LAR AMARO LAR Fase 3
Fase 3: Operação PO´STELAR
Em situação de emergência, toda a defesa brasileira e de outros continentes já estava reunida, em complô, na área 171, que era uma imitação da área 51 de defesa máxima americana do passado, e que no Brasil, era conhecida, popularmente, de VAZA , em alusão zombeteira à NASA famosa.
Após e imediatamente, tendo tomado conhecimento dos relatos de Dr. Severino Baião, fotos e filmes, para lá se dirigiram, armados até os dentes, de tanques bélicos robóticos e explosivos de curta e longa distâncias, inclusive, um grupo de elite do exército japonês, que após ter experimentado todos os tamanhos, iriam testar a sua mais nova arma de ponta. Uniformizados, portando estinlingues, com uma bolsa carregadora a tiracolo, lançariam seus minúsculos estalos, do tamanho similiar dos próprios (aqueles que as crianças se divertem). Contudo, esses explodem e dizimam, geralmente pela surpresa da não identificação de chegada, incrivelmente instantânea, batizados de Tatac, e de aviões -caça, tipo Vant, monitorados ou pilotados, sádicos.
A Força Aérea Brasileira sobrevoou e pairou sobre a área, e o grupos dos variados soldados de defesa circundaram toda a residência, em posição de ataque. Tomando a palavra, e por medo e precaução, utilizando um altofalante “cheguei”, Dr. Severino iniciou a tentativa de comunicação...
Por outro lado, os Luzinhas, diante do arsenal percebido, convocaram, telepaticamente, todos os outros que sobrevoavam o planeta, e como num flash, numa visão de fogos de artifício, apresentaram-se . Simultaneamente, um som propagou-se no ar, do canto de um pássaro combinado a outro, metálico futurista, identificados na música Cirrus Minor. As pequenas naves brilhantes pairaram sobre os aviões-caça, tornando-os estáticos no ar, e posicionando-se sob eles, todos assistiram as centelhas de luzes sairem pelos orifícios dos discos, como uma chuva prateada, e, em seguida, emendando-se em círculo, envolvendo todo o arsenal humano.
Houve um sentimento de pânico coletivo. Momentaneamente, aconteceu “um branco” nas mentes. Ficaram todos paralisados, como se estivessem dentro de um clarão ofuscante.
Então,os Luzinhas, na tentativa de se fazerem entender, pacificamente, optaram pela forma do órgão comum a todos, e continuando assim a rodeá--los, ligados uns nos outros, formaram um grande coração. Porém, diante do continuado estado de comoção geral, separaram-se, e cada meio metro aparente, tomou a forma de coração pequeno,posicionando-se acima de cada cabeça humana.
O êxtase dominou a todos, diante do espetáculo surreal...Vários e vários corações brilhantes, balançando, aproximando e distanciando, numa dança ritmada, acompanhando o som do canto do pássaro. Mas, infelizmente, a maioria que ali estava não alcançava a comunicação telepática. Então, como tinham assimilado todos os idiomas terrestres, usaram a forma da escrita. Cada coração retornou à anterior forma de linha reta, e unindo, ponta com ponta, formavam letras e palavras, como se fosse um letreiro luminoso, e a comunicação foi realizada. A palavra PAZ foi escrita, repetidas vezes no ar. Um deles, mais brilhante que os demais, por serem centenas em um, colocou-se na altura, mais ou menos distante uns dois metros de seus olhos, juntamente ao lado de outro, do mesmo tamanho, cuja tarefa era transformar e conduzir o som de voz, e como a comunicação não mais ia ser feita escrita, todos os outros eram vistos como pontinhos luminosos, aos milhares. E se fizeram ouvir :
-Somos conhecidos como “ Luzinhas”...e somos a poeira cósmica, a consciência universal. Estão nos vendo ampliados, somos tal ou menos que grãos de areia de seus mares, e nossa função é germinar conhecimento, interferir em mundos em crise. Fizemos um estudo de sua Terra, seus viventes e sobreviventes. Há anos, observamos que o ar, que é o elemento básico da vida, está rarefeito pela negligência do grupo producente material, muitos inconscientes, alterando as estações climáticas, causando desequilíbrio no ecossistema.
Não percebem todas as consequências, também ocorrem distúrbios internos emocionais de conduta nas espécies, até em si mesmos.
Após um consenso, resolvemos ajudar, somente com o intuito de prolongar a vida saudável desse planeta. Então, escolhemos áreas que estão mais poluídas com o lixo destrutivo, e resolvemos atuar, sugando os gases nocivos e aplicando um pulverizador revitalizante nas espécies vivas. Adquirimos essa tecnologia. Porém aconteceu uma falha. Inexplicavelmente, ainda erramos!
Os grupos, humanos e animais, teriam que, como fizemos nos testes preliminares, serem purificados das impurezas, e congelados, para que pudessem absorver nossa energia revitalizante. Em descuido, aplicamos no estado e temperatura em que se encontravam, causando a desintegração. Seus corações não suportaram a forte dose de oxigênio in natura, misturada à fagulha de nossa energia escura, anti-matéria. E não conseguimos revivê-los.
Contudo, os desintegrados, vocês falam desencarnados, tendo cumprido ou não seu tempo cronológico, têm a oportunidade de observar suas fases de evolução, e renascem, até conseguirem alcançar a consciência de sua natureza perene, tornar-se luz, em potencial máximo.
Já falamos: nós somos os seres mais antigos do universo. Vivemos e renascemos no mundo original, e em outros, temporários necessários , até alcançarmos a evolução interior, a que estamos destinados. Porém, aconteceu o final: nossa derradeira e muito antiga estrela, após adquirir a potência maxima de suporte, de causa incidente estelar maior, juntamente com todos os seus ocupantes, no estado pleno de evolução, incorporou-se, e implodimos juntos. Somente nessa situação de desintegração, ocorre o esquecimento do mundo de origem.. E não mais incorporamos a nenhum corpo físico, exceto entre nós mesmos. Habitamos para sempre o universo desmaterializado. Todavia, permanece uma curiosidade insaciável, de saber o ponto inicial da existência, entendem?
Houve um silêncio pesado, onde todos se olharam estupefatos...
Dr. Severino, astrônomo, um sensitivo, embora não admitisse esse dom, era, de fato, o único que conseguia falar e, pelo altofalante, sua voz ecoou:
-O que querem de nós? Viiixi! Nos matar a todos? Querem tomar nossa casa? Falem! Quem são vocês, de fato? Ao menos, têm nomes?
-Todos somos Luzinhas, sem distinção, sem rótulos, temos o mesmo grau de valores de potências, mesmo que, em determinados momentos, não sejamos iguais em intensidade.
Pode me chamar de Can, e ao meu lado, a Uéb, como um factótum, indispensável para toda a obra.
E curvaram-se em saudação. Aproximando-se, agora na forma de T, captando e refletindo o formato de seus olhos arredondados, fixando-o, Can perguntou: - E o seu?
O astrônomo, denotando o mesmo desconforto do trio japonês, anteriormente confrontado, em, frente a frente, fixar seus próprios olhos, antes de anunciar seu nome, não conteve o tom zombeteiro e surpreso:
-Então, Uéb é mulher! Suas mulheres são iguais a vocês? Sem nenhuma forma? Que monótono!
-As vemos iguais por fora, mas por dentro sua composição é diferente, e necessitamos que assim sejam . Somos como as correntes, positiva e negativa, existimos lado a lado, reconhecendo a importância em igualdade, nos completamos, criamos e recriamos em perfeição mútua. Aqui, nessa situação, ela é minha voz...
- Ok. Meu nome é Doutor Severino Baião, mas pode me chamar de Bil.
Nesse instante, o fotógrafo, dando um passo à frente, também se fez apresentar, apontando a câmera:
-Look at me ! Look at me ! Meu nome é José Ruiz, mas pode me chamar, também, de Bill, com dois eles no final.
Can, entreolhando-se com Uéb, também surpresos, falou brandamente:
-Ora, ora, um fotógrafo americano, naturalmente naturalizado! --E Bill respondeu:
-Não, não, sou brasileiro, conterrâneo de Baião. Ok! Olhe pra mim!
E viu seus olhos refletidos na Uéb, e fotografou. Can continuou...
-Queremos iluminá-los. Porisso somos conhecidos como Luzinhas!.
Num segundo, agora com um semblante alterado, Dr. Severino respondeu:
-Não queremos sua luz! Temos a nossa. Se não sairem imediatamente, teremos que apagá-los! E não precisamos de sua tecnologia, somos auto-suficientes, gostamos de descobrir sozinhos as soluções, nem que seja preciso sacrificar milhões...
E, aos berros, apresentando emocional em desequilíbrio, esbravejou:
-VAZA! VAZA! VAZA!
Can e Uéb, em tom pausado e sereno, responderam, em dupla:
-Não conseguem nos apagar. Nossa luz é constante, enquanto houver um universo!
- Ah, é? ...Usaremos explosivos de alta potência, e serão dizimados. Virarão menos que fagulhas!
Can retomou a palavra:
-Engano seu. Absorvemos toda a energia de explosões,se necessário, e nossa luz expande-se, paralisando perigos ao redor. Viemos em paz, queremos ajudá-los, purificando o ar. Aconteceu uma pequena falha, mas podemos reparar, contribuindo a que vivam melhor no seu mundo.
-Como reparar? Vão trazer as vidas de volta? Certamente, não sabem o que é a dor da perda, famílias que ficaram sem seus entes queridos.
-Os que morreram aqui, já estão encaminhados para outros mundos. Claro que a escolha de onde renascer, depende do livre arbítrio de cada um...
Todos entreolharam-se, sarcásticos. Dr. Severino, colocando uma das mãos na cintura, questionou:
-Ora, ora, está me dizendo que para renascer, também, fica-se diante do livre arbítrio? Não há um algoz com tridente, empurrando para o inferno, ou um anjo guiando ao paraíso? Falem! Quem são vocês? Vai me dizer que é Deus? Ou será o diabo?
-Há espaços adequados para todos os gostos, tudo depende da atração ou rejeição das energias...e o “querer onde renascer”, depende da capacidade da força essencial de cada um, em determinadas fases. Somos o que serão vocês no futuro, quando este mundo se extinguir.
Os que tiverem alcançado a consciência interna do que são, se juntarão a nós, e não mais retornarão, salvo em missões especiais. Somente há uma questão: os que forem os últimos, os que se desintegrarem na implosão ou explosão natural da esfera, esquecerão de qual mundo se originaram e, nessa única condição, buscarão, o saciar do saber do seu mundo primitivo, de origem......
Histérico, balançando a cabeça em sim e não, e agora com a outra mão, sacudindo o alto-falante, o Doutor respondeu...
-AH!!! Então nãaao saaabem, também, de onde vieram? Quem são e pra onde vão?
Risos geral! Houve uma euforia coletiva, e momentaneamente as auras humanas tornaram-se receptoras aos Luzinhas, numa cumplicidade amigável. E o doutor continuou...
-Está me parecendo teoria religiosa, porém, a prática no presente está proibida no planeta, até encontrarmos um consenso. Foi uma maneira de tentarmos conter os conflitos de crenças.
Vejo que aqui estamos diante é do sobrenatural..
.
-O sobrenatural só é, enquanto não se consegue enxergar as dimensões, os canais de inter-comunicação. Quando se adquire esse conhecimento, torna-se real. Mas essa realidade magnífica é vivenciada na medida e tempo certos. Tem que se estar preparado para ela. A luz cega, se for percebida surpreendentemente. A intensidade tem que ser adquirida amiúde, em propulsão gradativa, similar à tecnologia, quando o ideal é que o aprendizado do intelecto caminhe junto com o aprimoramento da máquina. Senão acontece, de fato, como na sua gíria, falam: “bola prum lado goleiro pro outro”.
E todos riram. Can continuou:
-Notamos que adoram siglas. Apenas uma curiosidade: por quê se apresentam como VAZA? Não são da PPFB?
