ACHADO ARQUEOLÓGICO (V)
ACHADO ARQUEOLÓGICO (V)
O caro leitor que chegou até aqui nesta narrativa. Está tendo sua mente desafiada a pular de uma para outra dimensão no tempo. A abrir-se aos espaços narrativos diversificados: começando por menções ao Livro de Enoque, passando por túmulos de esqueletos de gigantes em vários países mediterrâneos, chegando ao Grande Dilúvio, ao extermínio da grande maioria dos nefilim, gigantes da Antiguidade, visualizando a Arca de Noé e a Nova Aliança do Deus Et com humanos pós-diluvianos.
Nossa viagem chegou ao questionamento sobre o porquê do desaparecimento repentino de culturas mesoamericanas e outras, teriam Ets algo a ver com isso??? O papel real dos “Homens de Preto” na cultura dos EUA, a reengenharia de naves Ets nos subterrâneos da pesquisa científica militar americana, o papel vergonhoso da Instituição Smithsoniana na queima de evidências de esqueletos gigantes, com cobranças de juízes da Suprema Corte para que justifiquem o injustificável ato administrativo contra a cultura e a civilização.
Chegamos ao confronto fictício de modelos nacionais anorexas em contraposição à possibilidade de mulheres gigantes terem sobrevivido ao período pós-diluviano e terem tomado o lugar delas nas passarelas atuais da moda. A existência da Capitu, personagem de Machado de Assis, ser também ela uma gigantesca criatura de uma realidade que não se confirmou.
E se uma Capitu gigante escrevesse uma carta explicativa a um “Bentinho Grandão” dizendo que ela não tinha cometido a traição à qual ele desconfiava que tivesse perpetrado??? Se ele, Bentinho, houvesse se convencido da argumentação dela e a fizesse conviva de um almoço comemorativo da reconciliação do casal??? Refeição regada a vinho!!! Imagine você o tamanho da garrafa e da tigela de feijoada. E se o casal saísse da comemoração de pileque??? E se na cama cruzassem os lábios dele nos grandes lábios ansiosos e eróticos dela???
E se morressem ambos desiludidos do amor??? E os médicos fizessem a autópsia dos desiludidos que se mataram??? Como afirmara aquela poesia de Drummond: que grandes corações possuíam, vísceras imensas, tripas sentimentais e um estômago cheio de vaidades da moda e nostalgias de apetites grandiosos.
Que diferença de essência teria o casal gigante, encontrado congelado na Antártica, das modelos magrelas e de suas anorexias a serviço dos Narcisos da vaidade??? Afinal, essas modelos que desfilam para as grifes chiques com o fito de disputarem qual delas consegue ser a mais magra na São Paulo Fashion Week, com roupas da grife Triton, estão longe do padrão comum das mulheres da vida real, do mundo real, do trabalho real fora das passarelas, das rodas chiques, dos motéis onde comercializam a vigarice erótica, enquanto a ambulância não chega para corrigir as mazelas de uma fisiologia artificial, no metabolismo anal de uma beleza para usufruto dos barões da moda, nas trágicas histórias tipo “House of Gucci”, filme de Ridley Scott, sarapintado por Lady Gaga e Adam Driver.
As modelos e as anorexias do mundo da moda, a simpatia pelas bulimias, estão sob pressão sociocultural: buscam na vaidade e na ambição por um corpo perfeito, atingir um ideal inatingível. Algumas delas fazem duas únicas refeições por dia. Alimentam-se de quatro ou cinco folhas de alface, no almoço e no jantar. Quando muito, com uma sobremesa de um pequeno bolinho de chocolate.
Fica evidente que, se uma modelo gigante, com quatro ou cinco metros de altura, se submetesse a uma dieta dessa, logo estaria a parecer uma monstruosidade tão apavorante, que nem o filme mais horrível de terror poderia reproduzir.
Não poucas dessas garotas, levadas pela compulsão de permanecerem magras para as passarelas, morrem desiludidas em meio ao luxo vaidoso dos compromissos modelos. Os corpos terminam encaixotados competentemente: seguem em direção à última habitação. Desiludidas por não terem conseguido a perfeição física, iludidas pelo desejo Narcísico de uma beleza arbitral, seus corações e mentes são conduzidos, assim como suas tripas longas, não tão imensas como as que seriam as da modelo gigante, aos sete palmos de chão. Não mais dançarão o samba nos desfiles de carnaval. Mas sobre suas tumbas dançarão aqueles e aquelas que vão usufruir de sua obsessão pela anorexia.