HABEMUS VACCINUS

Começou no último domingo uma nova série com grande audiência nas TV’s abertas, fechadas e em todas as redes intitulada “Vacination- an odyssey“, não, não é mais uma série da Netflix, é uma produção genuinamente brasileira, com adaptação do título para português, “O circo da vacinação”. Tudo começa numa reunião de cientistas desmascarados, pregando o uso de máscaras e anunciando aos três ventos ( um dos ventos exauriu-se do pulmão do mundo, fake ), habemus vaccinus. Imediatamente um dos mocinhos/bandido ( nesta série há uma inovação importante, os personagens tem múltiplas facetas, qualquer coincidência com o mundo real não é mera coincidência ), traz a público uma respeitável senhora negra para simbolizar o início de uma nova era, a dos com e dos sem vacina, e uma galera exortando o momento em discursos emocionados. Há um momento de grande expectativa, todos ouvem a respeitável senhora e rezam para que ela não se transforme em jacaré. O mocinho/bandido faz um discurso e chora lágrimas de crocodilo. Na sequência, em lugar distante e não sabido um outro mocinho/bandido permanece calado, dando a entender que está alinhavando um álibi para escapar das estocadas do calcinha apertada (uma das fantasias/disfarces do mocinho/bandido). Conhecido como Táok, chama então o sargento Garcia, ordena que vista uma fantasia de general e vá para a frente de batalha e grite em alto e bom som “ A vacina é nossa “ ou “Ame-a ou deixe-a”. O sargento incorpora o personagem, chama a um depósito periférico um monte de mocinhos/bandidos, que unidos declaram guerra ao invisível. Em plena desordem partem aviões carregando substâncias contendo agentes patológicos atenuados que combaterão o invisível inimigo. Nos diversos destinos das aeronaves há cenas épicas de pastelão, num deles chega uma aeronave diferente, com vacinas desviadas, que são levadas ao Cristo Redentor e mais uma senhora negra é vacinada e tome discurso, anuncia-se então com grande pompa e circunstância que o feriado de carnaval está mantido, mas não haverá folia, ninguém escuta essa parte do discurso, estão todos na praia.

A terra está em transe, encerra-se o primeiro capítulo com a imprensa, toda vestida de marron glacé, babando ovos ao invés de bílis.

Segundo informações oficiosas nos próximos capítulos haverá:

. Falta de vacinas

. Exoneração do Sargento Garcia

. Ataque do Grande Satã na floresta

. Sputinik com comunistas infiltrados

. Estádios vazios e hospitais abarrotados

Numa chamada após o encerramento do primeiro capítulo os patrocinadores anunciam um “vende-se ou passo o ponto”.

Quem viver ou sobreviver verá.