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Antonio de Albuquerque
 
JANICE

No aeroporto de Brasília aguardava uma conexão
E esperançoso pus-me a esperar com paciência
Em grande cidade sou qual pássaro fora do ninho
Logo escolho um cantinho seguro para me aninhar
Donde observo com clareza as pessoas em movimento
Alguns com corpos acima do peso e vestes extravagantes
Outros, conduzindo artefatos, caminhando com elegância
E letreiros me indicavam o balcão das companhias aéreas
Apressados, transeuntes caminhavam em diversas direções
Eu olhava seus apreensivos semblantes imaginando desiguais
Cada qual construindo sua própria história, desatando seus nós
Com a mente congestionada em pensamentos, alguns alegres
Por estarem de volta, outros por regressarem aos seus convívios
Caminhando bem próximos, ninguém se falava, ou se tocava
E a palavra assídua era “desculpe”, e um sorriso destemperado
E eu falando comigo mesmo dizia: “ Somos todos muito esquisitos”

Absorto em pensamentos percebi uma mulher se aproximando
Com um caminhar sensual e faceiro parecendo o bailado do Gavião
Sorrindo, cumprimentou-me e eu meio surpreso correspondi
Ela era graciosa, branca, alta, cabelos negros e olhos azuis
Tinha bem menos idade do que eu, afirmando me conhecer
E suas suaves palavras pareciam bulir nos meus sentimentos
Extasiado fiquei, e enlevado sorri desfilando nos seus encantos
Como se estivesse num dia de sol dourado de sonhos e alegria
Sentou-se ao meu lado e logo felizes conversávamos alegremente

Seu nome era Janice Tierney residente em Seattle, Estados Unidos
Em profundas conversas descobrimos mistérios e segredos comuns
Extasiado fiquei ao descobrir que ela conhecia toda a minha vida
Inclusive de toda a minha árvore genealógica que eu não conhecia
Na conversa não houve, truque, nem embuste, era olhos nos olhos
Qual seria o mistério onde duas pessoas desvelam suas vidas?
Revelando segredos, desvendando mistérios guardados
Assombro para mim que quase nada entendo de clarividência!
Creio que o encontro não foi fortuito, obedeceu a um mistério
Acredito, porém, que nada acontece pelo acaso, que não existe
Apenas penso que somos guiados pela Força da Natureza
Em obediência ao Criador.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 13/01/2020
Reeditado em 14/01/2020
Código do texto: T6840718
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