Empinando o nariz , em soberba, Dr. Severino respondeu:
-Ahn ahn ahn...não precisamos entender o que significa a sigla, e sim o sentido dela, e “VAZA” quer dizer “fazer correr”, entendeu?
-Por favor, não se irritem ...Por quê não criam a ESTA (Estudos Submersos Terrestres e Aéreos) e submergem a fundo no mar, assim como na terra, inclusive, aprofundando-se aerados, enchendo-se de ar salutar, conhecendo, intimamente, seu mundo, em vez de mergulharem afoitamente no universo, com seus foguetes pesados e pontudos? ”Quem avisa amigo é”: num desses furos no escuro, podem vazar líquidos e gases, de cima pra baixo...
-Ora, ora, não meta o bedelho onde não foi chamado. Estamos caminhando para a leveza dos nossos foguetes, e podemos SIM, ocupar todos os espaços!
E Can, em tom suave, quase melodioso, continuou...
-Mirem-se no exemplo...
Todos já muito confusos, pensando que Can fosse compará-los às “Mulheres de Atenas” da música, puseram-se em riste na posição de ataque, mas ele completou:
-dos beijaflores...batem tão rápido suas asas, que paralisam no tempo, e colhem o que precisam em segundos...
E, em segundos, vários Luzinhas traçaram no ar a forma que um colibri exerce para beijar sua flor, possivelmente, em descanso programado... E completou:
- “Conhece-te a ti mesmo”, girando ao redor de ti...Desde que, sem obstáculos, girarás ao redor do sol, em apenas uma noite e um dia...
-Chega de filosofias... e não queremos sua sabedoria, nem suas tecnologias. Conseguimos soluções para os nossos problemas, o que queremos é que saiam de nossa esfera, espontaneamente.
E todos gritaram em coro : VAZA! VAZA!VAZA!
Uéb tomou para si a palavra:
-Podem esclarecer? É vaza com z ou vasa com s... ? Estão nos chamando de limados e enlodados? Ou estão mesmo nos mandando correr, como se não soubéssemos?... Talvez, pensem que estamos esgotados...ou quem sabe? ... planejando fundir o metal da nossa nave e verter em outro molde? E completou:
-Quem sabe? ...É sabido que tem de colocar o sinal de interrogação após falar quem sabe, não é fato? Com tantos significados para uma única palavra, pergunto: tem aí alguém nos vendo como parceiros, como jogando cartas no buraco, mandando baixar para que batam?
Agora, todos os Luzinhas, ziguezagueando em movimento frenético, transpareciam que riam muito...
-Ora, ora veja, Dona Uéb! Com toda essa sapiência, deveria saber qual o sentido do momento: estamos MANDANDO CORRER, o quanto puderem...
Cal ma men te, Can e Uéb, envergando-se em humildade, completaram:
-Como não querem nossa ajuda, é de praxe que façamos esquecer tudo que ouviram e viram, ok? Fazendo uma analogia aos dinossauros, vocês só diminuiram de tamanho...
Mas não desistiremos, continuaremos observando de longe. Até breve!
Sacudindo-se, em decepção, Can concluiu:
-Insaciáveis predadores, comedores até de palavras, tão empanturrados ficam, que na preguiça não conseguem criar outra, diferente, para substituí-la, e a emprestam com vários sentidos.
Por favor, leiam uma “folha” de papel de celulose, que deixaremos cair em vários continentes,
e criem outro tipo de “papel”, para que representem melhor. Estaremos assistindo o desempenho do “Predador Komocomo”.
E incontáveis “tchau tchau”, foram escritos no ar.
Num segundo, a luz intensificou tão fortemente, que sentiram o efeito de uma descarga elétrica, caindo todos desmaiados. E os Luzinhas alçaram voo, agora de fato, como fagulhas, sendo avistados como reflexos estelares, adentrando às naves.
Sorrindo, tranquilos, repetiam baixinho: vaza vaza vaza..., e outros: vazados vazados vazados...
O fotógrafo Bill foi o primeiro a despertar. Ainda estirado no chão, apontou:
-Vejam! Luzinhas! Serão ovnis?
Dr. Severino, que sempre esteve semi-acordado, e o único que não perdeu a consciência, disfarçadamente, falou:
-Verifiquem no radar, se captaram algum sinal...
Os pilotos, intercomunicando-se, confirmaram estarem todos atarantados, e enviaram em SOS: “MAYDAY, o tempo aqui parou, rastreem o ar, estamos retornando à base. Câmbio, desligo”.
Segundos, antes da saída da atmosfera terrestre, influenciados por Uéb, uma nave resgatou os três japoneses, Murasaki, Michiku, Shikibu, que ansiosos e eufóricos, secretamente, os esperavam, e criogenados, pra lá de frios, iriam viajar em standby.
Luzinhas possuíam a tecnologia de congelar por anos os corpos vivos, ressuscitando-os em qualquer época. Porém, o trio não sabia que, ao lado, em outro compartimento, modelos de uma certa família marinha seguiam, também congelados, muito vivos, com suas cabeças no lugar.
Os estelares iriam confrontá-los, a descobrir “quem era cabeça de quem”...
Por um tempo, terrestre, Uéb vinha perdendo energia, tremeluzindo com essa história:
“Não seria a inteligência transcendental japonesa, adquirida, copiada de alguma família estelar?”
Ao catalogar o Real Cod Gadus Morhua e seus primos, príncipes Macrocephalus, Saithe, Ling, Zarbo, souberam que são apresentados ao mundo terráqueo sem cabeças, secos e salgados.
Incumbida em desvendar esse mistério, viu a possibilidade de que, o grupo de olhos semi- abertos, após ter descoberto ser a espécie aliens, singrando os mares há meio milênio, fazendo de refúgio seu novo habitat, com a infinita magnitude universal de serem incorporados na humanidade, e de antemão, cientes que seriam digeridos por inteiro e frios, em larga escala, afim de ampliar a evolução por todo o globo, desde aquela época, o grupo japonês exclusivista, vir travando uma guerra de intelecto com essa espécie estelar, e, egocentricamente, desde aquele tempo, o selecionado grupo nipônico, vem comendo suas cabeças trituradas e cruas, num pacto secreto, maquinado, na época, com outro pequeno grupo norueguês e líderes americanos, apresentando-os como um troféu, com seus corpos descabeçados, usufruindo, seletamente, a tecnologia de primeiro mundo, distribuindo, somente, em princípio, o óleo de seu fígado à população do passado, tornando-os, apenas, desinfetados e fortes, e mais tarde, como Gadus dóceis, seus corpos acéfalos, e desse jeito formando uma população global subserviente, dirigível. Os portugueses, cúmplices, nunca acreditaram e nunca praticaram o sorver, deliciando-se, apenas, com os corpos. Daí sentirem-se enfadados na melancolia lamentosa, de não serem reconhecidos como vanguardistas.
...Seria o bacalhau, espacial?... Quem quiser, que acredite... ”Correu no sideral, que uma certa família estelar, sabendo que sua esfera seria extinta, submergiu em outro mundo, tornando-se sobreviventes “ Imperiais aquém-mares”...
Diante dessa dúvida, iriam precisar aprofundar a pesquisa. No entanto, acordaram: caso estivessem errados, os japoneses fariam a viagem de volta, sós, na luz, com a equação formulada . Se eles, Luzinhas, estivessem certos, retornariam, em missão, porém, trazendo-os como reféns: “Certos grupos, de mentes gananciosas usurpadoras, iriam sumir do mapa global...”
Não tendo sido, no presente, a missão cumprida, a operação PO'STELAR, foi adiada.
As naves, reunidas, preparavam-se para sair da órbita terrestre. Segundos antes, captaram sinais de SOS, e Can observou:
- Reconectem: o que dizem, tão aflitos? E ouviram: MAYDAY MAYDAY...
- Balançando-se, em negação, completou:
- Aaafff ! Não estão no continente do português? Oh Deus Zeus! Virgem Maria! Axé! Só Kardec justifica, e só Jesus Salva! Se a montanha não vem a Maomé, Maomé cansa de esperar, vai pro espaço!... Eles têm código em que se comunicam no ar, globalmente, sentindo-se desconfortáveis e ameaçados, mas não têm um que convide ao compartilhamento da alegria e da paz universal. Esse mundo é um mistério... Tamanha complexidade, só Deus, anti-matéria, entende... Contudo, precisa de estimulante: borrifa purificante.
Uéb questionou: - não seria melhor o expelidor de gás metano?...
- Ainda não...que não seja preciso... Em devaneio tristonho, concluiu:
- Vieste do pó das estrelas, não importa o tempo, ao pó retornarás...
E, ao som de “Stop Crying your heart”, Luzinhas retornaram, a confundir o olhar com o brilho das estrelas...
Anexado ao relato do Dr. Severino Baião, somou-se o de uma jovem de dezessete anos, que também esteve semi-acordada nos testes, quando da abdução, registrados no Arquivo Secreto da Área 171 do PPFB, Portal Projeto Futuro Brasileiro, como Operação PO´STELAR.
Quanto às fotos de José Ruiz, o Bill, ganharam fama, retratando os mais lindos corações em néon, as mais luminosas palavras repetidas, “Paz”, e a habilidade ímpar de fotografar seus próprios olhos, e de seu amigo Severino Baião.
No dia seguinte, a mídia esclareceu ao mundo:
“ O mistério da nuvem fuligem foi esclarecido, porém as mortes não foram comprovadas, constam como desaparecidos. Infelizmente, o fenômeno foi causado por um novo vírus, de procedência ainda ignorada, batizado como “H-100 Po´stelar”. Todos terão acesso à nova vacina...de eficácia comprovada!?”
Logo em seguida à partida dos Luzinhas, uma mensagem, em folha de papel, foi jogada nos ares e lida nos continentes...
yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyPREDADOR KOMOCOMOXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
É o que sou! Paladar de brutamontes...Como, e como como! E daí ? Sou Komocomo!
Frutas e frutos, legumes e leguminosas, raízes escondidas, caules e folhas, aéreos e rasteiros, ovos e ovas...
Como como! Muuuuita carne...bovinos, equinos, felinos, caninos, caprinos, suínos, marsupiais, e boduínos...Ah o bode ! por que não?
Os silvestres, répteis, insetos, larvas...
Aves! Como as adoro! Como como...galináceos, columbinos, corredoras, pernaltas, palmídes...
As que voam derrubo. As rasantes, ah! com essas sou implacável, muito mal deixo que andem.
Os pássaros! Como amo! Me alimento capturando-os, para outros que pagam e se alimentam do sonoro de seus cantos...
E um mar de peixes salgados e dos rios doces, do grande mamífero até os mínimos, supérfluos, cavalinhos marinhos e peixinhos mimados, como se pelo mar enfeitados, como como...
Petiscando ando pescando, os namorados dos mares, e namoradas dos bares...
Amor insaciável de canibal. Gosto de mostrar que sou o tal, regozijo-me nos paladares caseiros, e festeiros com cheiros da brisa, maresia de ares...
E de sobremesa: flores! Descobri, também, que gosto! Como, como, e como!
Mas! ... Há um acaso diferencial na minha espécie: milhões sobrevivem insaciados, molhados e nus, como d´agua nascidos, vivendo secos em terra, somente das sobras e de cheiros salgados...e sendo destoados, “jogo a toalha”, para que se cubram...
Esta é uma mensagem-alerta, de cima pra baixo,em passagem pelo meio : Atentem:
“Na predação imponderada, assim caminhando, homem lento e tempo voraz, que urge e ruge, é preciso antever uma briga final de titãs: Homem versus Tempo...
Será possível alimentar-se, também, do vento?...
É provável que sim...Entremear o saciar, abastecendo-se de palavras, num comer reflexivo, mesmo que de luz bruxuleante...
De ventos...de conhecimento...“
Luzinhas. Sementes...
