o qual reinar e súditos sobre os quais pudesse exercer a sua majestade.
Dito e feito pôde então descansar, como foi reportado que ele fez. E depois se confirma tudo isso com a informação de que ele costumava passear naquele jardim, em direção ao pôr do sol, o que nos dá bem a ideia de que Deus também cultivava o saudável costume de fazer um happy hour depois do trabalho como nós mesmos gostamos de fazer.
CHAPTER III- THE CRIATION OF MAN- ANOTHER VERSION
From what is narrated in this story that is at the origin of all our beliefs, it is said that Adam rose from his clay mold according to the vision that guides us, clean, ready, with a skin smooth as a scraped parchment, and beautiful as an angel, as indeed reported, because he was made in the image and likeness of his angelic parents Elohim.
And we can imagine that the face he made would have been like when he got up and saw himself in a mirror of water, as Narcissus would have done according to the Greeks, as a creature so different from those who seemed to be of his kind, hairy beings, who walked half bent over, sometimes using only their legs, sometimes using legs and hands and were devoid of the ability to articulate words, because they could only emit a few unintelligible lumps.
Of course, Elohim Father, being who he was, the Supreme Lord of the Universe, had powers to make Adam man the way he is said to have been made. Anything can be. But there are those who say that the creation of man was not exactly how it happened, but through a surgical operation much less unusual than the one narrated in the official chronicles. Our daddy Adam, according to unconfirmed sources, would actually be the result of a genetic experiment carried out by extraterrestrial beings who arrived here about thirty-five thousand years ago and started the human race practicing genetic mutation operations in species similar to man, but not yet so evolved to be considered human.
This news did not come from our imagination, but from many other sources not as canonical as those that were considered authentic, but if we take into account that all human history is apocryphal, it does not hurt to admit the possibility that the human couple was obtained from a much less thaumaturgical operation than the one that the referenced tale of creation talks about.
Because, in fact, according to these sources, what Elohim God did to create Adam was a genetic mutation operation called, in the Sumerian language, shipubel inti, a kind of surgery that is recorded in the literature of that people on clay tablets that can still be read today in various museums around the world.
Thus, the word Elohim, in this version, would be a term that serves both to designate the divinity in the singularity of its magnificence and in the plurality of its multiple personalities. In this sense, Elohin would be the name given to a group of astronauts-gods who arrived on earth to start a colony here. And when they arrived here, these galactic visitors took a male of a species of hominids already quite advanced in their biological evolution and performed a genetic mutation operation on him. Mixing the genes of this one, which academics call homo erectus, with the genes of a being of their own species, the Elohim, resulted in what was called homo sapiens. Hence it is said that man is an intermediate being between an angel and a human being.
This is a possibility that cannot be ruled out. After all, we do not need to see God as a mystagogue, or a magician in the exercise of his profession as an illusionist, transforming clay dolls into human beings. This was done by the Kabbalist masters with their golems, but from God we can expect more elaborate and believable things than magic tricks and mysterious sleight of hand.
By much more procedural, logical and believable ways, which today even men can already accomplish, he could well have exercised his skills as a genetic engineer and performed such an operation without causing any perplexity. And it may well be that this is what he did, which justifies all the theories that have been raised about this still thick mystery that is the origin of man and his evolution, until he became the thinking reed that he is, as defined by a renowned philosopher.
That before we were what we are, we were already something different, seems to be proven by academic research that reports the existence of many previous stages in the saga of man on earth. We have no need to believe in one narrative more than in the others, but it makes us wonder that the prototype of man depicted by Adam that was presented to us was born in a certain place on the planet and not in another. And that a certain human group has been chosen to evolve and others have not, so that to this day we will still find in many places on earth people as innocent and without knowledge of good and evil as it is said that the human couple was before the so-called episode that caused the fall of man due to the eating of that fruit of knowledge.
It is undoubtedly easier for our heads to see our daddy Adam getting up, still a little dizzy from anesthesia, from an operating table, surrounded by the beings (now that we know that the name Elohim also designates a collectivity of beings of celestial origin), who have performed the operation and the others who just watch, which, it must be said, to be honest, was still experimental.
We know this because the very record that gives an account of these adventures says that the authors of this feat, when they conspired to make the said operation, said: "Let us make man in our image and likeness", just like that, in the plural, which shows that the surgery was not performed by a single person, if we can call it God, or our angelic Elohin masters of persons. Thus, unless it is considered as a grammatical error of the writer of this episode, who would of course have used a duplicity of pronouns in his writing, taking by plural what should be singular and such things, we have to take for granted that God had company in this operation, because in the same register we will find him saying such things as "Behold, the man has become one of us", which makes one suppose that he was not alone in this endeavor. …Unless we compute to him the foolishness of talking to himself, which is a thing for crazy people, and that cannot be said of someone like him.
