Eles não me mataram

Estava no elevador quando apertei o botão do 13º andar. De repente, percebi que um casal, com uma aparência tensa, também apertou o mesmo andar. Decidi esperar que eles saíssem primeiro e só então deixei o elevador. O casal seguiu em direção ao apartamento do meu vizinho, que era conhecido por não se relacionar com ninguém do prédio.

Por algum motivo, fiquei inquieto e, pouco depois, ouvi dois tiros. Ponderei em ir até o apartamento, mas algo me impediu. Estava nervoso e ansioso com o que tinha acabado de acontecer, então decidi ligar para a polícia e para a portaria do prédio.

Tentei entrar em contato com o porteiro, mas estranhamente ele não atendeu. Aquilo aumentou minha preocupação. Logo em seguida, as portas do elevador se fecharam. Fui até o apartamento ao lado, toquei a campainha, mas ninguém atendeu. Por sorte, a polícia chegou cerca de dez minutos depois. Eu já estava na portaria e, ao chegar lá, vi o porteiro morto.

Alguns moradores começavam a chegar ao prédio naquela hora da noite. Eram 23 horas, o incidente ocorreu às 22h40, pois me recordo de ter enviado uma mensagem pelo celular às 22h35 para um amigo Bassu. Os policiais arrombaram a porta do apartamento e encontraram o casal morto.

Naquela noite não consegui dormir. Fui interrogado por horas. Os criminosos levaram as fitas de segurança e apagaram todas as imagens das câmeras. Eu ainda não entendia o que havia acontecido e só conseguia pensar como alguém poderia ser tão audacioso a ponto de matar outra pessoa daquela forma.

Semanas se passaram e, enquanto estava dirigindo, avistei os dois criminosos. Eles pararam em frente ao meu carro e um deles me encarou, me assustando. Foi nesse momento que percebi que, naquele dia, eu era a única testemunha e que eles não me mataram também. Diante daquele terror, senti que Deus havia agido de alguma forma.

Jorge Guima
Enviado por Jorge Guima em 25/11/2023
Código do texto: T7939929
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