Fase 3: Operação PO´STELAR
Em situação de emergência, toda a defesa brasileira e de outros continentes já estava reunida, em complô, na área 171, que era uma imitação da área 51 de defesa máxima americana do passado, e que no Brasil, era conhecida, popularmente, de VAZA , em alusão zombeteira à NASA famosa.
Após e imediatamente, tendo tomado conhecimento dos relatos de Dr. Severino Baião, fotos e filmes, para lá se dirigiram, armados até os dentes, de tanques bélicos robóticos e explosivos de curta e longa distâncias, inclusive, um grupo de elite do exército japonês, que após ter experimentado todos os tamanhos, iriam testar a sua mais nova arma de ponta. Uniformizados, portando estinlingues, com uma bolsa carregadora a tiracolo, lançariam seus minúsculos estalos, do tamanho similiar dos próprios (aqueles que as crianças se divertem). Contudo, esses explodem e dizimam, geralmente pela surpresa da não identificação de chegada, incrivelmente instantânea, batizados de Tatac, e de aviões -caça, tipo Vant, monitorados ou pilotados, sádicos.
A Força Aérea Brasileira sobrevoou e pairou sobre a área, e o grupos dos variados soldados de defesa circundaram toda a residência, em posição de ataque. Tomando a palavra, e por medo e precaução, utilizando um altofalante “cheguei”, Dr. Severino iniciou a tentativa de comunicação...
Por outro lado, os Luzinhas, diante do arsenal percebido, convocaram, telepaticamente, todos os outros que sobrevoavam o planeta, e como num flash, numa visão de fogos de artifício, apresentaram-se . Simultaneamente, um som propagou-se no ar, do canto de um pássaro combinado a outro, metálico futurista, identificados na música Cirrus Minor. As pequenas naves brilhantes pairaram sobre os aviões-caça, tornando-os estáticos no ar, e posicionando-se sob eles, todos assistiram as centelhas de luzes sairem pelos orifícios dos discos, como uma chuva prateada, e, em seguida, emendando-se em círculo, envolvendo todo o arsenal humano.
Houve um sentimento de pânico coletivo. Momentaneamente, aconteceu “um branco” nas mentes. Ficaram todos paralisados, como se estivessem dentro de um clarão ofuscante.
Então,os Luzinhas, na tentativa de se fazerem entender, pacificamente, optaram pela forma do órgão comum a todos, e continuando assim a rodeá--los, ligados uns nos outros, formaram um grande coração. Porém, diante do continuado estado de comoção geral, separaram-se, e cada meio metro aparente, tomou a forma de coração pequeno,posicionando-se acima de cada cabeça humana.
O êxtase dominou a todos, diante do espetáculo surreal...Vários e vários corações brilhantes, balançando, aproximando e distanciando, numa dança ritmada, acompanhando o som do canto do pássaro. Mas, infelizmente, a maioria que ali estava não alcançava a comunicação telepática. Então, como tinham assimilado todos os idiomas terrestres, usaram a forma da escrita. Cada coração retornou à anterior forma de linha reta, e unindo, ponta com ponta, formavam letras e palavras, como se fosse um letreiro luminoso, e a comunicação foi realizada. A palavra PAZ foi escrita, repetidas vezes no ar. Um deles, mais brilhante que os demais, por serem centenas em um, colocou-se na altura, mais ou menos distante uns dois metros de seus olhos, juntamente ao lado de outro, do mesmo tamanho, cuja tarefa era transformar e conduzir o som de voz, e como a comunicação não mais ia ser feita escrita, todos os outros eram vistos como pontinhos luminosos, aos milhares. E se fizeram ouvir :
-Somos conhecidos como “ Luzinhas”...e somos a poeira cósmica, a consciência universal. Estão nos vendo ampliados, somos tal ou menos que grãos de areia de seus mares, e nossa função é germinar conhecimento, interferir em mundos em crise. Fizemos um estudo de sua Terra, seus viventes e sobreviventes. Há anos, observamos que o ar, que é o elemento básico da vida, está rarefeito pela negligência do grupo producente material, muitos inconscientes, alterando as estações climáticas, causando desequilíbrio no ecossistema.
Não percebem todas as consequências, também ocorrem distúrbios internos emocionais de conduta nas espécies, até em si mesmos.
Após um consenso, resolvemos ajudar, somente com o intuito de prolongar a vida saudável desse planeta. Então, escolhemos áreas que estão mais poluídas com o lixo destrutivo, e resolvemos atuar, sugando os gases nocivos e aplicando um pulverizador revitalizante nas espécies vivas. Adquirimos essa tecnologia. Porém aconteceu uma falha. Inexplicavelmente, ainda erramos!
Os grupos, humanos e animais, teriam que, como fizemos nos testes preliminares, serem purificados das impurezas, e congelados, para que pudessem absorver nossa energia revitalizante. Em descuido, aplicamos no estado e temperatura em que se encontravam, causando a desintegração. Seus corações não suportaram a forte dose de oxigênio in natura, misturada à fagulha de nossa energia escura, anti-matéria. E não conseguimos revivê-los.
Contudo, os desintegrados, vocês falam desencarnados, tendo cumprido ou não seu tempo cronológico, têm a oportunidade de observar suas fases de evolução, e renascem, até conseguirem alcançar a consciência de sua natureza perene, tornar-se luz, em potencial máximo.
Já falamos: nós somos os seres mais antigos do universo. Vivemos e renascemos no mundo original, e em outros, temporários necessários , até alcançarmos a evolução interior, a que estamos destinados. Porém, aconteceu o final: nossa derradeira e muito antiga estrela, após adquirir a potência maxima de suporte, de causa incidente estelar maior, juntamente com todos os seus ocupantes, no estado pleno de evolução, incorporou-se, e implodimos juntos. Somente nessa situação de desintegração, ocorre o esquecimento do mundo de origem.. E não mais incorporamos a nenhum corpo físico, exceto entre nós mesmos. Habitamos para sempre o universo desmaterializado. Todavia, permanece uma curiosidade insaciável, de saber o ponto inicial da existência, entendem?
Houve um silêncio pesado, onde todos se olharam estupefatos...
Dr. Severino, astrônomo, um sensitivo, embora não admitisse esse dom, era, de fato, o único que conseguia falar e, pelo altofalante, sua voz ecoou:
-O que querem de nós? Viiixi! Nos matar a todos? Querem tomar nossa casa? Falem! Quem são vocês, de fato? Ao menos, têm nomes?
-Todos somos Luzinhas, sem distinção, sem rótulos, temos o mesmo grau de valores de potências, mesmo que, em determinados momentos, não sejamos iguais em intensidade.
Pode me chamar de Can, e ao meu lado, a Uéb, como um factótum, indispensável para toda a obra.
E curvaram-se em saudação. Aproximando-se, agora na forma de T, captando e refletindo o formato de seus olhos arredondados, fixando-o, Can perguntou: - E o seu?
O astrônomo, denotando o mesmo desconforto do trio japonês, anteriormente confrontado, em, frente a frente, fixar seus próprios olhos, antes de anunciar seu nome, não conteve o tom zombeteiro e surpreso:
-Então, Uéb é mulher! Suas mulheres são iguais a vocês? Sem nenhuma forma? Que monótono!
-As vemos iguais por fora, mas por dentro sua composição é diferente, e necessitamos que assim sejam . Somos como as correntes, positiva e negativa, existimos lado a lado, reconhecendo a importância em igualdade, nos completamos, criamos e recriamos em perfeição mútua. Aqui, nessa situação, ela é minha voz...
- Ok. Meu nome é Doutor Severino Baião, mas pode me chamar de Bil.
Nesse instante, o fotógrafo, dando um passo à frente, também se fez apresentar, apontando a câmera:
-Look at me ! Look at me ! Meu nome é José Ruiz, mas pode me chamar, também, de Bill, com dois eles no final.
Can, entreolhando-se com Uéb, também surpresos, falou brandamente:
-Ora, ora, um fotógrafo americano, naturalmente naturalizado! --E Bill respondeu:
-Não, não, sou brasileiro, conterrâneo de Baião. Ok! Olhe pra mim!
E viu seus olhos refletidos na Uéb, e fotografou. Can continuou...
-Queremos iluminá-los. Porisso somos conhecidos como Luzinhas!.
Num segundo, agora com um semblante alterado, Dr. Severino respondeu:
-Não queremos sua luz! Temos a nossa. Se não sairem imediatamente, teremos que apagá-los! E não precisamos de sua tecnologia, somos auto-suficientes, gostamos de descobrir sozinhos as soluções, nem que seja preciso sacrificar milhões...
E, aos berros, apresentando emocional em desequilíbrio, esbravejou:
-VAZA! VAZA! VAZA!
Can e Uéb, em tom pausado e sereno, responderam, em dupla:
-Não conseguem nos apagar. Nossa luz é constante, enquanto houver um universo!
- Ah, é? ...Usaremos explosivos de alta potência, e serão dizimados. Virarão menos que fagulhas!
Can retomou a palavra:
-Engano seu. Absorvemos toda a energia de explosões,se necessário, e nossa luz expande-se, paralisando perigos ao redor. Viemos em paz, queremos ajudá-los, purificando o ar. Aconteceu uma pequena falha, mas podemos reparar, contribuindo a que vivam melhor no seu mundo.
-Como reparar? Vão trazer as vidas de volta? Certamente, não sabem o que é a dor da perda, famílias que ficaram sem seus entes queridos.
-Os que morreram aqui, já estão encaminhados para outros mundos. Claro que a escolha de onde renascer, depende do livre arbítrio de cada um...
Todos entreolharam-se, sarcásticos. Dr. Severino, colocando uma das mãos na cintura, questionou:
-Ora, ora, está me dizendo que para renascer, também, fica-se diante do livre arbítrio? Não há um algoz com tridente, empurrando para o inferno, ou um anjo guiando ao paraíso? Falem! Quem são vocês? Vai me dizer que é Deus? Ou será o diabo?
-Há espaços adequados para todos os gostos, tudo depende da atração ou rejeição das energias...e o “querer onde renascer”, depende da capacidade da força essencial de cada um, em determinadas fases. Somos o que serão vocês no futuro, quando este mundo se extinguir.
Os que tiverem alcançado a consciência interna do que são, se juntarão a nós, e não mais retornarão, salvo em missões especiais. Somente há uma questão: os que forem os últimos, os que se desintegrarem na implosão ou explosão natural da esfera, esquecerão de qual mundo se originaram e, nessa única condição, buscarão, o saciar do saber do seu mundo primitivo, de origem......
Histérico, balançando a cabeça em sim e não, e agora com a outra mão, sacudindo o alto-falante, o Doutor respondeu...
-AH!!! Então nãaao saaabem, também, de onde vieram? Quem são e pra onde vão?
Risos geral! Houve uma euforia coletiva, e momentaneamente as auras humanas tornaram-se receptoras aos Luzinhas, numa cumplicidade amigável. E o doutor continuou...
-Está me parecendo teoria religiosa, porém, a prática no presente está proibida no planeta, até encontrarmos um consenso. Foi uma maneira de tentarmos conter os conflitos de crenças.
Vejo que aqui estamos diante é do sobrenatural..
.
-O sobrenatural só é, enquanto não se consegue enxergar as dimensões, os canais de inter-comunicação. Quando se adquire esse conhecimento, torna-se real. Mas essa realidade magnífica é vivenciada na medida e tempo certos. Tem que se estar preparado para ela. A luz cega, se for percebida surpreendentemente. A intensidade tem que ser adquirida amiúde, em propulsão gradativa, similar à tecnologia, quando o ideal é que o aprendizado do intelecto caminhe junto com o aprimoramento da máquina. Senão acontece, de fato, como na sua gíria, falam: “bola prum lado goleiro pro outro”.
E todos riram. Can continuou:
-Notamos que adoram siglas. Apenas uma curiosidade: por quê se apresentam como VAZA? Não são da PPFB?
