RUMPELSTILZCHEN-fim

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Edvan acordou e observou ao redor. Ele estava deitado numa pele de animal, dentro duma gruta de pedras reluzentes. No canto havia um sortimento de cenouras, abóboras, legumes e porungos com água. O ferimento no pé havia cicatrizado.

Uma criatura vestida de carmin, olhos cor de avelãs, barbas e cabelos ruivos se aproximou dele e estendeu-lhe um favo de mel e uma cenoura.

— Então era voce que me presenteava comida e água, meu nome é Edvan. E o seu qual é? O ser não respondia, apenas olhava para ele.

— Voce não gosta de falar, não é mesmo? Há quanto tempo estou aqui?

Como resposta ele riscou na terra do chão uma ampulheta.

— Isso é impossível, voce está me dizendo que eu estou aqui há quatro anos? Só se passaram alguns dias desde que estou aqui, tenho certeza.

Edvan mirava aquele ser estranho, então um clarão passou na sua mente confusa: — Um Kabauter! Seu nome é Rumpelstilzchen! Voce existe de verdade! Voce é uma legenda!

O Kabauter estendeu a ele uma picareta de pedra, indicando a parede.

— Voce quer que eu retire as pedras? Edvan bateu de leve soltando alguns cristais.

— Minha nossa, isso são diamantes, devem valer uma fortuna.

Rumpelstilzchen fez um sinal para ele o acompanhar. Nos fundos da caverna ele rolou uma grande pedra, que conduzia para fora.

Lá havia uma horta com canteiros de verduras, pepinos, couve, rabanetes e um olho dágua.

— Se voce vive aqui nessa floresta, deve saber o caminho de volta.

Eu quero voltar para minha casa e minha família, na Bulgária.

Voce é um duende, então tenho direito de fazer três pedidos. Ajude-me a sair desse matagal sem fim...

Rumpelstilzchen o levou até o círculo de terra brilhante, onde não cresce vegetação, e bateu seu cajado de pinho três vezes no chão.

Edvan viu ao longe a saída e os edifícios duma cidade.

Ele foi andando até lá, pediu informação para os passantes, que lhe indicaram um distrito policial.

O delegado após ouvir sua história, tentou localizar os familiares na Bulgária. Ele foi levado para um abrigo de menores, para aguardar.

No dia seguinte, seu irmão Tobias, seu pai e sua mãe vieram buscá-lo.

— Hei garoto, voce é um adolescente agora. Estamos felizes por ter voce novamente, disse Tobias.

A mãe sorria feliz. — Vamos comprar roupas para voce e ir ao cabeleireiro, Edvan. Meu menino, eu sabia que um dia iríamos nos reencontrar. No outro dia eles tomaram o avião e voltaram para sua casa na Bulgária. A família estava completa outra vez.

Tobias se mostrava preocupado com Edvan:

— Ele conta uma história de fantasia, do tal coboldo Rumpelstilzchen que cuidou dele na floresta e possue uma mina de diamante, acho melhor voces levarem o garoto num psiquiatra.

Se eles vissem a esmeralda que Edvan tinha ganhado de presente, iriam talvez acreditar. Mas isso era segredo dos dois e ninguém poderia saber jamais.

Na floresta de Hoia-Baciu, dentro dum anelo de luz, dançava Rumpelstilzchen. Parou de repente ao sentir uma presença.

Pelas árvores ia uma sombra deixando um rastro de fumaça.

— Hey, Saci- Pererê, que tal trocar seu cachimbo por uma das minhas pedras de diamante?

— Tente me pegar primeiro, ferrugem!

Os dois saíram correndo brincando de pegador entre as árvores.

Fazia cem anos que ele tentava capturar o Saci, um dia ele iria conseguir e enfiar esse tição dentro duma garrafa.

FIM

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 23/02/2021
Reeditado em 23/02/2021
Código do texto: T7191299
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