Conto sempre inacabado ou Conto do Porvir - Introdução
vou escrever um conto. nunca tive paciência para contos. sempre preferi poemas.
sou ansioso. mas não me peçam para usar maiúsculas; pois as acho de uma tremenda inutilidade.... .
não seguirei também a sintaxe e usarei os acentos que acho básicos. não seguirei a gramática.
seguirei a vida; a emoção; a poesia do pensamento que virá e não sei ainda.
usarei os parágrafos para quebrar o tédio da leitura , se por ventura alguém se despuser a ler, mas acho
que estou escrevendo para mim mesmo. o farei na primeira "pessoa. antes , usava a terceira por pura covardia.
sou um poeta fracassado. o que não é uma grande novidade. trabalhei em banco, dei aulas,
e acreditem até em um tribunal de (in)justiça. fui casado. tive filhos e não vou colocar aqui apenas
uma cópia da minha vida por achar que a fantasia que corre em minhas veias não iria me permitir.
então vou misturar "realidade" com "fantasia". mas eu mesmo não saberei a diferença. juro.
estou a escreveu a introdução que na verdade poderia ser o capítulo um do conto. mas não
pretendo terminar esse conto e já aviso para evitar expectativa.
o motivo principal para eu estar escrevendo é que não consigo mais dominar meus pensamentos.
eles se tornaram autônomos. não consigo parar de pensar. já escrevi muitos poemas, já fiz canções,
tentei escrever um diário(mas não tenho disciplina, pois, gastei toda ela durante os anos de trabalho
e casamento.)
estou com fibromialgia. para quem não sabe , é quando seu cérebro se torna todo o seu corpo
ou vice versa. então sinto tudo com o corpo. a dor é constante, pois, os músculos se transformam
em nervos. a dor não precisa percorrer um caminho para chegar no cérebro. sou só cérebro.
estava ali deitado tentando esquecer a dor e dela mais me lembrando. e só frases vindo na
minha cabeça. alguns poemas também. mas poemas tão tristes que não valia a pena eu escrevê-los.
decidi não fazer poemas cinzas , não quero transmitir desse modo meu sofrimento mas, como
tenho que colocar para fora , se não morro envenenado por eles - não se preocupem , só poetas
morrem envenenados por poemas não escritos - escrevo esse conto inacabado.
só consegui escrever um conto e ele está aqui no site. depois nunca mais. agora vou escrever
esse ; sem a moldura e a estética que o poema exige. mas se vier na minha mente um poema belo,
e eu puder domá-lo para por no papel, o farei. não pretendo esgotar tudo aqui. somente quero
depositar aqui a "minha" vida.
não farei revisão, então desculpem alguns erros - fora o não uso de maiúsculas, que também
não é original- vai ser como um delírio. como não quero (re)tirar a minha vida toda de uma vez
vou retirá-la aos poucos aqui. não é por mim. tenho família e não me dou esse direito de abrir
feridas que não nunca fecham - para mim os suicidas o fazem.
vou aos poucos me dissolvendo aqui; me tornando menos sólido; como um cubo de gelo.
só peço a deus que quando eu chegar do outro lado, que eu pare de sentir essa dor. virei aqui,
tão regular quanto possa, para escrever. agora tenho que dormir, pois, amanhã tenho que
enfrentar um dia pesado. até.