Empinando o nariz , em soberba, Dr. Severino respondeu:
-Ahn ahn ahn...não precisamos entender o que significa a sigla, e sim o sentido dela, e “VAZA” quer dizer “fazer correr”, entendeu?
-Por favor, não se irritem ...Por quê não criam a ESTA (Estudos Submersos Terrestres e Aéreos) e submergem a fundo no mar, assim como na terra, inclusive, aprofundando-se aerados, enchendo-se de ar salutar, conhecendo, intimamente, seu mundo, em vez de mergulharem afoitamente no universo, com seus foguetes pesados e pontudos? ”Quem avisa amigo é”: num desses furos no escuro, podem vazar líquidos e gases, de cima pra baixo...
-Ora, ora, não meta o bedelho onde não foi chamado. Estamos caminhando para a leveza dos nossos foguetes, e podemos SIM, ocupar todos os espaços!
E Can, em tom suave, quase melodioso, continuou...
-Mirem-se no exemplo...
Todos já muito confusos, pensando que Can fosse compará-los às “Mulheres de Atenas” da música, puseram-se em riste na posição de ataque, mas ele completou:
-dos beijaflores...batem tão rápido suas asas, que paralisam no tempo, e colhem o que precisam em segundos...
E, em segundos, vários Luzinhas traçaram no ar a forma que um colibri exerce para beijar sua flor, possivelmente, em descanso programado... E completou:
- “Conhece-te a ti mesmo”, girando ao redor de ti...Desde que, sem obstáculos, girarás ao redor do sol, em apenas uma noite e um dia...
-Chega de filosofias... e não queremos sua sabedoria, nem suas tecnologias. Conseguimos soluções para os nossos problemas, o que queremos é que saiam de nossa esfera, espontaneamente.
E todos gritaram em coro : VAZA! VAZA!VAZA!
Uéb tomou para si a palavra:
-Podem esclarecer? É vaza com z ou vasa com s... ? Estão nos chamando de limados e enlodados? Ou estão mesmo nos mandando correr, como se não soubéssemos?... Talvez, pensem que estamos esgotados...ou quem sabe? ... planejando fundir o metal da nossa nave e verter em outro molde? E completou:
-Quem sabe? ...É sabido que tem de colocar o sinal de interrogação após falar quem sabe, não é fato? Com tantos significados para uma única palavra, pergunto: tem aí alguém nos vendo como parceiros, como jogando cartas no buraco, mandando baixar para que batam?
Agora, todos os Luzinhas, ziguezagueando em movimento frenético, transpareciam que riam muito...
-Ora, ora veja, Dona Uéb! Com toda essa sapiência, deveria saber qual o sentido do momento: estamos MANDANDO CORRER, o quanto puderem...
Cal ma men te, Can e Uéb, envergando-se em humildade, completaram:
-Como não querem nossa ajuda, é de praxe que façamos esquecer tudo que ouviram e viram, ok? Fazendo uma analogia aos dinossauros, vocês só diminuiram de tamanho...
Mas não desistiremos, continuaremos observando de longe. Até breve!
Sacudindo-se, em decepção, Can concluiu:
-Insaciáveis predadores, comedores até de palavras, tão empanturrados ficam, que na preguiça não conseguem criar outra, diferente, para substituí-la, e a emprestam com vários sentidos.
Por favor, leiam uma “folha” de papel de celulose, que deixaremos cair em vários continentes,
e criem outro tipo de “papel”, para que representem melhor. Estaremos assistindo o desempenho do “Predador Komocomo”.
E incontáveis “tchau tchau”, foram escritos no ar.
Num segundo, a luz intensificou tão fortemente, que sentiram o efeito de uma descarga elétrica, caindo todos desmaiados. E os Luzinhas alçaram voo, agora de fato, como fagulhas, sendo avistados como reflexos estelares, adentrando às naves.
Sorrindo, tranquilos, repetiam baixinho: vaza vaza vaza..., e outros: vazados vazados vazados...
O fotógrafo Bill foi o primeiro a despertar. Ainda estirado no chão, apontou:
-Vejam! Luzinhas! Serão ovnis?
Dr. Severino, que sempre esteve semi-acordado, e o único que não perdeu a consciência, disfarçadamente, falou:
-Verifiquem no radar, se captaram algum sinal...
Os pilotos, intercomunicando-se, confirmaram estarem todos atarantados, e enviaram em SOS: “MAYDAY, o tempo aqui parou, rastreem o ar, estamos retornando à base. Câmbio, desligo”.
Segundos, antes da saída da atmosfera terrestre, influenciados por Uéb, uma nave resgatou os três japoneses, Murasaki, Michiku, Shikibu, que ansiosos e eufóricos, secretamente, os esperavam, e criogenados, pra lá de frios, iriam viajar em standby.
Luzinhas possuíam a tecnologia de congelar por anos os corpos vivos, ressuscitando-os em qualquer época. Porém, o trio não sabia que, ao lado, em outro compartimento, modelos de uma certa família marinha seguiam, também congelados, muito vivos, com suas cabeças no lugar.
Os estelares iriam confrontá-los, a descobrir “quem era cabeça de quem”...
Por um tempo, terrestre, Uéb vinha perdendo energia, tremeluzindo com essa história:
“Não seria a inteligência transcendental japonesa, adquirida, copiada de alguma família estelar?”
Ao catalogar o Real Cod Gadus Morhua e seus primos, príncipes Macrocephalus, Saithe, Ling, Zarbo, souberam que são apresentados ao mundo terráqueo sem cabeças, secos e salgados.
Incumbida em desvendar esse mistério, viu a possibilidade de que, o grupo de olhos semi- abertos, após ter descoberto ser a espécie aliens, singrando os mares há meio milênio, fazendo de refúgio seu novo habitat, com a infinita magnitude universal de serem incorporados na humanidade, e de antemão, cientes que seriam digeridos por inteiro e frios, em larga escala, afim de ampliar a evolução por todo o globo, desde aquela época, o grupo japonês exclusivista, vir travando uma guerra de intelecto com essa espécie estelar, e, egocentricamente, desde aquele tempo, o selecionado grupo nipônico, vem comendo suas cabeças trituradas e cruas, num pacto secreto, maquinado, na época, com outro pequeno grupo norueguês e líderes americanos, apresentando-os como um troféu, com seus corpos descabeçados, usufruindo, seletamente, a tecnologia de primeiro mundo, distribuindo, somente, em princípio, o óleo de seu fígado à população do passado, tornando-os, apenas, desinfetados e fortes, e mais tarde, como Gadus dóceis, seus corpos acéfalos, e desse jeito formando uma população global subserviente, dirigível. Os portugueses, cúmplices, nunca acreditaram e nunca praticaram o sorver, deliciando-se, apenas, com os corpos. Daí sentirem-se enfadados na melancolia lamentosa, de não serem reconhecidos como vanguardistas.
...Seria o bacalhau, espacial?... Quem quiser, que acredite... ”Correu no sideral, que uma certa família estelar, sabendo que sua esfera seria extinta, submergiu em outro mundo, tornando-se sobreviventes “ Imperiais aquém-mares”...
Diante dessa dúvida, iriam precisar aprofundar a pesquisa. No entanto, acordaram: caso estivessem errados, os japoneses fariam a viagem de volta, sós, na luz, com a equação formulada . Se eles, Luzinhas, estivessem certos, retornariam, em missão, porém, trazendo-os como reféns: “Certos grupos, de mentes gananciosas usurpadoras, iriam sumir do mapa global...”
Não tendo sido, no presente, a missão cumprida, a operação PO'STELAR, foi adiada.
As naves, reunidas, preparavam-se para sair da órbita terrestre. Segundos antes, captaram sinais de SOS, e Can observou:
- Reconectem: o que dizem, tão aflitos? E ouviram: MAYDAY MAYDAY...
- Balançando-se, em negação, completou:
- Aaafff ! Não estão no continente do português? Oh Deus Zeus! Virgem Maria! Axé! Só Kardec justifica, e só Jesus Salva! Se a montanha não vem a Maomé, Maomé cansa de esperar, vai pro espaço!... Eles têm código em que se comunicam no ar, globalmente, sentindo-se desconfortáveis e ameaçados, mas não têm um que convide ao compartilhamento da alegria e da paz universal. Esse mundo é um mistério... Tamanha complexidade, só Deus, anti-matéria, entende... Contudo, precisa de estimulante: borrifa purificante.
Uéb questionou: - não seria melhor o expelidor de gás metano?...
- Ainda não...que não seja preciso... Em devaneio tristonho, concluiu:
- Vieste do pó das estrelas, não importa o tempo, ao pó retornarás...
E, ao som de “Stop Crying your heart”, Luzinhas retornaram, a confundir o olhar com o brilho das estrelas...
Anexado ao relato do Dr. Severino Baião, somou-se o de uma jovem de dezessete anos, que também esteve semi-acordada nos testes, quando da abdução, registrados no Arquivo Secreto da Área 171 do PPFB, Portal Projeto Futuro Brasileiro, como Operação PO´STELAR.
Quanto às fotos de José Ruiz, o Bill, ganharam fama, retratando os mais lindos corações em néon, as mais luminosas palavras repetidas, “Paz”, e a habilidade ímpar de fotografar seus próprios olhos, e de seu amigo Severino Baião.
No dia seguinte, a mídia esclareceu ao mundo:
“ O mistério da nuvem fuligem foi esclarecido, porém as mortes não foram comprovadas, constam como desaparecidos. Infelizmente, o fenômeno foi causado por um novo vírus, de procedência ainda ignorada, batizado como “H-100 Po´stelar”. Todos terão acesso à nova vacina...de eficácia comprovada!?”
Logo em seguida à partida dos Luzinhas, uma mensagem, em folha de papel, foi jogada nos ares e lida nos continentes...
yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyPREDADOR KOMOCOMOXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
É o que sou! Paladar de brutamontes...Como, e como como! E daí ? Sou Komocomo!
Frutas e frutos, legumes e leguminosas, raízes escondidas, caules e folhas, aéreos e rasteiros, ovos e ovas...
Como como! Muuuuita carne...bovinos, equinos, felinos, caninos, caprinos, suínos, marsupiais, e boduínos...Ah o bode ! por que não?
Os silvestres, répteis, insetos, larvas...
Aves! Como as adoro! Como como...galináceos, columbinos, corredoras, pernaltas, palmídes...
As que voam derrubo. As rasantes, ah! com essas sou implacável, muito mal deixo que andem.
Os pássaros! Como amo! Me alimento capturando-os, para outros que pagam e se alimentam do sonoro de seus cantos...
E um mar de peixes salgados e dos rios doces, do grande mamífero até os mínimos, supérfluos, cavalinhos marinhos e peixinhos mimados, como se pelo mar enfeitados, como como...
Petiscando ando pescando, os namorados dos mares, e namoradas dos bares...
Amor insaciável de canibal. Gosto de mostrar que sou o tal, regozijo-me nos paladares caseiros, e festeiros com cheiros da brisa, maresia de ares...
E de sobremesa: flores! Descobri, também, que gosto! Como, como, e como!
Mas! ... Há um acaso diferencial na minha espécie: milhões sobrevivem insaciados, molhados e nus, como d´agua nascidos, vivendo secos em terra, somente das sobras e de cheiros salgados...e sendo destoados, “jogo a toalha”, para que se cubram...
Esta é uma mensagem-alerta, de cima pra baixo,em passagem pelo meio : Atentem:
“Na predação imponderada, assim caminhando, homem lento e tempo voraz, que urge e ruge, é preciso antever uma briga final de titãs: Homem versus Tempo...
Será possível alimentar-se, também, do vento?...
É provável que sim...Entremear o saciar, abastecendo-se de palavras, num comer reflexivo, mesmo que de luz bruxuleante...
De ventos...de conhecimento...“
Luzinhas. Sementes...
