A Arte, e o novo Tempo 23
O protagonista, das profundezas que a fala o imergiu, terminado de realizar o comando, direcionado ao espírito do jovem, se viu dando acolhida ao interlocutor.
O jovem havia recostado sua cabeça no colo do artista.
Estavam sentados ao chão do palco.O menino, nem dormindo, nem acordado, com os olhos semicerrados.
O estilingue desarmado, lânguido, dependurado no pescoço.
A pedra que vigia até pouco antes engatilhada, jogada ao chão, esquecida, tornada absoleta para a mente que havia esquecido de si.
A música ao fundo entoava melodia gerada por compositor que entendia do sono profundo dogmático.
Os arranjos, os harpejos e os acordes, soados numa construção de grupos de notas musicais que denunciavam a intenção daquele que compôs a melodia; atingir o alvo da audição do ouvinte, matar o desejo da alma provindo da ignorância, da ira, e da cobiça.
Levar a vontade esquecida do Eu Sou, ao caminho único disponível a todas as almas para o renascimento espiritual, aquele que desagua o ser no objetivo, no instante para realizar a entrega, o ser banhar-se na fonte toda penetrante da Clara luz, aquela realidade essencial de onde irmanam os atributos Feminino- Masculino Divinos. Respectivamente, germinador e gerador de todas as causas, sementes das coisas, materiais e imateriais.
Na música, vinha imantado na sonoridade alquímica, a Beleza, a Bondade e o Amor Incondicional Divinos, como antídotos curativos para a alma doente, que estava sendo chamada ao despertar espiritual, que daria recursos para o encontro de sentido e significado a sua existência. A vida.
Como aos sete chacras, que lhes são atribuídos a função de gestarem a vida no corpo humano, às sete cores do arco íris, referencial que estampa o grupo de cores visíveis pelo olho humano.
Às sete notas musicais, a arte de exprimir os sons, que no palco, buscava levar, pela audição, o mobilizar da alma do jovem à autorrealização
A arte, que estava em cena em plena expressão, seja ela originada de qualquer sentido do corpo, não tinha outro objetivo, a não ser, a busca e o alcance da natureza superior do homem.
Terra Sagrada.