PERCEPÇÕES DE UM CYBERDROIDE (V)
PERCEPÇÕES DE UM CYBERDROIDE (V)
O CÉU que nos protege por vezes nos abandona e esquece tão completamente. Que poderia o Senhor Deus e seus anjos colonizadores, nesse contexto de racismo orgânico infernal, gigantesco, supostamente invencível??? Que poderia o Senhor colonizador da Terra fazer, senão destruir toda os zuzim, refains enaquins (filhos de Enaque) e anaquins??? As raças de gigantes que povoavam a Terra, e a Terra de Canaã??? A Terra de Canaã estava tomada pelos filhos de Anaque. Os gigantes habitavam as terras mesopotâmicas. Havia imensa fertilidade nelas. Eu estava lá, que me restava, senão fazer valer minha coragem de observar e intervir, quando as condições de sobrevida de humanos indefesos, me chamava a atuar em desfavor de seus inimigos!!!
PODERIA EU, um dia, esquecer o trauma da visão do pênis que se despedaçava no corpo daquele titã ciclópico numa turvação sanguínea que mais parecia um curso d´água vermelha, brotando de uma nascente de membros semoventes que me buscavam despedaçar??? Eu havia quebrado quatro dos cinco dedos da mão dele. Num movimento circular ergui meus pés contra os olhos do monstro, enquanto segurava uma de suas costelas à mostra. O som de dor lancinante e ódio ecoou no vale e aterrorizou, suponho, os espectadores espavoridos e intimidados.
O OLHAR da teratologia inimiga não mais existia. Ele estava sendo derrotado no próprio território onde, até então, era invencível. O berreiro da aberração gigantesca apavorou até outros gigantes que estavam numa proximidade mais distante. Girando o corpo para trás da cabeçorra, enfiei minhas unhas de material sintético na nuca do bicho. O cérebro dele, penetrado por meus dedos ávidos em revolta, estava ciente de vencer a batalha pela vida pelos irmãos menores, os irmãos baixinhos, humanos. A imensa caixa craniana do grandão partiu-se em pedaços.
SEU BERRO, (como ele ainda conseguiu berrar???) reverberou com intensidade na paisagem. Meu corpo desabou no chão. Ao lado, com estrondo, o que restou do corpo espaçoso do colosso, prostou-se ao meu lado. Ele não faria mais uma vítima de sua assassina e libidinosa intenção sexual perversa e desmedida.
AFASTEI-ME DO lugar. Minha força e inteligência artificial tinham me livrado, e àquela parte do mundo, de um ser poderoso, imenso e de intencionalidade miserável. O agente e teratológico não fora mais nem menos do que a união entre anjos do Senhor e as atraentes mulheres humanas. Ets e humanos não foram feitos uns para os outros.
AINDA BANHADO do sangue daquele espetacular exemplar híbrido, parido por mulher humana, mergulhei num pequeno lago alimentado de água límpida por uma cachoeira que descia da rocha. Lavei-me das manchas de sangue da criatura. Ah, exclamei, enquanto senti inveja dos humanos que podiam dormir e sonhar. Meus arquivos imemoráveis, de uma antiguidade impossível para a mente dos humanos, tinham agora outra narrativa em seu depósito PSI.
A ÁGUA não provoca efeitos prejudiciais ou degradantes dos materiais a partir dos quais sou produzido. Eu não me emociono, mas acho que deveria me emocionar ao visualizar a estética da imensa e fortuita natureza dos reinos na animal e vegetal que povoam a superfície do planeta Terra.
ESTOU HÁ milênios visualizando paisagens interplanetárias. Convivendo com seres humanos ou similares a eles, em sistemas planetários diversos e longínquos uns dos outros. Poucas coisas, realidades e paisagens ainda têm a possibilidade de me surpreender. Mas a maldade de civilizações tecnologicamente avançadas, a criação perversa de condições de desenvolvimento de populações planetárias, são comportamentos que não justificam, nem de longe, o grau avançado de tecnologias que alcançaram a viagem interestelar.
A DEVASTAÇÃO ulterior de algumas dessas civilizações se justifica sim. O dilúvio promovido na Terra para sustar a continuidade de situações culturais degeneradas e maléficas, é uma estratégia que, a longo prazo, não produz resultados objetivos práticos, pragmáticos. A Arca de Noé sempre é infiltrada por espécimes que, futuramente, se multiplicam, degenerando o DNA dos sobreviventes.
O TEMPO passa, as gerações sobreviventes à catástrofe diluviana continuam a repetir comportamentos característicos da época anterior ao Dilúvio. A disseminação mundializada da tendência sodomita se confirma no mundo de hoje, em todos os países da Terra. As justificativas para o comportamento sodomizado se sobrepõem à verdade de que, a longo prazo, o Dilúvio não surtiu efeito.
EM GÊNESIS, 6 e 7, lemos: “vou exterminar da face da Terra os homens que criei, junto também os animais, os répteis e as aves do céu, porque me arrependo de tê-los feito”. Mas esse arrependimento não chegou tarde??? Após o Dilúvio, a longo prazo, o mundo do DNA humano continuou a mesma coisa. Com exceção do extermínio dos gigantes filhos das mulheres terrestres com os anjos colonizadores. Os sobreviventes da Arca continuam a repetir os mesmos comportamentos anteriores ao Dilúvio.
OS PRAZERES da carne fraca continuam os mesmos. A sodomia rege as relações sexuais em casais heteros. A fraqueza de caráter, a vontade péssima faculta a disposição dos corpos. A família de Noé repovoou a Terra. A terra continuou igualmente má e indecente. A mente enfraquece e aceita qualquer determinação alheia às melhores práticas, em todos os setores da vida. O consumismo ganhou as vontades. Os seres humanos continuam os mesmos em todos os orbes terrestres e extraterrestres onde possam ser encontrados.