Continua... Fase 4
Fase 3: Operação PO´STELAR
Em situação de emergência, toda a defesa brasileira e de outros continentes já estava reunida, em complô, na área 171, que era uma imitação da área 51 de defesa máxima americana do passado, e que no Brasil, era conhecida, popularmente, de VAZA , em alusão zombeteira à NASA famosa.
Após e imediatamente, tendo tomado conhecimento dos relatos de Dr. Severino Baião, fotos e filmes, para lá se dirigiram, armados até os dentes, de tanques bélicos robóticos e explosivos de curta e longa distâncias, inclusive, um grupo de elite do exército japonês, que após ter experimentado todos os tamanhos, iriam testar a sua mais nova arma de ponta. Uniformizados, portando estinlingues, com uma bolsa carregadora a tiracolo, lançariam seus minúsculos estalos, do tamanho similiar dos próprios (aqueles que as crianças se divertem). Contudo, esses explodem e dizimam, geralmente pela surpresa da não identificação de chegada, incrivelmente instantânea, batizados de Tatac, e de aviões -caça, tipo Vant, monitorados ou pilotados, sádicos.
A Força Aérea Brasileira sobrevoou e pairou sobre a área, e o grupos dos variados soldados de defesa circundaram toda a residência, em posição de ataque. Tomando a palavra, e por medo e precaução, utilizando um altofalante “cheguei”, Dr. Severino iniciou a tentativa de comunicação...
Por outro lado, os Luzinhas, diante do arsenal percebido, convocaram, telepaticamente, todos os outros que sobrevoavam o planeta, e como num flash, numa visão de fogos de artifício, apresentaram-se . Simultaneamente, um som propagou-se no ar, do canto de um pássaro combinado a outro, metálico futurista, identificados na música Cirrus Minor. As pequenas naves brilhantes pairaram sobre os aviões-caça, tornando-os estáticos no ar, e posicionando-se sob eles, todos assistiram as centelhas de luzes sairem pelos orifícios dos discos, como uma chuva prateada, e, em seguida, emendando-se em círculo, envolvendo todo o arsenal humano.
Houve um sentimento de pânico coletivo. Momentaneamente, aconteceu “um branco” nas mentes. Ficaram todos paralisados, como se estivessem dentro de um clarão ofuscante.
Então,os Luzinhas, na tentativa de se fazerem entender, pacificamente, optaram pela forma do órgão comum a todos, e continuando assim a rodeá--los, ligados uns nos outros, formaram um grande coração. Porém, diante do continuado estado de comoção geral, separaram-se, e cada meio metro aparente, tomou a forma de coração pequeno,posicionando-se acima de cada cabeça humana.
O êxtase dominou a todos, diante do espetáculo surreal...Vários e vários corações brilhantes, balançando, aproximando e distanciando, numa dança ritmada, acompanhando o som do canto do pássaro. Mas, infelizmente, a maioria que ali estava não alcançava a comunicação telepática. Então, como tinham assimilado todos os idiomas terrestres, usaram a forma da escrita. Cada coração retornou à anterior forma de linha reta, e unindo, ponta com ponta, formavam letras e palavras, como se fosse um letreiro luminoso, e a comunicação foi realizada. A palavra PAZ foi escrita, repetidas vezes no ar. Um deles, mais brilhante que os demais, por serem centenas em um, colocou-se na altura, mais ou menos distante uns dois metros de seus olhos, juntamente ao lado de outro, do mesmo tamanho, cuja tarefa era transformar e conduzir o som de voz, e como a comunicação não mais ia ser feita escrita, todos os outros eram vistos como pontinhos luminosos, aos milhares. E se fizeram ouvir :
-Somos conhecidos como “ Luzinhas”...e somos a poeira cósmica, a consciência universal. Estão nos vendo ampliados, somos tal ou menos que grãos de areia de seus mares, e nossa função é germinar conhecimento, interferir em mundos em crise. Fizemos um estudo de sua Terra, seus viventes e sobreviventes. Há anos, observamos que o ar, que é o elemento básico da vida, está rarefeito pela negligência do grupo producente material, muitos inconscientes, alterando as estações climáticas, causando desequilíbrio no ecossistema.
Não percebem todas as consequências, também ocorrem distúrbios internos emocionais de conduta nas espécies, até em si mesmos.
Após um consenso, resolvemos ajudar, somente com o intuito de prolongar a vida saudável desse planeta. Então, escolhemos áreas que estão mais poluídas com o lixo destrutivo, e resolvemos atuar, sugando os gases nocivos e aplicando um pulverizador revitalizante nas espécies vivas. Adquirimos essa tecnologia. Porém aconteceu uma falha. Inexplicavelmente, ainda erramos!
Os grupos, humanos e animais, teriam que, como fizemos nos testes preliminares, serem purificados das impurezas, e congelados, para que pudessem absorver nossa energia revitalizante. Em descuido, aplicamos no estado e temperatura em que se encontravam, causando a desintegração. Seus corações não suportaram a forte dose de oxigênio in natura, misturada à fagulha de nossa energia escura, anti-matéria. E não conseguimos revivê-los.
Contudo, os desintegrados, vocês falam desencarnados, tendo cumprido ou não seu tempo cronológico, têm a oportunidade de observar suas fases de evolução, e renascem, até conseguirem alcançar a consciência de sua natureza perene, tornar-se luz, em potencial máximo.
Já falamos: nós somos os seres mais antigos do universo. Vivemos e renascemos no mundo original, e em outros, temporários necessários , até alcançarmos a evolução interior, a que estamos destinados. Porém, aconteceu o final: nossa derradeira e muito antiga estrela, após adquirir a potência maxima de suporte, de causa incidente estelar maior, juntamente com todos os seus ocupantes, no estado pleno de evolução, incorporou-se, e implodimos juntos. Somente nessa situação de desintegração, ocorre o esquecimento do mundo de origem.. E não mais incorporamos a nenhum corpo físico, exceto entre nós mesmos. Habitamos para sempre o universo desmaterializado. Todavia, permanece uma curiosidade insaciável, de saber o ponto inicial da existência, entendem?
Houve um silêncio pesado, onde todos se olharam estupefatos...
Dr. Severino, astrônomo, um sensitivo, embora não admitisse esse dom, era, de fato, o único que conseguia falar e, pelo altofalante, sua voz ecoou:
-O que querem de nós? Viiixi! Nos matar a todos? Querem tomar nossa casa? Falem! Quem são vocês, de fato? Ao menos, têm nomes?
-Todos somos Luzinhas, sem distinção, sem rótulos, temos o mesmo grau de valores de potências, mesmo que, em determinados momentos, não sejamos iguais em intensidade.
Pode me chamar de Can, e ao meu lado, a Uéb, como um factótum, indispensável para toda a obra.
E curvaram-se em saudação. Aproximando-se, agora na forma de T, captando e refletindo o formato de seus olhos arredondados, fixando-o, Can perguntou: - E o seu?
O astrônomo, denotando o mesmo desconforto do trio japonês, anteriormente confrontado, em, frente a frente, fixar seus próprios olhos, antes de anunciar seu nome, não conteve o tom zombeteiro e surpreso:
-Então, Uéb é mulher! Suas mulheres são iguais a vocês? Sem nenhuma forma? Que monótono!
-As vemos iguais por fora, mas por dentro sua composição é diferente, e necessitamos que assim sejam . Somos como as correntes, positiva e negativa, existimos lado a lado, reconhecendo a importância em igualdade, nos completamos, criamos e recriamos em perfeição mútua. Aqui, nessa situação, ela é minha voz...
- Ok. Meu nome é Doutor Severino Baião, mas pode me chamar de Bil.
Nesse instante, o fotógrafo, dando um passo à frente, também se fez apresentar, apontando a câmera:
-Look at me ! Look at me ! Meu nome é José Ruiz, mas pode me chamar, também, de Bill, com dois eles no final.
Can, entreolhando-se com Uéb, também surpresos, falou brandamente:
-Ora, ora, um fotógrafo americano, naturalmente naturalizado! --E Bill respondeu:
-Não, não, sou brasileiro, conterrâneo de Baião. Ok! Olhe pra mim!
E viu seus olhos refletidos na Uéb, e fotografou. Can continuou...
-Queremos iluminá-los. Porisso somos conhecidos como Luzinhas!.
Num segundo, agora com um semblante alterado, Dr. Severino respondeu:
-Não queremos sua luz! Temos a nossa. Se não sairem imediatamente, teremos que apagá-los! E não precisamos de sua tecnologia, somos auto-suficientes, gostamos de descobrir sozinhos as soluções, nem que seja preciso sacrificar milhões...
E, aos berros, apresentando emocional em desequilíbrio, esbravejou:
-VAZA! VAZA! VAZA!
Can e Uéb, em tom pausado e sereno, responderam, em dupla:
-Não conseguem nos apagar. Nossa luz é constante, enquanto houver um universo!
- Ah, é? ...Usaremos explosivos de alta potência, e serão dizimados. Virarão menos que fagulhas!
Can retomou a palavra:
-Engano seu. Absorvemos toda a energia de explosões,se necessário, e nossa luz expande-se, paralisando perigos ao redor. Viemos em paz, queremos ajudá-los, purificando o ar. Aconteceu uma pequena falha, mas podemos reparar, contribuindo a que vivam melhor no seu mundo.
-Como reparar? Vão trazer as vidas de volta? Certamente, não sabem o que é a dor da perda, famílias que ficaram sem seus entes queridos.
-Os que morreram aqui, já estão encaminhados para outros mundos. Claro que a escolha de onde renascer, depende do livre arbítrio de cada um...
Todos entreolharam-se, sarcásticos. Dr. Severino, colocando uma das mãos na cintura, questionou:
-Ora, ora, está me dizendo que para renascer, também, fica-se diante do livre arbítrio? Não há um algoz com tridente, empurrando para o inferno, ou um anjo guiando ao paraíso? Falem! Quem são vocês? Vai me dizer que é Deus? Ou será o diabo?
-Há espaços adequados para todos os gostos, tudo depende da atração ou rejeição das energias...e o “querer onde renascer”, depende da capacidade da força essencial de cada um, em determinadas fases. Somos o que serão vocês no futuro, quando este mundo se extinguir.
Os que tiverem alcançado a consciência interna do que são, se juntarão a nós, e não mais retornarão, salvo em missões especiais. Somente há uma questão: os que forem os últimos, os que se desintegrarem na implosão ou explosão natural da esfera, esquecerão de qual mundo se originaram e, nessa única condição, buscarão, o saciar do saber do seu mundo primitivo, de origem......
Histérico, balançando a cabeça em sim e não, e agora com a outra mão, sacudindo o alto-falante, o Doutor respondeu...
-AH!!! Então nãaao saaabem, também, de onde vieram? Quem são e pra onde vão?
Risos geral! Houve uma euforia coletiva, e momentaneamente as auras humanas tornaram-se receptoras aos Luzinhas, numa cumplicidade amigável. E o doutor continuou...
-Está me parecendo teoria religiosa, porém, a prática no presente está proibida no planeta, até encontrarmos um consenso. Foi uma maneira de tentarmos conter os conflitos de crenças.
Vejo que aqui estamos diante é do sobrenatural..
.
-O sobrenatural só é, enquanto não se consegue enxergar as dimensões, os canais de inter-comunicação. Quando se adquire esse conhecimento, torna-se real. Mas essa realidade magnífica é vivenciada na medida e tempo certos. Tem que se estar preparado para ela. A luz cega, se for percebida surpreendentemente. A intensidade tem que ser adquirida amiúde, em propulsão gradativa, similar à tecnologia, quando o ideal é que o aprendizado do intelecto caminhe junto com o aprimoramento da máquina. Senão acontece, de fato, como na sua gíria, falam: “bola prum lado goleiro pro outro”.
E todos riram. Can continuou:
-Notamos que adoram siglas. Apenas uma curiosidade: por quê se apresentam como VAZA? Não são da PPFB?
