A MENINA E OS FEIJÕES
Conto
A MENINA E OS FEIJÕES
Lá em uma terra distante, de chão vermelho, ventos fortes que formavam redemoinhos, levantando folhas , papel,
revirando sombrinhas , havia uma menina sonhadora. Ela ficava entre admirar estarrecida, ou medonhamente feliz, amedrontada. Pois diziam que nos redemoinhos estava o Saci Pererê , e escondia o homem do saco, como se todos não o tivessem, mas naquela
época ela não sabia , mas vamos aos feijões.
A mãe incumbia -lhe , entre outras funções, de escolher feijão , tipo os maus e os bons para cozinha-los . E começava a escolha, ou melhor a batalha. A grande mesa velha de madeira, transforma-se em planícies, intensos rios, aldeias indígenas , grandes montanhas de penhascos profundos.
Fortes militares que se instalavam nos territórios indígenas. Os feijões que tinham a bundinha achatada, ela colocava - os em pé , uns
eram índios outros soldados. Os gordinhos generais os magrinhos capitães, ou apaches, os pauzinhos viravam grandes fogueiras para sinalar perigo. Dos ataques nas aldeias, quando era feito o pedido de ajuda a outras tribos, para a batalha que advinha.
Assim o trabalho era prazeroso para a menina, nem via o tempo urgir, e se sobressaltava com o grito da mãe. _. Esse feijão é para hoje, sai ou não sai ? Era um esparramo só, escolhido não escolhido, índio apache, soldados caídos dos cavalos. Já não sabia se era os inimigos crow , que faziam escalpos tanto de índios ou soldados
pele vermelhas, ou os aliados cheyennes e os sioux . Enfim todos juntos misturados , e ter que escolher novamente, dessa vez sem mente.
Entre riso e pressa, o medo de apanhar da mãe.
Terminava rapidinho ufa! Concentração, tristeza , todos bons para a panela, os ruins no mato....
São vidas batalhadoras, os cavalos, lobos, os cocares , machadinhas tudo acabado e depois ainda comê-los . A menina até hoje não come feijão, porém dali a três dias teria nova batalha, com os cheyennes, o gordo tenente coronel George.Na batalha Little Big Horn (Pequeno Grande Chifre) e o capitão iriam recber a sua amada vinda na diligencia .
Ansiedade , a menina da terra vermelha ainda existe logo conta mais uma história
ADELE PEREIRA
20/12/20