O SÍTIO DO JOÃO DE BARRO BRANCO-5
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O dia amanheceu ensolarado. As sete horas d. Ida tocou a sineta.
— Levantem-se, está na hora do café da manhã.
Eles marcharam juntos para a casa grande. Na mesa havia panquecas, marmelada, ovos mexidos, pão caseiro e café com leite.
— As meninas colhem frutas do pomar, os meninos ajudam a ordenhar a vaca, trocar o feno do curral, debulhar milho para alimentar as galinhas.
Depois de comerem, foram ajudar seu Atílio se divertindo por estarem entre os animais e se sentirem úteis.
Pela tarde foram com d. Ida e seu Atílio fazer um piquenique, perto do riacho. No rio havia duas canoas com remos, assim faziam exercício físico remando rio abaixo. Ao sol se por, retornaram exaustos e se recolheram para as casinholas nas árvores.
Eles conversavam na cama.
— Eu estou gostando de passar as férias aqui nesse lugar. '' ''
— Eu acho esse vilarejo primitivo, e mal assombrado.
Yarim olhava com o binóculos pela janela. — O espantalho não está mais na estaca, acho que ele sai caminhar durante a noite, pelo milharal.
Vamos para o Bio Reservado ver os animais. Levem lanternas na mochila levarei meu estilingue que fiz, encham de pedras nos bolsos. Se algum animal selvagem nos atacar, poderemos nos defender.
— D. Ida falou que é proibido ir lá, se descobrirem seremos denunciados pra polícia, iremos parar na prisão, por invasão de domicílio, perturbação dos animais e desacato da lei.
— Pare com suas bobagens Zildete, voce sempre quer estragar tudo.
Assim todos eles passaram pelo buraco de pedras soltas e arbustos da muralha e se adentraram no bosque escuro. Logo foram surpreendidos por ganidos agudos, som de ferros e risadas.
— Esse bosque é povoado por lobos, bruxas e fantasmas dos animais mortos, enterrados no cemitério dos bichos. Vamos voltar.
— Cale a boca Zildete, sua medrosa. O som de metais, ferros e correntes são do pássaro Araponga, o ferreiro. Os ruídos parecidos com ganidos e risadas, é da Mobelha Grande ou Gavia. Voce não estudou Biologia nem Ciências na escola?
Yarim retirou da mochila uma garrafa. — Eu desenterrei uma das garrafas que seu Atílio enterra no milharal. Dentro há apenas um pouco de pó igual cinzas, na tampa de rolha tem uma cruz riscada.
— Para mim parece ser fumaça. Quem iria guardar fumaça numa garrafa, depois enterrar? Abra logo a tampa para saber o que é essa névoa.
Arísia retirou a rolha, mas apenas uma neblina leve saíu da garrafa e se dissipou entre as árvores.
— Voce esperava que havia um gênio dentro da garrafa, tipo Aladim?
— Lohan e Saori se mostravam cuidadosos. Alguns metros na frente, passeavam dois filhotes de porco do mato.
— Atenção, a mãe sempre anda por perto e irá nos atacar a qualquer momento. Tentem subir nas árvores. Mas o aviso foi tarde demais.
De trás dos arbustos surgiu o porco selvagem grunhindo, vindo na direção deles, furioso.
De repente se escutou um assovio, uma silueta preta saltou e montou no lombo do porco selvagem desviando o animal do lugar, desaparecendo entre as árvores. Os filhotes seguiram atrás.
— Voces viram esse ser estranho? Ele salvou nossas vidas! Creio que era um duende, o tal de Curupira!
— Eu ví apenas uma imagem escura. Por certo era o Lobisomem. Vamos voltar, antes que percebam nossa ausência, e avisem a polícia.
O grupo retornou em silêncio para o sítio e foram se acomodar nas suas choupanas nas árvores.
Seu Atilio conversava com d. Ida. — Está faltando uma das garrafas, creio que as crianças furtaram, abriram a rolha e libertaram o tinhoso.
— Voce está dizendo que eles deixaram um Saci livre? Precisamos capturá-lo antes que seja tarde. Esses jovens são bisbilhoteiros, irresponsáveis, não sabem o que fizeram. Irei ter uma conversa séria com eles amanhã...
-segue no cap.6
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