O monstro que habita em mim
Por vezes eu quis matar o monstro que vive dentro de mim. Achava que ele era indomável. Que eu não tinha forças para controlá-lo. E todas as vezes que ele ficava enfurecido, eu agia no impulso, debatia com os outros, alterava a minha voz. Sentia – me valente como o monstro. Todo o espírito de covardia era dissipado.
Ninguém me humilhava, ou me desrespeitava, porque se levantasse a voz contra mim, ou atentasse contra minha honra; pronto...O monstro despertava e me defendia.
Com o tempo, percebi que quando o monstro adormecia. Eu me tornava omissa e passiva demais, de maneira que as pessoas me manipulavam, me faziam sentir uma imbecil. Eu colocava a vontade dos outros acima da minha e não sabia dizer não.
Depois sentia um vazio, uma dor no peito e muita irritabilidade e com o meu choro eu despertava novamente o monstro dentro de mim, que esbravejava e me acolhia.
Agora aprendi que eu não posso desejar a morte do monstro, porque preciso dele, pois quando estou prestes a ceder por causa da pressão, ele surge, ruge e então ajo e reajo bravamente na maioria da vezes, ganhando respeito e autoridade perante aos outros.