What remains from this information is that man, in whatever way he was made, was not the work of a single entity. And with that it can also be said, to put more dressing on this salad, that if Neanderthal man resulted from an evolution that goes through a generation of primates that resulted in homo erectus and homo sapiens in turn, can be a creation of the gods, regardless of who they have been in reality.
And so, we also solve, once and for all, this ghastly doubt that Darwin and his followers put in our heads with their heretical theses that claim that man is nothing more than a more evolved monkey. And this time our contribution to the solution of this controversy is recorded here and we also leave the use of this formula for any debate on this subject released to the public domain. And detached as we are from any vanity or ambition, we do not even make a point of being cited as the source of this intuition, because what we want is not to build an academic thesis, but only to contribute one more stanza to this true crazy Creole samba that is the history of the creation of the human race.
Moreover, according to what is reported about our so-called first ancestor, it must have constituted something different from the beings that were already on earth among living beings, which did not even have names to identify them, so much so that Elohim God delegated to him the task of naming them so that they could be distinguished from each other.
And from this task that the Creator gave it was born this premise that academics call the principle of identity, which says that one thing is one thing and another thing is another thing, which has become a very useful strategy used by our heads to prevent us from making more confusion than we normally do. Because this is how a horse became a horse, a dog, a dog, a chicken, a chicken, a frog, a frog, and all identities were established in the world so that the initial ordo ab chaos was also realized among creatures and not only in relation to natural laws.
Now, that the man Adam was a prototype, we know because the official chronicle of this fact itself tells us that he was a unique copy, who was not related to any other creature that existed on earth, nor did he enjoy the prerogative given by God to other living beings, which was the fact that they were male and female, with organisms to unite and produce offspring in their image and likeness.
Hence it is said that Adam was created as an androgynous being. It is written that male and female the Lord created him, which prevent us that he had in his body the properties of both sexes.
This information is confirmed by what appears in the official chronicles, which report that all the species created had their better half, except him. Which means that every male had a female with whom he could mate, which must not have been a pleasant discovery for the newly created human being, who saw all animals breeding their young with pleasure and he only watched.
We can not say that, which we could call a genetic flaw in the prototype prepared by the Lord, was fruit of a design error, because we are talking about God and he is immune to errors. We would say that perhaps he has forgotten the very purpose that led him to want to build the universe, so that he could mirror his majesty in it. That purpose, as we know, was the necessary existence of a consciousness that could detect its existence as a real and powerful presence, something like a nation of subjects that recognized its magnificence. For it was because of this necessity that Elohim the Father made the world and placed in it a creature with the necessary quality to take cognizance of it and venerate it as its Creator.
That is why it is said that Elohin God, in his essence, before making the universe, lived a negative existence, that is, he was like a current of energy from a single pole, which could not circulate due to the lack of an opposite pole. And by making the universe real, he generated another pole so that its power could manifest itself, which means that the universe is the positive existence of God, which is the same as saying, his physical body, while he, in his essence, is their spirit. This assertion is not a speculation that came out of our brain, since it is the official chronicles themselves that say that God is a spirit and that in the beginning, he moved over the waters.
We deduce this because every energy current needs to have two poles in order to manifest its power. Therefore, when seeing the man who gets up from the operating table, in this another hypothesis that we are posing, still dizzy and perplexed by the new appearance that has been given to him, Elohim God notices that his prototype also does not have a pole through which he can manifest his own creative energy.
And it will need it to fulfill the purpose for which it was created. In this way, it is asked how man would grow and multiply, filling the earth with solicitous and fearful creatures, as he wished him to be.
This is because, for every living being, he had made a female, except for the prototype of man, who had been made hermaphrodite. It was then that he realized, we would say, not the flaw, but the omission of what was an essential detail in the composition of the work, which, for the sake of logic, would be the corollary of all his creative work.
But for Adam, who had just awoken from his anesthetic slumber, we can imagine what this meant. A female to mate with was something he did not have and because of this we can get into his skin to see him asking the parents who made him, not a living soul as it is written, but a human being how would it be more appropriate to say: "Lord, gentlemen, why do I not have a companion in whom I can lay my seed and generate creatures in my image and likeness?"
And he, or they, perceiving that, in fact, they had omitted this detail of special relevance, since, seeing that all the animals were mating and producing their offspring and the man was not, they took pity on him and decided to make him a female to serve as an adjutory for these purposes of procreation.