Empinando o nariz , em soberba, Dr. Severino respondeu:
-Ahn ahn ahn...não precisamos entender o que significa a sigla, e sim o sentido dela, e “VAZA” quer dizer “fazer correr”, entendeu?
-Por favor, não se irritem ...Por quê não criam a ESTA (Estudos Submersos Terrestres e Aéreos) e submergem a fundo no mar, assim como na terra, inclusive, aprofundando-se aerados, enchendo-se de ar salutar, conhecendo, intimamente, seu mundo, em vez de mergulharem afoitamente no universo, com seus foguetes pesados e pontudos? ”Quem avisa amigo é”: num desses furos no escuro, podem vazar líquidos e gases, de cima pra baixo...
-Ora, ora, não meta o bedelho onde não foi chamado. Estamos caminhando para a leveza dos nossos foguetes, e podemos SIM, ocupar todos os espaços!
E Can, em tom suave, quase melodioso, continuou...
-Mirem-se no exemplo...
Todos já muito confusos, pensando que Can fosse compará-los às “Mulheres de Atenas” da música, puseram-se em riste na posição de ataque, mas ele completou:
-dos beijaflores...batem tão rápido suas asas, que paralisam no tempo, e colhem o que precisam em segundos...
E, em segundos, vários Luzinhas traçaram no ar a forma que um colibri exerce para beijar sua flor, possivelmente, em descanso programado... E completou:
- “Conhece-te a ti mesmo”, girando ao redor de ti...Desde que, sem obstáculos, girarás ao redor do sol, em apenas uma noite e um dia...
-Chega de filosofias... e não queremos sua sabedoria, nem suas tecnologias. Conseguimos soluções para os nossos problemas, o que queremos é que saiam de nossa esfera, espontaneamente.
E todos gritaram em coro : VAZA! VAZA!VAZA!
Uéb tomou para si a palavra:
-Podem esclarecer? É vaza com z ou vasa com s... ? Estão nos chamando de limados e enlodados? Ou estão mesmo nos mandando correr, como se não soubéssemos?... Talvez, pensem que estamos esgotados...ou quem sabe? ... planejando fundir o metal da nossa nave e verter em outro molde? E completou:
-Quem sabe? ...É sabido que tem de colocar o sinal de interrogação após falar quem sabe, não é fato? Com tantos significados para uma única palavra, pergunto: tem aí alguém nos vendo como parceiros, como jogando cartas no buraco, mandando baixar para que batam?
Agora, todos os Luzinhas, ziguezagueando em movimento frenético, transpareciam que riam muito...
-Ora, ora veja, Dona Uéb! Com toda essa sapiência, deveria saber qual o sentido do momento: estamos MANDANDO CORRER, o quanto puderem...
Cal ma men te, Can e Uéb, envergando-se em humildade, completaram:
-Como não querem nossa ajuda, é de praxe que façamos esquecer tudo que ouviram e viram, ok? Fazendo uma analogia aos dinossauros, vocês só diminuiram de tamanho...
Mas não desistiremos, continuaremos observando de longe. Até breve!
Sacudindo-se, em decepção, Can concluiu:
-Insaciáveis predadores, comedores até de palavras, tão empanturrados ficam, que na preguiça não conseguem criar outra, diferente, para substituí-la, e a emprestam com vários sentidos.
Por favor, leiam uma “folha” de papel de celulose, que deixaremos cair em vários continentes,
e criem outro tipo de “papel”, para que representem melhor. Estaremos assistindo o desempenho do “Predador Komocomo”.
E incontáveis “tchau tchau”, foram escritos no ar.
Num segundo, a luz intensificou tão fortemente, que sentiram o efeito de uma descarga elétrica, caindo todos desmaiados. E os Luzinhas alçaram voo, agora de fato, como fagulhas, sendo avistados como reflexos estelares, adentrando às naves.
Sorrindo, tranquilos, repetiam baixinho: vaza vaza vaza..., e outros: vazados vazados vazados...
O fotógrafo Bill foi o primeiro a despertar. Ainda estirado no chão, apontou:
-Vejam! Luzinhas! Serão ovnis?
Dr. Severino, que sempre esteve semi-acordado, e o único que não perdeu a consciência, disfarçadamente, falou:
-Verifiquem no radar, se captaram algum sinal...
Os pilotos, intercomunicando-se, confirmaram estarem todos atarantados, e enviaram em SOS: “MAYDAY, o tempo aqui parou, rastreem o ar, estamos retornando à base. Câmbio, desligo”.
Segundos, antes da saída da atmosfera terrestre, influenciados por Uéb, uma nave resgatou os três japoneses, Murasaki, Michiku, Shikibu, que ansiosos e eufóricos, secretamente, os esperavam, e criogenados, pra lá de frios, iriam viajar em standby.
Luzinhas possuíam a tecnologia de congelar por anos os corpos vivos, ressuscitando-os em qualquer época. Porém, o trio não sabia que, ao lado, em outro compartimento, modelos de uma certa família marinha seguiam, também congelados, muito vivos, com suas cabeças no lugar.
Os estelares iriam confrontá-los, a descobrir “quem era cabeça de quem”...
Por um tempo, terrestre, Uéb vinha perdendo energia, tremeluzindo com essa história:
“Não seria a inteligência transcendental japonesa, adquirida, copiada de alguma família estelar?”
Ao catalogar o Real Cod Gadus Morhua e seus primos, príncipes Macrocephalus, Saithe, Ling, Zarbo, souberam que são apresentados ao mundo terráqueo sem cabeças, secos e salgados.
Incumbida em desvendar esse mistério, viu a possibilidade de que, o grupo de olhos semi- abertos, após ter descoberto ser a espécie aliens, singrando os mares há meio milênio, fazendo de refúgio seu novo habitat, com a infinita magnitude universal de serem incorporados na humanidade, e de antemão, cientes que seriam digeridos por inteiro e frios, em larga escala, afim de ampliar a evolução por todo o globo, desde aquela época, o grupo japonês exclusivista, vir travando uma guerra de intelecto com essa espécie estelar, e, egocentricamente, desde aquele tempo, o selecionado grupo nipônico, vem comendo suas cabeças trituradas e cruas, num pacto secreto, maquinado, na época, com outro pequeno grupo norueguês e líderes americanos, apresentando-os como um troféu, com seus corpos descabeçados, usufruindo, seletamente, a tecnologia de primeiro mundo, distribuindo, somente, em princípio, o óleo de seu fígado à população do passado, tornando-os, apenas, desinfetados e fortes, e mais tarde, como Gadus dóceis, seus corpos acéfalos, e desse jeito formando uma população global subserviente, dirigível. Os portugueses, cúmplices, nunca acreditaram e nunca praticaram o sorver, deliciando-se, apenas, com os corpos. Daí sentirem-se enfadados na melancolia lamentosa, de não serem reconhecidos como vanguardistas.
...Seria o bacalhau, espacial?... Quem quiser, que acredite... ”Correu no sideral, que uma certa família estelar, sabendo que sua esfera seria extinta, submergiu em outro mundo, tornando-se sobreviventes “ Imperiais aquém-mares”...
Diante dessa dúvida, iriam precisar aprofundar a pesquisa. No entanto, acordaram: caso estivessem errados, os japoneses fariam a viagem de volta, sós, na luz, com a equação formulada . Se eles, Luzinhas, estivessem certos, retornariam, em missão, porém, trazendo-os como reféns: “Certos grupos, de mentes gananciosas usurpadoras, iriam sumir do mapa global...”
Não tendo sido, no presente, a missão cumprida, a operação PO'STELAR, foi adiada.
As naves, reunidas, preparavam-se para sair da órbita terrestre. Segundos antes, captaram sinais de SOS, e Can observou:
- Reconectem: o que dizem, tão aflitos? E ouviram: MAYDAY MAYDAY...
- Balançando-se, em negação, completou:
- Aaafff ! Não estão no continente do português? Oh Deus Zeus! Virgem Maria! Axé! Só Kardec justifica, e só Jesus Salva! Se a montanha não vem a Maomé, Maomé cansa de esperar, vai pro espaço!... Eles têm código em que se comunicam no ar, globalmente, sentindo-se desconfortáveis e ameaçados, mas não têm um que convide ao compartilhamento da alegria e da paz universal. Esse mundo é um mistério... Tamanha complexidade, só Deus, anti-matéria, entende... Contudo, precisa de estimulante: borrifa purificante.
Uéb questionou: - não seria melhor o expelidor de gás metano?...
- Ainda não...que não seja preciso... Em devaneio tristonho, concluiu:
- Vieste do pó das estrelas, não importa o tempo, ao pó retornarás...
E, ao som de “Stop Crying your heart”, Luzinhas retornaram, a confundir o olhar com o brilho das estrelas...
Anexado ao relato do Dr. Severino Baião, somou-se o de uma jovem de dezessete anos, que também esteve semi-acordada nos testes, quando da abdução, registrados no Arquivo Secreto da Área 171 do PPFB, Portal Projeto Futuro Brasileiro, como Operação PO´STELAR.
Quanto às fotos de José Ruiz, o Bill, ganharam fama, retratando os mais lindos corações em néon, as mais luminosas palavras repetidas, “Paz”, e a habilidade ímpar de fotografar seus próprios olhos, e de seu amigo Severino Baião.
No dia seguinte, a mídia esclareceu ao mundo:
“ O mistério da nuvem fuligem foi esclarecido, porém as mortes não foram comprovadas, constam como desaparecidos. Infelizmente, o fenômeno foi causado por um novo vírus, de procedência ainda ignorada, batizado como “H-100 Po´stelar”. Todos terão acesso à nova vacina...de eficácia comprovada!?”
Logo em seguida à partida dos Luzinhas, uma mensagem, em folha de papel, foi jogada nos ares e lida nos continentes...
yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyPREDADOR KOMOCOMOXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
É o que sou! Paladar de brutamontes...Como, e como como! E daí ? Sou Komocomo!
Frutas e frutos, legumes e leguminosas, raízes escondidas, caules e folhas, aéreos e rasteiros, ovos e ovas...
Como como! Muuuuita carne...bovinos, equinos, felinos, caninos, caprinos, suínos, marsupiais, e boduínos...Ah o bode ! por que não?
Os silvestres, répteis, insetos, larvas...
Aves! Como as adoro! Como como...galináceos, columbinos, corredoras, pernaltas, palmídes...
As que voam derrubo. As rasantes, ah! com essas sou implacável, muito mal deixo que andem.
Os pássaros! Como amo! Me alimento capturando-os, para outros que pagam e se alimentam do sonoro de seus cantos...
E um mar de peixes salgados e dos rios doces, do grande mamífero até os mínimos, supérfluos, cavalinhos marinhos e peixinhos mimados, como se pelo mar enfeitados, como como...
Petiscando ando pescando, os namorados dos mares, e namoradas dos bares...
Amor insaciável de canibal. Gosto de mostrar que sou o tal, regozijo-me nos paladares caseiros, e festeiros com cheiros da brisa, maresia de ares...
E de sobremesa: flores! Descobri, também, que gosto! Como, como, e como!
Mas! ... Há um acaso diferencial na minha espécie: milhões sobrevivem insaciados, molhados e nus, como d´agua nascidos, vivendo secos em terra, somente das sobras e de cheiros salgados...e sendo destoados, “jogo a toalha”, para que se cubram...
Esta é uma mensagem-alerta, de cima pra baixo,em passagem pelo meio : Atentem:
“Na predação imponderada, assim caminhando, homem lento e tempo voraz, que urge e ruge, é preciso antever uma briga final de titãs: Homem versus Tempo...
Será possível alimentar-se, também, do vento?...
É provável que sim...Entremear o saciar, abastecendo-se de palavras, num comer reflexivo, mesmo que de luz bruxuleante...
De ventos...de conhecimento...“
Luzinhas. Sementes...
