LILITH, a Samaritana: o lenhador ferido...
Montada em seu Alazão branco,
cujas asas grandes lhes conduzem
acima das árvores, LILITH pede a
seu amigo de asas que a leve ao chão.
Já estavam voando a horas. Precisavam
se alimentar. é certo que a dura missão
desempenhada deixou Lilith triste, mas
era preciso continuar, pois a distância de
seu destino ainda era longa...
Então Alazão Branco, descendo em uma clareira,
no meio da mata fechada, onde corria um pequeno
riacho pedregulhoso, com frutas silvestres à volta,
deixou Lilith descer, e sobrevoando a clareira
pois-se mais adiante, a comer uma relva fresca.
Lilith se dirigiu ao riacho, bebeu água, indo após
colhendo e comendo as frutas tiradas de seus pés.
Enquanto Lilith e Alazão se fartavam, saciando sede e fome,
ouviu-se um barulho de motosserra... Lilith parou, prestando
atenção: Motosserra naquele lugar tão longínquo, longe de
qualquer vilarejo? Estranhou... Mas continuou sua refeição,
indo deitar-se debaixo de uma frondosa jabuticabeira brava.
De repente um barulho de árvore caindo: Ah, aposto que
foi uma das grandes, pensou Lilith, pois o barulho foi dos
estrondoso... Um grito de dor soou nos ares. As aves e bichos
já haviam se movimentado com a queda da árvore gigante,
e com o forte grito, se assustaram novamente, os pássaros
voando alto de seus pousos. Lilith levantou-se ligeiro e,
montando em Alazão, que já havia se achegado, sobrevoaram
para ver o que tinha acontecido...
Há alguns metros de distância, observaram uma pequena
clareira, feita pela árvore grande, caída. Por ser grande e
copuda, levou consigo várias outras árvores menores que
estavam em seu caminho de queda... Desceram e, bem
perto, LILITH viu um homem grande caído ao chão, com
um galho de árvore grosso, lhe amassando as pernas;
estava desacordado; o sangue corria de suas pernas;
Lilith então, com sua espada super afiada, cortou as laterais
do galho, deixando apenas um pequeno pedaço sobre as
pernas, o que permitiu que o tirasse sem ferir mais o lenhador.
Alazão a ajudou, porque mesmo menor, o tronco era pesado.
Após fazer amarraduras com as próprias roupas do homem,
Lilith, com a ajuda de seu amigo Alazão, colocaram-no sobre
o dorso do cavalo branco e, subindo a Guerreira, voou então
Alazão, a procura de alguma cabana de caçadores, que sabiam
haver por ali. Em poucos minutos alcançaram o lugar. Desceram,
e Alazão soltou o homem, descendo-o por seu pescoço, com
ajuda da moça; e quanto Lilith puxava, Alazão empurrava-o,
para ajudar, pois era grande e pesado. Lilith então consegui
levar o homem até uma pequena cama, num canto da cabana
de um cômodo só. Acendeu o fogão de ferro com lenhas que
encontrou no banco de armazenamento, indo buscar água
na bica que tinha por ali perto. Colocou água numa panela
para fazer uma sopa, e numa chaleira: para lavar os ferimentos
do lenhador. Enquanto preparava os legumes com lentilha
para a sopa, pensava que precisava de algum remédio, então
lembrou-se que por ali perto tinha um pequeno vale, onde
cresciam plantas medicinais, entre árvores e arbustos de
amoras silvestres. Na cama o homem se remexendo, gemia:
estava ardendo em febre... Lilith molhou uma pequena toalha
e colocou na testa do lenhador. Ainda não entendia o porquê
dele estar tão distante e sozinho...
Vendo que o homem piorava, LILITH então se apressou, e deixando a sopa a cozinhar, e a água a ferver, saiu da cabana, pedindo que Alazão
a levasse até ao vale das plantas medicinais. Voaram por meia hora,
e então chegaram. LILITH desceu de seu amigo, dirigindo-se rapidamente ao local, buscando encontrar a planta especial que
precisava, que era anestesiante e anti-inflamatória.
Concentrada em sua tarefa, não percebeu que de repente o tempo
se escureceu. Sentindo um calafrio, olhou ao lado, assustando-se...
Um arrepio de horror tomou seu corpo esguio. Alazão vendo o
perigo, fugiu, ao ordenamento de sua dona/amiga. -Sai, Alazão!
(continua...)
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