Contemplação
Texto original escrito no site "eucigano.com/blog"
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Com a face iluminada pela lua, abro meus olhos, amplio meus sentidos e contemplo, na percepção do meu Ser, a presença da força que me vincula ao Universo. Minha força. Minha Centelha. A mesma que está envolta à todos os Seres, indiferente à distância que lhes é imposta.
Assim percebo, compreendo e aceito.
Após alguns momentos passados na imersão de minha presença, ponho-me de pé e passo a observar os detalhes que compõem o ambiente.
A clareira octogonal é cercada de árvores de aspecto centenário. Grossas, grandiosas e imponentes a qualquer Ser que tente fazer frente à sua Selvagem majestade.
Plantas e flores das mais variadas formas e cores completam os pequenos espaços que separam as árvores, em volta da clareira.
Inspiro e aprecio um perfume único, fornecido pelas essências das diversas flores e plantas, numa combinação doce, floral e perfeita para o ambiente.
Conforme caminho, vou percebendo a variação da luminosidade presente no local. As cores intensas, brilhantes e pulsantes, presentes nas pétalas das flores se fundem no ar. Possibilitando a luminosidade incrível e curiosa; dando vida à negritude da escuridão imposta pela noite.
O céu escuro e limpo de nuvens possibilita a visualização das estrelas, dispostas em constelação diferente da que conheço. Seu brilho reflete com intensidade no pequeno lago de água calma e límpida, localizado ao centro da clareira.
Paro às margens do lago, ajoelho e não exito em molhar minhas mãos nas águas curiosamente quentes. Estremeci ao sentir uma estranha energia emanando da água e irradiando pelo meu corpo; a simultânea sensação de leveza e frescor encheram de prazer os meus sentidos.
Ao encarar meu reflexo, não enxerguei o meu rosto mas sim uma curiosa combinação de folhas e flores se movendo no ar como em resposta ao vento, em espiral, e formando a silhueta que me encarava no espelho das águas.
Assim permaneci, apreciando e contemplando aquele esplendido e incomum ambiente.
Aos poucos, a luminosidade ficou difusa, as plantas perderam sua forma juntamente com o lago que, antes nítido e transparente, agora se perdera de minha visão.
O perfume do ambiente se exauriu de minha percepção.
Então, fecho meus olhos e percebo aos poucos a tão conhecida sensação do despertar matinal.
Despertei, abri meus olhos e agradeci!
Eué Ó Ossain!
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Texto original escrito no site "eucigano.com/blog"