Eucalibrina

Naquela clareira no centro da floresta estava tudo encantado após um doce amargo na língua. Acendeu me uma estranha luz na testa, um enorme ser se aproxima e com um tom de voz estridente deu início a uma proza.

- Vê estas cicatrizes em minha casca grossa? Foram feitas pelos os homens que aqui visitam, por quê me poupaste?

Eu: - Pelo o fato de eu também possuir marcas semelhantes na casca e na alma, e sei o quanto dói. Qual o seu nome?

- Me chamo Eucalibrina, venho pedir lhe que impeça seus semelhantes de me atingirem com essas lâminas, estou ficando fraca, agradeço lhe pela a sintonia com o reino das matas, tu concedeu me a oportunidade de comunicação com um homem de carne, faça uma marca de tinta em tua casca representando a minha imagem que será guardado.

Eu: - Prometo lhe que farei o possível para evitar que marquem a ti e tuas semelhantes pois sei o quanto é importante o sangue verde e vossa existência.

Então me retirei adentrando a floresta e ouvi um coaxar, era madrugada e não tinha luar, eu via apenas vultos e feixes de luz que talvez refletiam de minha testa no gramado, fui seguindo o som que foi ficando cada vez mais alto, minha mão involuntariamente se imaranhou no meio de um monte de capim embaraçado e trouxe uma rã, aqueles olhos hipnotizantes pareciam portais para outro plano, após encarar por um tempo, me dei conta de que estava enxergando no escuro, a luz de minha testa havia apagado. Então dei um beijo na rã e a agradeci. fui explorar a mata com meu novo dom de enxergar no escuro e me sentei na beira de um rio, estava me sentindo pleno e seguro. Então ouvi um assobio vindo do alto, passou pela minha cabeça "Caipora"... Assobiei no mesmo tom decrescente e fui respondido com um canto de coruja, assobiei novamente e fui respondido com o coaxar de um sapo cururu e depois assobiou novamente, pedi licença e retornei para onde estava acampado, pedi para as pessoas que lá estavam não ferir mais a Eucalibrina e a respeitar e eles disseram:

- A árvore?

eu: - Não é apenas uma árvore, só peço que não façam mais por favor.

então me pediram para contar como foi esta história, acabei falando como foi todo o ocorrido e de certo pensaram que eu estava louco. Mas o importante é que hoje respeitam aquela Árvore e a chamam pelo o nome até, realizei o pedido da Eucalibrina e após retornar ao mesmo local após sete dias, ganhei um presente magnífico... A rã que havia beijado se transformou em uma mulher com os olhos cor de mel mais lindos que já vi na beira de uma fogueira, naquela mesma clareira onde toda aquela magia havia começado. Hoje é minha esposa e sou eternamente grato pelos poderes mágicos da mãe Natureza.

SALUT EUCALIBRINA.

Raw Necro
Enviado por Raw Necro em 28/06/2019
Código do texto: T6683480
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