Feminists don't wish us bad because of this ugly word that was used to refer to women, that is, adjutory, which seems to relegate them to a role of mere supporting role in the creative process, since they are not of our work, but that is exactly how they are spoken of in the official chronicles and we are just reproducing what was written.
But it is because of this that we can hear Elohin Father say to his beloved son, Miguel, also known as Elohin the Son, who has always been with him since the beginning of everything and participated in all things he did, as it is written that it was: "it is not good for the man that the man is alone. Let's make him a companion".
To which Miguel responds by saying, "yes Father, he does need a companion, but it is better that we make it with material from his own organism, because being androgynous, it is easier to isolate his female part and implant it in a matrix similar to the one we use to make man."
"You are right," said Elohin Sr., and so it was that he caused Adam to fall into a deep sleep, and as it is said that he did, he took one of his ribs and made the woman with it. Of course, this view of the formation of women is a metaphor, because what was taken from Adam was not a rib, but those cells that host the parts that determine the sex of a human being, here among us called X chromosomes, whose combination with another X results in a female being.
In this way, Eve was formed, because as we know today, every human being has 23 pairs of chromosomes in each cell. Among them, a pair of X and Y chromosomes, the combination of which essentially determines the sex of the person, so that females result from a combination XX and males from one between X and Y.
Given the possibility that things happened in this way, behold, the woman was made, by a process similar to that which was developed to generate the man, Adam. Except that, instead of mixing the clay of the earth ― here understood as being an ape in a more advanced state of genetic evolution, something like the homo erectus, who academics say were our ancestors ― what Elohim Father did was to remove a cell from Adam's body, referred to in the official chronicles as being his rib, and graft it onto the body of a female of this species. And from this operation the result was a woman to serve as a pole for the current of life that had been inoculated in Adam.
It is up to the reader to paste the labels on the two creatures that are thus gone, if one is negative, if positive the other, which otherwise does not matter, since in a current of energy the important thing is the existence of both so that the force of this flow manifests itself in all its potentiality.
One might ask how these two creatures were created in this way, for even considering that both were the work of God and God can do everything, we should not, for the sake of intellectual seriousness, compute magic tricks to the Lord, what would it be if he had already taken from these operations two creatures already mature and ready to start the human family.
And since we are giving him the chance to put off that mystagogue cloak that the official canons gave him, let us put it into his account that he raised them as the sons that they were, in that garden that he planted in the East, at the head of a river that divided into four streams, two of which were the Tigris and the Euphrates, which gives us a slight orientation of the place where this garden once stood.
And although both already had the bodies of grown people when they left the mold, or the operating table, whichever hypothesis we consecrate, what seems is that God Elohin created them in the innocence of children placed in a convent where no news of those desires that we know as vices entered to defile the purity of soul that had been inoculated in them when they arose, “guapos” and resplendent, of the matrices where they were generated.
We will not go into the details of the couple's adolescent life and youth since, from what can be inferred, they did not have them. But it is to be supposed, if we give credit to the official chronicles that attribute to the men of those times hundreds of years of life, that a few centenary years of existence must have passed until Adam and Eve had reached sexual maturity, since the day came when God Elohim said: "Behold, the male must cleave to his female and be as one flesh, and the man will leave his father and mother to be united to his wife."
From this it follows that Adam and Eve went to bed, that they must have armed themselves with leaves under a tree (for it is not said that in Eden there was anything that can be called a house, not even in a tree, as Tarzan did when he got tangled up with Jane) and practiced their first coitus without socks or fetters, like the two innocent creatures that they were, without realizing the emotional content that this act would later be rejected.
Let's go in this vein because in the narrative of this tale we will also find the information that Elohim God rested, or all rested after this operation and after this work of raising the children thus produced. After all, he or they well deserved this rest after this stressful exercise in genetic engineering and educational exercise, which all of us who procreate, know is no joke. And then, as it is written, Elohim God, who we can now also call Jehovah or Yahweh, because after making the world and man he became known for his attributes and gave himself the right to also have an individualized name, since Elohim was a nickname that also designated a collective being.
Then he told the man and his wife to cultivate and take care of that beautiful garden which he had planted in the East, in that place which was called Eden. Which at once forces us to think that was not only made to serve as his conscience on earth, but also to be a kind of servant, or caretaker of that place called earth, which he had made in the exercise of his power, to have a kingdom over which to reign and subjects over whom he could exercise his majesty. Said and done he could then rest, as it was reported that he did. And then all this is confirmed with the information that he used to walk in that garden, towards sunset, which gives us the idea that God also cultivated the healthy habit of having a happy hour after work as we ourselves like to do.