NAS VAZIAS PRATELEIRAS DO FUTURO ....
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Num " Cooper" dos sobreviventes aos " bons viventes":
Certa vez, em algum lugar do PRESENTE mundo, havia um mesmo mundo em colapso ao futuro.
Algo meio metafísico.
O Mapa era único: Poucos diferentes dentre muitos iguais... corriam trajetórias distintas.
Acontecia que, em alguns mundos, para se entrar e sair daquele mundo , já não havia segurança alguma, nem física nem alimentar.
Embora já houvesse transporte para o espaço, em foguetes de última geração, nenhum transporte que não fosse "uns sobre os outros", havia para o povo da terra.
As cidades decaíam . As balas voavam da violência autóctone, já conhecida.
Os pedágios eram vários: pedágios para a vida...e para a morte.
No trabalho, de horas a fio, nem um saldo de segundos misericordiosos às dificuldades das quase vidas, maratonas dum povo robotizado.
Vidas sem fôlego, sem condicionamento às sofridas emoções.
Não havia corridas que não fossem as de obstáculos duros e vários.
Todos estavam exaustos, posto que a qualidade de vida DO MUNDO decaía a uma velocidade de cruzeiro.
Faltava o tudo principal.
Dada a extrema situação de sobrevivência , os poucos "bons viventes " , do mesmo sobrevivente mundo que lhes abastecia, resolveram salvar o seu mundo, do qual se anunciavam como heróis gestores.
Era preciso salvar a " produção" que os mantinha.
Então, marcaram uma reunião de emergência.
Chamaram todos os holofotes das notícias do PLANETA. A ordem era:
Cobertura em tempo real dum mundo surreal!
Um, dois, seis, quinze, vinte, cem, sempre mais bons viventes de bom coração rumo à nobre missão.
Antes , conhecedores profundos do todo mundo em que viviam, fizeram muitas nobres exigências .
Segurança por mar, terra e ares.
Passou -se a ver tudo que não se via.
Drones observadores👀👀👀 ao derredor dos nobres aposentos das estadas...pontuadas com as estrelas de toda via láctea.
Vinho da última safra para brindar as salvações.
Alimentação harmonizada pelos vencedores "Master Cheffs "do último concurso do pedaço.
Era preciso matar a fome...DO MUNDO!
Suítes banhadas e umidificadas por frescas espumas, bolinhas de sabão perfumadas e passageiras, sem o aquecimento global dos aposentos mundanos.
Transportes em " limosines salva-vidas" com direito à vida eterna.
O povo, bom e hospitaleiro, pagava os boletos da salvação aos seus bons viventes, aos nobres salvadores das horas difíceis e dramáticas.
Seus bons viventes eram merecedores das pompas porque eram solidários ao seu mundo tão sofrido.
O povo pagava , com gosto, o que nunca teve, não tinha...nem jamais teria.
Porque é preciso ser bom e toda bondade deveria ser premiada.
Iniciada a reunião, todos aguardavam os nobres discursos da salvação, aqueles feitos como se fossem um disco gravado no tempo, quase às mesmas palavras, só algumas expressões modernizadas e enxovalhadas, próprias da época, quando, de repente , alguém informou:
" um minutinho, por favor, um dos bons viventes foi dar uma corridinha na praia para apreciar a bela paisagem, e volta já!".
O povo prontamente entendeu. Agradeceu.
Aclamou. Mais que justo.
Afinal, seria preciso garantir o "fôlego do condicionamento épico " dos que , tão epicamente, tentam salvar O SEU PRÓPRIO MUNDO, sob a égide do mundo alheio...ou seja, daquele já iminente e globalizado "fim -de -mundo".
E dizem que, no final, todos saíram dali felizes para sempre.
Do povo, nunca se ouviu lamento algum.
O povo sempre acreditava. Era da sua Natureza, ainda que dilapidada.
Ninguém percebeu a mensagem mundial principal:
"Aos nobres o que de melhor é do povo..."
Era só mais uma História que, selada e perpetuada, se repetiria pelos tempos desperdiçados , lá nas prateleiras vazias dos tantos museus sem futuro.