RUMPELSTILZCHEN-2

O tempo passava, Edvan desorientado, se adentrava cada vez mais naquele labirinto de árvores. Ao anoitecer, cansado de andar em vão, procurou abrigo entre os arbustos. Recolheu alguns galhos e folhas, fazendo uma espécie de toca e se escondeu lá dentro. Olhou na mochila, dentro havia apenas um pacote de bolachas e uma garrafa pet com um pouco de água.

Deitou-se coberto pelas ramagens e adormeceu de cansaço.

Despertou ao amanhecer com a claridade e saíu pra fora. Ao lado havia uma grande folha de baldrame com nozes, cogumelos, ameixas, um porungo com água e uma flor. Então havia mais alguém por ali. Essa pessoa estava tentando ajudá-lo a sobreviver, trazendo água e frutas para ele.

— Hey, tem alguém ai? Meu nome é Edvan, estou perdido e sózinho nesse matagal! Obrigado pela refeição generosa. Mas apenas o silêncio era a resposta.

Comeu as frutas, depois saíu a vasculhar o bosque. Precisava encontrar água, devia ter algum córrego em algum lugar. Caminhou algum tempo mas encontrou apenas algumas amoras silvestres. Pisou numa pedra pontuda e feriu o pé. O sangue tingiu a meia e o calçado.

Exausto, retornou para seu iglu entre as ramagens. Observou a sola do pé. O corte era profundo e dolorido. Estancou o sangue com uma folha.

Desanimado, deprimido com a situação, sentindo-se abandonado, foi dominado por uma crise de choro e soluços até adormecer.

No dia seguinte, viu que o ajudador misterioso havia depositado outra vez uma folha com uma melancia, favos de mel, flores de camomila e funcho, mais um porungo com água. Essa pessoa então tinha conhecimento de ervas e plantas. Talvez fosse feio demais e evitava de se mostrar.

Amassou as camomilas umedecidas com água e lavou o ferimento do pé.

Estava inchado e vermelho. Quase não podia andar. Era melhor ficar em repouso ali deitado, até melhorar. Fraco e subnutrido, a febre tomou conta de seu corpo e Edvan entrou num delírio, de sombras e vultos que o perseguiam, enquanto ele corria e clamava o nome de seus pais.

Longe dali, num círculo onde vegetação não nasce, no solo a terra é como um pó brilhante, uma areia com partículas de ouro, uma silueta vestida de escarlate, dançava reboleando um bastão de pinho, fazendo uma ventania levantado as folhas do chão.

Apenas as árvores escutavam a melodia que o pequenino ser, um Kabauter de cabeleira e barba ruiva balbuciava entre sussurros:

—'' Wie gut dass niemand weiß, dass ich Rumpelstizchen heiß ''.

(Bom que ninguém sabe, que Rumpelstizchen é meu nome)

Ao longe cantou o Alicorne, num presságio de infortúnio.

O Kabauter bateu três vezes seu cajado no chão, e num relâmpago de luz desapareceu. . . .

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- segue no cap-3

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NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 21/02/2021
Reeditado em 23/02/2021
Código do texto: T7189666
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