Fase 3: Operação PO´STELAR
Em situação de emergência, toda a defesa brasileira e de outros continentes já estava reunida, em complô, na área 171, que era uma imitação da área 51 de defesa máxima americana do passado, e que no Brasil, era conhecida, popularmente, de VAZA , em alusão zombeteira à NASA famosa.
Após e imediatamente, tendo tomado conhecimento dos relatos de Dr. Severino Baião, fotos e filmes, para lá se dirigiram, armados até os dentes, de tanques bélicos robóticos e explosivos de curta e longa distâncias, inclusive, um grupo de elite do exército japonês, que após ter experimentado todos os tamanhos, iriam testar a sua mais nova arma de ponta. Uniformizados, portando estinlingues, com uma bolsa carregadora a tiracolo, lançariam seus minúsculos estalos, do tamanho similiar dos próprios (aqueles que as crianças se divertem). Contudo, esses explodem e dizimam, geralmente pela surpresa da não identificação de chegada, incrivelmente instantânea, batizados de Tatac, e de aviões -caça, tipo Vant, monitorados ou pilotados, sádicos.
A Força Aérea Brasileira sobrevoou e pairou sobre a área, e o grupos dos variados soldados de defesa circundaram toda a residência, em posição de ataque. Tomando a palavra, e por medo e precaução, utilizando um altofalante “cheguei”, Dr. Severino iniciou a tentativa de comunicação...
Por outro lado, os Luzinhas, diante do arsenal percebido, convocaram, telepaticamente, todos os outros que sobrevoavam o planeta, e como num flash, numa visão de fogos de artifício, apresentaram-se . Simultaneamente, um som propagou-se no ar, do canto de um pássaro combinado a outro, metálico futurista, identificados na música Cirrus Minor. As pequenas naves brilhantes pairaram sobre os aviões-caça, tornando-os estáticos no ar, e posicionando-se sob eles, todos assistiram as centelhas de luzes sairem pelos orifícios dos discos, como uma chuva prateada, e, em seguida, emendando-se em círculo, envolvendo todo o arsenal humano.
Houve um sentimento de pânico coletivo. Momentaneamente, aconteceu “um branco” nas mentes. Ficaram todos paralisados, como se estivessem dentro de um clarão ofuscante.
Então,os Luzinhas, na tentativa de se fazerem entender, pacificamente, optaram pela forma do órgão comum a todos, e continuando assim a rodeá--los, ligados uns nos outros, formaram um grande coração. Porém, diante do continuado estado de comoção geral, separaram-se, e cada meio metro aparente, tomou a forma de coração pequeno,posicionando-se acima de cada cabeça humana.
O êxtase dominou a todos, diante do espetáculo surreal...Vários e vários corações brilhantes, balançando, aproximando e distanciando, numa dança ritmada, acompanhando o som do canto do pássaro. Mas, infelizmente, a maioria que ali estava não alcançava a comunicação telepática. Então, como tinham assimilado todos os idiomas terrestres, usaram a forma da escrita. Cada coração retornou à anterior forma de linha reta, e unindo, ponta com ponta, formavam letras e palavras, como se fosse um letreiro luminoso, e a comunicação foi realizada. A palavra PAZ foi escrita, repetidas vezes no ar. Um deles, mais brilhante que os demais, por serem centenas em um, colocou-se na altura, mais ou menos distante uns dois metros de seus olhos, juntamente ao lado de outro, do mesmo tamanho, cuja tarefa era transformar e conduzir o som de voz, e como a comunicação não mais ia ser feita escrita, todos os outros eram vistos como pontinhos luminosos, aos milhares. E se fizeram ouvir :
-Somos conhecidos como “ Luzinhas”...e somos a poeira cósmica, a consciência universal. Estão nos vendo ampliados, somos tal ou menos que grãos de areia de seus mares, e nossa função é germinar conhecimento, interferir em mundos em crise. Fizemos um estudo de sua Terra, seus viventes e sobreviventes. Há anos, observamos que o ar, que é o elemento básico da vida, está rarefeito pela negligência do grupo producente material, muitos inconscientes, alterando as estações climáticas, causando desequilíbrio no ecossistema.
Não percebem todas as consequências, também ocorrem distúrbios internos emocionais de conduta nas espécies, até em si mesmos.
Após um consenso, resolvemos ajudar, somente com o intuito de prolongar a vida saudável desse planeta. Então, escolhemos áreas que estão mais poluídas com o lixo destrutivo, e resolvemos atuar, sugando os gases nocivos e aplicando um pulverizador revitalizante nas espécies vivas. Adquirimos essa tecnologia. Porém aconteceu uma falha. Inexplicavelmente, ainda erramos!
Os grupos, humanos e animais, teriam que, como fizemos nos testes preliminares, serem purificados das impurezas, e congelados, para que pudessem absorver nossa energia revitalizante. Em descuido, aplicamos no estado e temperatura em que se encontravam, causando a desintegração. Seus corações não suportaram a forte dose de oxigênio in natura, misturada à fagulha de nossa energia escura, anti-matéria. E não conseguimos revivê-los.
Contudo, os desintegrados, vocês falam desencarnados, tendo cumprido ou não seu tempo cronológico, têm a oportunidade de observar suas fases de evolução, e renascem, até conseguirem alcançar a consciência de sua natureza perene, tornar-se luz, em potencial máximo.
Já falamos: nós somos os seres mais antigos do universo. Vivemos e renascemos no mundo original, e em outros, temporários necessários , até alcançarmos a evolução interior, a que estamos destinados. Porém, aconteceu o final: nossa derradeira e muito antiga estrela, após adquirir a potência maxima de suporte, de causa incidente estelar maior, juntamente com todos os seus ocupantes, no estado pleno de evolução, incorporou-se, e implodimos juntos. Somente nessa situação de desintegração, ocorre o esquecimento do mundo de origem.. E não mais incorporamos a nenhum corpo físico, exceto entre nós mesmos. Habitamos para sempre o universo desmaterializado. Todavia, permanece uma curiosidade insaciável, de saber o ponto inicial da existência, entendem?
Houve um silêncio pesado, onde todos se olharam estupefatos...
Dr. Severino, astrônomo, um sensitivo, embora não admitisse esse dom, era, de fato, o único que conseguia falar e, pelo altofalante, sua voz ecoou:
-O que querem de nós? Viiixi! Nos matar a todos? Querem tomar nossa casa? Falem! Quem são vocês, de fato? Ao menos, têm nomes?
-Todos somos Luzinhas, sem distinção, sem rótulos, temos o mesmo grau de valores de potências, mesmo que, em determinados momentos, não sejamos iguais em intensidade.
Pode me chamar de Can, e ao meu lado, a Uéb, como um factótum, indispensável para toda a obra.
E curvaram-se em saudação. Aproximando-se, agora na forma de T, captando e refletindo o formato de seus olhos arredondados, fixando-o, Can perguntou: - E o seu?
O astrônomo, denotando o mesmo desconforto do trio japonês, anteriormente confrontado, em, frente a frente, fixar seus próprios olhos, antes de anunciar seu nome, não conteve o tom zombeteiro e surpreso:
-Então, Uéb é mulher! Suas mulheres são iguais a vocês? Sem nenhuma forma? Que monótono!
-As vemos iguais por fora, mas por dentro sua composição é diferente, e necessitamos que assim sejam . Somos como as correntes, positiva e negativa, existimos lado a lado, reconhecendo a importância em igualdade, nos completamos, criamos e recriamos em perfeição mútua. Aqui, nessa situação, ela é minha voz...
- Ok. Meu nome é Doutor Severino Baião, mas pode me chamar de Bil.
Nesse instante, o fotógrafo, dando um passo à frente, também se fez apresentar, apontando a câmera:
-Look at me ! Look at me ! Meu nome é José Ruiz, mas pode me chamar, também, de Bill, com dois eles no final.
Can, entreolhando-se com Uéb, também surpresos, falou brandamente:
-Ora, ora, um fotógrafo americano, naturalmente naturalizado! --E Bill respondeu:
-Não, não, sou brasileiro, conterrâneo de Baião. Ok! Olhe pra mim!
E viu seus olhos refletidos na Uéb, e fotografou. Can continuou...
-Queremos iluminá-los. Porisso somos conhecidos como Luzinhas!.
Num segundo, agora com um semblante alterado, Dr. Severino respondeu:
-Não queremos sua luz! Temos a nossa. Se não sairem imediatamente, teremos que apagá-los! E não precisamos de sua tecnologia, somos auto-suficientes, gostamos de descobrir sozinhos as soluções, nem que seja preciso sacrificar milhões...
E, aos berros, apresentando emocional em desequilíbrio, esbravejou:
-VAZA! VAZA! VAZA!
Can e Uéb, em tom pausado e sereno, responderam, em dupla:
-Não conseguem nos apagar. Nossa luz é constante, enquanto houver um universo!
- Ah, é? ...Usaremos explosivos de alta potência, e serão dizimados. Virarão menos que fagulhas!
Can retomou a palavra:
-Engano seu. Absorvemos toda a energia de explosões,se necessário, e nossa luz expande-se, paralisando perigos ao redor. Viemos em paz, queremos ajudá-los, purificando o ar. Aconteceu uma pequena falha, mas podemos reparar, contribuindo a que vivam melhor no seu mundo.
-Como reparar? Vão trazer as vidas de volta? Certamente, não sabem o que é a dor da perda, famílias que ficaram sem seus entes queridos.
-Os que morreram aqui, já estão encaminhados para outros mundos. Claro que a escolha de onde renascer, depende do livre arbítrio de cada um...
Todos entreolharam-se, sarcásticos. Dr. Severino, colocando uma das mãos na cintura, questionou:
-Ora, ora, está me dizendo que para renascer, também, fica-se diante do livre arbítrio? Não há um algoz com tridente, empurrando para o inferno, ou um anjo guiando ao paraíso? Falem! Quem são vocês? Vai me dizer que é Deus? Ou será o diabo?
-Há espaços adequados para todos os gostos, tudo depende da atração ou rejeição das energias...e o “querer onde renascer”, depende da capacidade da força essencial de cada um, em determinadas fases. Somos o que serão vocês no futuro, quando este mundo se extinguir.
Os que tiverem alcançado a consciência interna do que são, se juntarão a nós, e não mais retornarão, salvo em missões especiais. Somente há uma questão: os que forem os últimos, os que se desintegrarem na implosão ou explosão natural da esfera, esquecerão de qual mundo se originaram e, nessa única condição, buscarão, o saciar do saber do seu mundo primitivo, de origem......
Histérico, balançando a cabeça em sim e não, e agora com a outra mão, sacudindo o alto-falante, o Doutor respondeu...
-AH!!! Então nãaao saaabem, também, de onde vieram? Quem são e pra onde vão?
Risos geral! Houve uma euforia coletiva, e momentaneamente as auras humanas tornaram-se receptoras aos Luzinhas, numa cumplicidade amigável. E o doutor continuou...
-Está me parecendo teoria religiosa, porém, a prática no presente está proibida no planeta, até encontrarmos um consenso. Foi uma maneira de tentarmos conter os conflitos de crenças.
Vejo que aqui estamos diante é do sobrenatural..
.
-O sobrenatural só é, enquanto não se consegue enxergar as dimensões, os canais de inter-comunicação. Quando se adquire esse conhecimento, torna-se real. Mas essa realidade magnífica é vivenciada na medida e tempo certos. Tem que se estar preparado para ela. A luz cega, se for percebida surpreendentemente. A intensidade tem que ser adquirida amiúde, em propulsão gradativa, similar à tecnologia, quando o ideal é que o aprendizado do intelecto caminhe junto com o aprimoramento da máquina. Senão acontece, de fato, como na sua gíria, falam: “bola prum lado goleiro pro outro”.
E todos riram. Can continuou:
-Notamos que adoram siglas. Apenas uma curiosidade: por quê se apresentam como VAZA? Não são da PPFB?
