O barco
Era tarde quando resolvi ir até o cais para observar as embarcações. Sentei-me ali rente ao mar e olhava o balanço daqueles barcos ancorados próximos à mim.
Nenhum deles me chamava atenção:
- Menos tinta no casco, belos nomes entrelaçados na carcaça das embarcações, nada disso me chamou atenção !
Alguém veio e se sentou perto de mim. Falando como um sussurro me dissera:
- Já estive aqui no mesmo lugar que você está hoje; mais graças à Deus, desta ilusão de buscar o que me atraí, desta não morro mais. Perplexidade me adentrou aos ouvidos e quando me virei para olhar aquela figura estranha ao lado meu, eu senti frio na barriga mas, mesmo assim a indaguei:
- E o que te levou a não buscar mais o que lhe atraí ao olhar para essas embarcações, perguntei encorajando-me a encarrar nos olhos quem ali estava por perto. E mais que derepente, aquela figura pálida e envelhecida pelo tempo me disse:
Quando chegar a hora saberás sobre o que digo e foi só eu me distrair com o barulho de uma embarcação saindo e ao voltar os olhos para a pessoa que ali estava falando comigo, já não a encontrei mais! Olhei de lado à lado e não a vi mais ali. Me levantei e perguntei populares que estavam em algumas destas embarcações ancoradas beira cais e me disseram não terem visto ninguém assentado ao meu lado. Então olhei para o horizonte em meio as águas do mar...mexi a cabeça de lado ao outro sem entender nada. Mais de certo eu estava fora de meu juízo normal. Porém logo observei ao longe um barco, no casco gravado o nome de batismo : " Vida" , e fiquei entenibriada com aquela embarcação. Olhei ao meu redor...e ao olhar novamente para aquele barco, vi a mesma pessoa que falara comigo e depois sumiu...
Entendi que aquele barco é a minha vida e ela propria falou comigo hoje.
Às vezes a vida se apresenta para nós e não somos sensitivos para recebê-la.