O PÔR DO SOL E OS TRIGAIS
O fenômeno do pôr do sol sobre os trigais ainda me causa esplendor. Com oito anos, via tudo como algo celestial, infinito e grandioso. O alaranjado do céu e o amarelo da lavoura de trigo projetavam-me beleza e encantamento. Sentia-me acalentada pela natureza. Era uma princesa de contos de fadas. Feliz, saltitava à volta dos trabalhadores, fazendo-lhes as perguntas.
– O que vocês estão fazendo?
– Estamos colhendo o trigo para vendê-lo e comprar o que precisamos para sobreviver.
– Vocês estão sempre felizes e alegres?
– Sim. Isso nos dá disposição e força para realizar nossas atividades com amor.
– Posso convidar os meus amiguinhos para virem aqui?
– Sim. Quantos são?
– Cinco. Duas meninas e três meninos.
– Sem problemas! São tranquilos?
– Mais ou menos.
– Serão bem recebidos se se comportarem bem.
– Certo! Vou chamá-los.
Enquanto as crianças ajudavam os adultos, os cachorros corriam felizes entre os montes de trigo.
Cansadas de ajudar os trabalhadores, foram brincar de pega-pega e esconde-esconde no meio do trigal.
Para a meninada tudo era festa. Alegres, corriam e brincavam, até que uma caiu e se machucou, sendo preciso chamar um adulto para limpar o ferimento.
Uma vez, socorrido o menino, despediram-se dos novos amigos e voltaram a brincar, mas desta vez, no jardim da fazenda.