O sertanejo
A terra sulcada de seca.
Capa amarelada, o rosto de Zé Amaro sulcado de sol, a faca na bainha, sem reluzir. Nem uma casa em vista; calangos largados à beira das estradas ausentes.
Tu olha pra cima e só vê o Sol, olha pra baixo e só sente o Sol, olha em frente e vê um anjo; um anjo empunhando uma espada de fogo, no meio das veias...
Zé Amaro abriu um sorriso, com ainda menos branco à medida que o Sol ia invadindo.
O anjo estático, a lâmina trêmula, e o homem vinha vindo...
– Ô Enoque! Viu lá o meu jabá? – Zé inquiriu na direção do anjo.
Zé Amaro não chegava nunca.
O anjo escancara as asas, apaga o fogo, levanta voo e se extingue no céu; o Sol fica.
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