Empinando o nariz , em soberba, Dr. Severino respondeu:
-Ahn ahn ahn...não precisamos entender o que significa a sigla, e sim o sentido dela, e “VAZA” quer dizer “fazer correr”, entendeu?
-Por favor, não se irritem ...Por quê não criam a ESTA (Estudos Submersos Terrestres e Aéreos) e submergem a fundo no mar, assim como na terra, inclusive, aprofundando-se aerados, enchendo-se de ar salutar, conhecendo, intimamente, seu mundo, em vez de mergulharem afoitamente no universo, com seus foguetes pesados e pontudos? ”Quem avisa amigo é”: num desses furos no escuro, podem vazar líquidos e gases, de cima pra baixo...
-Ora, ora, não meta o bedelho onde não foi chamado. Estamos caminhando para a leveza dos nossos foguetes, e podemos SIM, ocupar todos os espaços!
E Can, em tom suave, quase melodioso, continuou...
-Mirem-se no exemplo...
Todos já muito confusos, pensando que Can fosse compará-los às “Mulheres de Atenas” da música, puseram-se em riste na posição de ataque, mas ele completou:
-dos beijaflores...batem tão rápido suas asas, que paralisam no tempo, e colhem o que precisam em segundos...
E, em segundos, vários Luzinhas traçaram no ar a forma que um colibri exerce para beijar sua flor, possivelmente, em descanso programado... E completou:
- “Conhece-te a ti mesmo”, girando ao redor de ti...Desde que, sem obstáculos, girarás ao redor do sol, em apenas uma noite e um dia...
-Chega de filosofias... e não queremos sua sabedoria, nem suas tecnologias. Conseguimos soluções para os nossos problemas, o que queremos é que saiam de nossa esfera, espontaneamente.
E todos gritaram em coro : VAZA! VAZA!VAZA!
Uéb tomou para si a palavra:
-Podem esclarecer? É vaza com z ou vasa com s... ? Estão nos chamando de limados e enlodados? Ou estão mesmo nos mandando correr, como se não soubéssemos?... Talvez, pensem que estamos esgotados...ou quem sabe? ... planejando fundir o metal da nossa nave e verter em outro molde? E completou:
-Quem sabe? ...É sabido que tem de colocar o sinal de interrogação após falar quem sabe, não é fato? Com tantos significados para uma única palavra, pergunto: tem aí alguém nos vendo como parceiros, como jogando cartas no buraco, mandando baixar para que batam?
Agora, todos os Luzinhas, ziguezagueando em movimento frenético, transpareciam que riam muito...
-Ora, ora veja, Dona Uéb! Com toda essa sapiência, deveria saber qual o sentido do momento: estamos MANDANDO CORRER, o quanto puderem...
Cal ma men te, Can e Uéb, envergando-se em humildade, completaram:
-Como não querem nossa ajuda, é de praxe que façamos esquecer tudo que ouviram e viram, ok? Fazendo uma analogia aos dinossauros, vocês só diminuiram de tamanho...
Mas não desistiremos, continuaremos observando de longe. Até breve!
Sacudindo-se, em decepção, Can concluiu:
-Insaciáveis predadores, comedores até de palavras, tão empanturrados ficam, que na preguiça não conseguem criar outra, diferente, para substituí-la, e a emprestam com vários sentidos.
Por favor, leiam uma “folha” de papel de celulose, que deixaremos cair em vários continentes,
e criem outro tipo de “papel”, para que representem melhor. Estaremos assistindo o desempenho do “Predador Komocomo”.
E incontáveis “tchau tchau”, foram escritos no ar.
Num segundo, a luz intensificou tão fortemente, que sentiram o efeito de uma descarga elétrica, caindo todos desmaiados. E os Luzinhas alçaram voo, agora de fato, como fagulhas, sendo avistados como reflexos estelares, adentrando às naves.
Sorrindo, tranquilos, repetiam baixinho: vaza vaza vaza..., e outros: vazados vazados vazados...
O fotógrafo Bill foi o primeiro a despertar. Ainda estirado no chão, apontou:
-Vejam! Luzinhas! Serão ovnis?
Dr. Severino, que sempre esteve semi-acordado, e o único que não perdeu a consciência, disfarçadamente, falou:
-Verifiquem no radar, se captaram algum sinal...
Os pilotos, intercomunicando-se, confirmaram estarem todos atarantados, e enviaram em SOS: “MAYDAY, o tempo aqui parou, rastreem o ar, estamos retornando à base. Câmbio, desligo”.
Segundos, antes da saída da atmosfera terrestre, influenciados por Uéb, uma nave resgatou os três japoneses, Murasaki, Michiku, Shikibu, que ansiosos e eufóricos, secretamente, os esperavam, e criogenados, pra lá de frios, iriam viajar em standby.
Luzinhas possuíam a tecnologia de congelar por anos os corpos vivos, ressuscitando-os em qualquer época. Porém, o trio não sabia que, ao lado, em outro compartimento, modelos de uma certa família marinha seguiam, também congelados, muito vivos, com suas cabeças no lugar.
Os estelares iriam confrontá-los, a descobrir “quem era cabeça de quem”...
Por um tempo, terrestre, Uéb vinha perdendo energia, tremeluzindo com essa história:
“Não seria a inteligência transcendental japonesa, adquirida, copiada de alguma família estelar?”
Ao catalogar o Real Cod Gadus Morhua e seus primos, príncipes Macrocephalus, Saithe, Ling, Zarbo, souberam que são apresentados ao mundo terráqueo sem cabeças, secos e salgados.
Incumbida em desvendar esse mistério, viu a possibilidade de que, o grupo de olhos semi- abertos, após ter descoberto ser a espécie aliens, singrando os mares há meio milênio, fazendo de refúgio seu novo habitat, com a infinita magnitude universal de serem incorporados na humanidade, e de antemão, cientes que seriam digeridos por inteiro e frios, em larga escala, afim de ampliar a evolução por todo o globo, desde aquela época, o grupo japonês exclusivista, vir travando uma guerra de intelecto com essa espécie estelar, e, egocentricamente, desde aquele tempo, o selecionado grupo nipônico, vem comendo suas cabeças trituradas e cruas, num pacto secreto, maquinado, na época, com outro pequeno grupo norueguês e líderes americanos, apresentando-os como um troféu, com seus corpos descabeçados, usufruindo, seletamente, a tecnologia de primeiro mundo, distribuindo, somente, em princípio, o óleo de seu fígado à população do passado, tornando-os, apenas, desinfetados e fortes, e mais tarde, como Gadus dóceis, seus corpos acéfalos, e desse jeito formando uma população global subserviente, dirigível. Os portugueses, cúmplices, nunca acreditaram e nunca praticaram o sorver, deliciando-se, apenas, com os corpos. Daí sentirem-se enfadados na melancolia lamentosa, de não serem reconhecidos como vanguardistas.
...Seria o bacalhau, espacial?... Quem quiser, que acredite... ”Correu no sideral, que uma certa família estelar, sabendo que sua esfera seria extinta, submergiu em outro mundo, tornando-se sobreviventes “ Imperiais aquém-mares”...
Diante dessa dúvida, iriam precisar aprofundar a pesquisa. No entanto, acordaram: caso estivessem errados, os japoneses fariam a viagem de volta, sós, na luz, com a equação formulada . Se eles, Luzinhas, estivessem certos, retornariam, em missão, porém, trazendo-os como reféns: “Certos grupos, de mentes gananciosas usurpadoras, iriam sumir do mapa global...”
Não tendo sido, no presente, a missão cumprida, a operação PO'STELAR, foi adiada.
As naves, reunidas, preparavam-se para sair da órbita terrestre. Segundos antes, captaram sinais de SOS, e Can observou:
- Reconectem: o que dizem, tão aflitos? E ouviram: MAYDAY MAYDAY...
- Balançando-se, em negação, completou:
- Aaafff ! Não estão no continente do português? Oh Deus Zeus! Virgem Maria! Axé! Só Kardec justifica, e só Jesus Salva! Se a montanha não vem a Maomé, Maomé cansa de esperar, vai pro espaço!... Eles têm código em que se comunicam no ar, globalmente, sentindo-se desconfortáveis e ameaçados, mas não têm um que convide ao compartilhamento da alegria e da paz universal. Esse mundo é um mistério... Tamanha complexidade, só Deus, anti-matéria, entende... Contudo, precisa de estimulante: borrifa purificante.
Uéb questionou: - não seria melhor o expelidor de gás metano?...
- Ainda não...que não seja preciso... Em devaneio tristonho, concluiu:
- Vieste do pó das estrelas, não importa o tempo, ao pó retornarás...
E, ao som de “Stop Crying your heart”, Luzinhas retornaram, a confundir o olhar com o brilho das estrelas...
Anexado ao relato do Dr. Severino Baião, somou-se o de uma jovem de dezessete anos, que também esteve semi-acordada nos testes, quando da abdução, registrados no Arquivo Secreto da Área 171 do PPFB, Portal Projeto Futuro Brasileiro, como Operação PO´STELAR.
Quanto às fotos de José Ruiz, o Bill, ganharam fama, retratando os mais lindos corações em néon, as mais luminosas palavras repetidas, “Paz”, e a habilidade ímpar de fotografar seus próprios olhos, e de seu amigo Severino Baião.
No dia seguinte, a mídia esclareceu ao mundo:
“ O mistério da nuvem fuligem foi esclarecido, porém as mortes não foram comprovadas, constam como desaparecidos. Infelizmente, o fenômeno foi causado por um novo vírus, de procedência ainda ignorada, batizado como “H-100 Po´stelar”. Todos terão acesso à nova vacina...de eficácia comprovada!?”
Logo em seguida à partida dos Luzinhas, uma mensagem, em folha de papel, foi jogada nos ares e lida nos continentes...
yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyPREDADOR KOMOCOMOXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
É o que sou! Paladar de brutamontes...Como, e como como! E daí ? Sou Komocomo!
Frutas e frutos, legumes e leguminosas, raízes escondidas, caules e folhas, aéreos e rasteiros, ovos e ovas...
Como como! Muuuuita carne...bovinos, equinos, felinos, caninos, caprinos, suínos, marsupiais, e boduínos...Ah o bode ! por que não?
Os silvestres, répteis, insetos, larvas...
Aves! Como as adoro! Como como...galináceos, columbinos, corredoras, pernaltas, palmídes...
As que voam derrubo. As rasantes, ah! com essas sou implacável, muito mal deixo que andem.
Os pássaros! Como amo! Me alimento capturando-os, para outros que pagam e se alimentam do sonoro de seus cantos...
E um mar de peixes salgados e dos rios doces, do grande mamífero até os mínimos, supérfluos, cavalinhos marinhos e peixinhos mimados, como se pelo mar enfeitados, como como...
Petiscando ando pescando, os namorados dos mares, e namoradas dos bares...
Amor insaciável de canibal. Gosto de mostrar que sou o tal, regozijo-me nos paladares caseiros, e festeiros com cheiros da brisa, maresia de ares...
E de sobremesa: flores! Descobri, também, que gosto! Como, como, e como!
Mas! ... Há um acaso diferencial na minha espécie: milhões sobrevivem insaciados, molhados e nus, como d´agua nascidos, vivendo secos em terra, somente das sobras e de cheiros salgados...e sendo destoados, “jogo a toalha”, para que se cubram...
Esta é uma mensagem-alerta, de cima pra baixo,em passagem pelo meio : Atentem:
“Na predação imponderada, assim caminhando, homem lento e tempo voraz, que urge e ruge, é preciso antever uma briga final de titãs: Homem versus Tempo...
Será possível alimentar-se, também, do vento?...
É provável que sim...Entremear o saciar, abastecendo-se de palavras, num comer reflexivo, mesmo que de luz bruxuleante...
De ventos...de conhecimento...“
Luzinhas. Sementes...
Continua... Fase 4