A Fonte Mágica

Pela manhã, o sol, cuidadosamente, depositou o primeiro raiozinho de luz sobre a face adormecida. Então, o homem acordou, se espreguiçou e foi se lavar na Fonte Mágica.

___Bom dia, Dona Fonte Mágica. O que vamos ser hoje?

___Escolha o que quiser – disse ela, borrifando água fresquinha no rosto dele.

___Bem, vejamos...

___Posso ser aquele senhor sentado no banco da praça lendo um livro ou a menina com a mochila nas costas ou a moça de patins ou o homem pedindo esmolas ou o guarda de trânsito ou o malabarista ou...

___Calma, calma, vou verificar a minha agenda. Ah, hoje serás o homem corcunda de pele clara cheio de manchas, aquele que, no primeiro momento assusta, mas que depois envolve crianças e adultos com seu olhar celestial, mostrando que o diferente pode ser belo.

___Sim, sim! São tantas as lições e o dia é tão curto! Será que não podes encompridar um pouco mais o dia?

___ E tu não achas que já não faço o bastante em logística? Faça-me o favor!

___Certo. Vou precisar de alguns acessórios, quem sabe um chapéu, um óculos escuro e um hidratante, pois o sol vai castigar hoje.

___E qual perfume tu vais querer hoje?

___O meu preferido, o Alecrim.

Assim, bastou um zás e eis que o homem apareceu caracterizado e lá se foi cumprir a missão de transformar as pessoas e o mundo.

E foram tantos os quais ele tocou que é impossível contar. Corpos e almas que ele transformou. Sementes plantadas de bondade em mentes rudes, que ele conseguiu fazer vicejar.

Então, ao cair da noite, ele retornou ao seu esconderijo no oco da grande árvore da Vida para descansar, foi quando a mãe Terra se aqueceu e preparou uma cama de folhas perfumadas e macias sobre as quais ele adormeceu, esperando por um novo dia.

Quanto àqueles aos quais ele tocou de corpo e alma?

Estes também voltaram para suas casas exalando um doce cheiro de alecrim.

Ondina Martins
Enviado por Ondina Martins em 17/11/2022
Reeditado em 01/12/2022
Código do texto: T7651891
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