Pequena e a vida no "Subverso" (Piloto)

Na ampla caixa de metal, hora aqui, hora ali, ainda com um pouco de sono e de incerteza, a Pequena se acomodava sempre como dava no banco, com os pés em suspensão, mas prestes a aterrisar. Era meio dia, e ali ja não podendo mais ficar, desceu, tirou os fones de ouvido, e deixou o mundo voltar ao seu lugar.

Por instinto talvez, na faculdade ela estava, mas ali, não entrou: "Aulas Suspensas! Devido a crise sanitária...". O aviso era grande demais, maior do que a dificuldade em perguntar para o guarda que estava numa guarita quase dois metros acima da cabeça dela. "Estão usando a universidade como hospital. No site oficial você vai encontrar as informações sobre as aulas". O dinheiro da passagem havia acabado, junto coma esperança de encontrar outro azarado colega que tivesse a bondade de rachar um Uber.

O calor do asfalto a sufocava, e nos minutos seguintes ela se permitiu ao incomodo ato de colocar os fones de ouvido e tentar ouvir mais um pouco do Rappa ou Common, num constraste desconcertante com os motores dos carros. Mais um dia fadado a ser grande demais, um dia que estava longe do fim...