Pepê - BVIW
Desafio da semana: Desculpe o auê
O Príncipe deslizou o manche e começou a manobra de pouso. A aeronave aterrissou suave, como era manso o olhar do Pepê, apelido do Pequeno Príncipe. Ao desembarcar e pisar em terra firme, ele não esperava uma numerosa recepção. Foi preciso piscar muitas vezes pra tirar os pensamentos de nuvem, a fim de darem lugar à dialética.
A rosa trouxe um jardim inteiro de rosas, todas solicitando o mesmo amor dedicado a sua rosa.
A raposa, toda a alcateia do sul, cobrando responsabilidade pelo amor que cativou. Esse, cheio de saudades e lonjuras…
O carneiro trouxe um container cheio de caixas pra libertar a imaginação dos adultos, tão contida sob a pressão do crescimento.
A serpente, com seu grupo, rogando meios de convencer os políticos a usarem da franqueza para suas verdadeiras aspirações de governo.
E ainda a turma de bêbados trôpegos, os homens de negócios com suas gravatas, os acendedores de lampiões e seus fósforos, os estudiosos de geografia e de astronomia, com seus mapas e, mais ainda, os elefantes da África, todos usando chapéus!
Pepê sentou-se no cume do morro, a fim de avistar toda a multidão, eloquente e barulhenta, esperou que pudessem ouvir o ruído das asas de um mosquito voejante e, aí falou, docemente: quando estive aqui pela primeira vez, vocês me ensinaram todas essas coisas, das quais eu não me esqueci. Por que não multiplicaram entre si esses conhecimentos? Ensinar é praticar o amor!...
Daí a rosa, que representa a fecundidade do amor, replicou em nome de todos: - Descupe o auê, Pepê! Voltaremos pra casa ciosos de que, praticar o amor, começa pela não aglomeração nesse momento de pandemia… Um a um foram indo, até que passaram-se 7 horas quando, enfim, Pepê ficou sozinho com o vento. Aí puderam conversar!...