A pesquisa
Era uma manhã fria. Faltava pouca para amanhecer. Camilla sentiu o torpor querer dominar seu corpo. Passou a língua pelos caninos longos, seus olhos vermelho sangue reviraram. O homem de terno escuro, sentado na poltrona à sua frente, se levantou e ofereceu o pulso. Ela o olhou confusa. Os dois estavam na mansão da vampira. As janelas eram cobertas por pesadas cortinas que protegeriam a sala da luz do sol. O homem lhe disse.
Desculpe ter mentido. Na verdade meu sangue não lhe faz mal. O sangue da minha espécie não é humano, mas pode te satisfazer. Beba.
Ela não pode recusar. Cravou os caninos no pulso do homem e bebeu seu sangue. Realmente não a fez mal. Pelo contrário, era um sangue especial e revigorante. Ela sentiu sua força voltar e o torpor diminuir. Ela poderia usar suas disciplinas assim como a magia de sangue sem precisar repor. Quem era aquele homem misterioso que lhe causava arrepios?
Logo será dia. Durma, eu voltarei no começo da noite para colher mais dados de sua sociedade.
Camilla o olhou intrigada, ele retirou o pulso de sua boca. Ela lambeu a boca suja de sangue.
Como anotou tudo que eu disse?
Ela estranhou a própria pergunta que fez. Ele apenas sorriu.
Está tudo aqui.
Bateu o dedo indicando sua mente. Camilla caminhou a passos lentos para o quarto. O torpor finalmente a dominava. Caiu em sua cama e dormiu. Ainda bem que não precisava de caixão. Era desconfortável e antiquado.
Wesley Rezende