O SÍTIO DO JOÃO DE BARRO BRANCO-2
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Os dois amigos Lohan e Saori de 14 anos, tinham muita coisa em comum:
Eles eram preguiçosos, obesos, desordeiros, rebeldes, faltavam as aulas e passavam horas no computador, brincando e jogando. No quarto haviam roupas espalhadas, lixo transbordando, cadáveres de moscas nas teias de aranhas, restos de pizza mofada. A mãe tinha desistido de bancar faxineira dele, para ver se ele mudava.
Noutra cidade, viviam Zildete de 13 anos e seu irmão Yarim de 12 anos.
Zildete era desobediente, intrigante, detestava ir na escola. Yarim era uma espécie de gênio da família, consertava relógios, eletrodomésticos, tirava boas notas e queria estudar Bio Medicina no futuro. Sua paixão era observar as estrelas e planetas com o telescópio, presenteado por seu pai. Seu hobby maior era bancar o detetive, investigar e descobrir pistas. Numa maleta ele reuniu câmera, binóculos, lupas, e lógicamente alguns aparelhos rastreadores de fabricação própria, como detector de rádio frequência, movimentos, luzes, calor e frio, umidade, usados para medir fenômenos sobrenaturais.
Num outro bairro morava Arísia de 15 anos, uma mulata de cabelos crespos e gorda. Ela era filha adotiva, e na escola sofria Buillyng dos colegas por sua aparência. Ela se empanturrava de bombons e doces e já havia tido problemas com o juizado de menores.
O grupo desses 5 adolescentes tinham suas férias de 6 semanas pela frente. Seus pais trabalhavam para sustentar a casa e as despesas, e não podiam se dar o luxo de custear viagens de veraneio.
Mas apareceu uma ótima oportunidade. Na internet a proprietária dum sítio dona Idalina, oferecia estadia grátis com refeições nas férias, em troca de ajuda em leves afazeres do sítio. Os pais fizeram a reserva para seus filhos, e foram aceitos por dona Ida, como era conhecida.
Apesar de nenhum se conhecer, iam todos para o mesmo lugar passar as férias juntos.
Empolgados com a oportunidade, de viajarem sózinhos, arrumaram suas mochilas com seus pertences. Assim no sábado cedo, foram levados até a estação pelos familiares e seguiram de trem rumo para a colônia de férias, num vilarejo pacato e bonito, onde a natureza ainda se preservava e o ar era mais puro para se respirar.
O grupo observava a paisagem pelas janelas, contentes e aliviados por ficar o mês todo longe dos pais, sem escutar sermões e queixas.
Eles logo fizeram amizade entre si, conversavam animados trocando idéias e fazendo planos para se divertirem.
Apenas Arísia reclamava para Zildete parar com suas fantasias infantis de contos de fadas, influenciada por personagens fantásticos.
Depois de quatro horas de viagem, o trem parou finalmente no pequeno povoado. No ar pairava um aroma de mel e flores silvestres.
— Chegamos, vamos desembarcar, não esqueçam suas bagagens.
— segue no cap.3
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