Lúcio ou o burro

A obra de Luciano consiste em 56 capítulos relativamente curtos.

A história se passa na Grécia e o personagem principal da obra é Lúcio, que está viajando em Ipata, na Tessália, atraído pela fama mágica da cidade.

 

Aqui ele é hospedado pelo avarento Hiparco e sua esposa, que é uma poderosa feiticeira, dedicada a práticas ocultas.

 

Lúcio, muito interessado nas artes mágicas, pede a criada da casa, Palaistra, que o deixe presenciar uma magia de sua senhora. Ele testemunhará, portanto, uma prática particular: a transmigração da alma de um corpo para outro.

 

Depois de alguns dias, Palaistra informa a Lúcio que sua senhora vai se transformar em um pássaro.

Escondido atrás da porta, Lúcio presencia a magia que se inicia com a incineração de dois grãos de incenso, procedimento este acompanhado de uma fórmula e, a seguir,

Lúcio vê a feiticeira tirando um óleo de um baú com o qual cobre completamente seu corpo nu, então começa a transformação em um corvo. A essa altura ele também sente vontade de voar no corpo de um pássaro,

Lúcio pede a Palaistra a mesma substância milagrosa que a bruxa usou, mas Palaistra involuntariamente faz Lúcio borrifar a substância errada, fazendo-o se transformar em burro, mantendo a sensibilidade e os pensamentos humanos. Palaistra diz que o antídoto para retornar à forma humana é comer rosas.

 

Impossibilitado de ser reconhecido, Lúcio é sequestrado junto com outro burro e seu próprio cavalo por um grupo de ladrões que invadem a casa. Ele tenta escapar junto com uma mulher capturada, mas a tentativa falha.

 

 

No final, porém, Lúcio e a mulher são soltos. Lúcio é recompensado sendo um burro livre na companhia de éguas. Logo, porém, ele tem que trabalhar no moinho, continuar carregando cargas pesadas e sofrer as artimanhas do burro. Ele também corre o risco de ser castrado.

 

Em seguida, Lúcio é vendido aos catamitas, e ele tem que carregar uma estátua de uma deusa síria nas costas.

Os praticantes do culto são revelados como fraudes e são pegos roubando.

 

Em seguida, Lúcio é vendido a um padeiro. Ele entra na fábrica novamente e é um valentão.

 

O próximo proprietário é um servo de um homem rico. Lúcio finalmente consegue comer a comida das pessoas, pois consegue roubar guloseimas para si mesmo. Ele é pego fazendo isso, mas os donos apenas riem do fato de Lúcio comer alimentos que os burros normalmente não comem e até beber vinho. Então ele acaba sendo exibido como um animal treinado por uma taxa.

Ao mesmo tempo, uma mulher rica e bonita se apaixona por ele e o alugará para passar a noite.

 

No anfiteatro, seu mestre organiza um espetáculo no teatro que demonstrará a performance sexual do burro, nessa ocasião Lúcio finalmente consegue rosas para comer e voltando assim a sua forma humana e decepcionando o público. No entanto, ele ainda quer conhecer a mulher com quem passou a noite — porém, a mulher não está mais interessada em Lúcio depois de vê-lo nu, porque ela não amava Lúcio tanto quanto sua virilidade de burro.