A.B.R - ACADEMIA PARA BRUXAS - b
° BÁBA RÁBIA ACADEMIA PARA BRUXAS °
O espírito pérfido e maléfico da bruxa Bába Rábia, havia sido resgatado
por suas companheiras e passado para uma dimensão superior, onde não haviam sentimentos inferiores como ódios, rancores e maldades.
Ela agora tinha apenas como propósito, resgatar o nome e a dignidade das bruxas, numa sociedade de preconceitos e discriminações.
Nos arredores de Brasow na Romenia, foi construído um prédio moderno com tres andares, funcionava como um internato e era registrada na forma da lei como escola de homeopatia e biologia.
O lugar era silencioso, as paredes a prova de som. As bruxas não incomodavam e também não eram incomodadas por ninguém.
Pertencia ao lugar também um bosque com árvores, onde elas colocaram nichos e ninhos, servindo de abrigo para corujas e corvos. Um deles era
o corvo Creon que falava por rimas, encarregado de anunciar as visitas.
Separado da academia ficava a arena, uma espécie de mini estádio com bancos, usado para as aulas práticas, onde as alunas exercitavam suas habilidades.
A academia era cercada por uma alta muralha de grades de ferro e
fortificada por uma plantação de cactos gigantes com longos espinhos. No portão havia um brasão com a cobra de cornos, símbolo da academia.
No jardim eram cultivadas flores mágicas como Centáureas, Primulas, Clematites, Peonias e Perpétuas, também ervas e plantas usadas para suas tinturas e elixires.
No primeiro andar ficavam as salas de aulas, o refeitório e o laboratório com equipamentos modernos e a refinaria.
No segundo piso era a sala de conferências e a biblioteca, e no último os aposentos das alunas.
Por não aceitarem médiuns, videntes, cartomantes, receberam um processo na justiça por discriminação da parte deles.
Vendo que havia documentação legal e registro como escola homeopática, o juiz considerou duvidoso o processo.
Os outros alegaram que o juiz havia sido enfeitiçado pelas bruxas.
Indignado o magistrado, deu o processo como inválido por insuficiência de provas concretas, e uma multa por desacato a autoridade, sendo todos postos para fora pelos seguranças.
Bába Rábia se apoderava do corpo de uma aluna para dar aula de Doutrina a elas, na sala de conferências.
- AXTALATRAXKA! - Em breve teremos toda Romenia aos nossos pés, seremos tratadas como deusas!
-Façam suas perguntas, uma de cada vez.
Uma da bruxas levantou a mão : - Mestra Rábia, mostre-nos sua aparência verdadeira, gostaríamos de saber como voce é na verdade.
-Isso é muita pretensão, sua filhote de urubu!
Eu posso me materializar por algum tempo, virem-se de costas e só se voltem quando eu mandar.
Quando as bruxas se viraram outra vez, a surpresa estampada nos seus rostos era imensa:
Na frente do tablado estava uma jovem de cabelos brancos como flocos de neve, crespos e longos até os joelhos. Sua pele era branca como a lua, seus olhos num tom violeta.
- UMA ALBINA!! Bába Rábia é albina!! Quem poderia imaginar??
- AXTALATRAXKA, Ave mestra Bába Rábia!
-Por causa da minha aparência eu era um anatema e um oprobio para minha família.
Estarei de volta para a festa de Samhain, retirem as traças e as teias de aranha do meu vestido de festa, suas lambisgoias!
Lá fora o corvo Creon grasnava:
• Bába Rábia
voce é uma rosa
quero dizer, horrorosa
cobra venenosa
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Vocabulário
Anatema- excomungado, rejeitado, isolado da comunidade.
Oprobio- coisa vergonhosa, desprezível, discriminada.
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-segue no próximo capítulo