Blood Moon

Onde estou? Os pingos de chuva caindo sobre meu rosto, me faz entra em um estado estranho... é difícil explicar, depois te tanto tempo que você fica preso aqui, nem me surpreende eu estar assim... Memórias confusas são as únicas coisas que eu lembro, não lembro a última vez que fui feliz... isso acho que foi há muito tempo atrás, não sei que dia é hoje, nem como as coisas estão no mundo lá fora... eu... me excluir de tudo isso, por quê? Eu tenho meus motivos...

Faz tempo que não vejo ninguém por aqui, a morte gira em torno de mim, deve ser por que eu sou a morte, mas... tudo bem, eu já me acostumei com isso... depois que aquilo aconteceu, não me surpreendo mais, também alguém vir até aqui é um suicídio pelo simples fato do solo ser íngreme, mas ainda aparecem caçadoras de recompensa atrás de mim, alguns membros da elite querendo minha morte ou qualquer outro tipo de pessoa querendo minha cabeça numa bandeja de prata, mas o que eles não entendem é que eu não posso morrer... não assim pelo menos, mas isso foi há muito tempo atrás, as pessoas já devem ter se esquecido de mim a esse ponto e lendas já devem ter sido criadas sobre mim, as pessoas me temem... por causa daquilo que eu fiz a muito tempo... Espere, ouço um barulho, quem será agora?

Vejo alguém na estrada da caverna, aparenta ser um humano, mas... estranho, não aparenta ser um soldado ou algo assim, então... quem será? Me aproximo cautelosamente para não assustar esse ser desconhecido. Logo em seguida, vejo ele retirando do bolso da blusa, uma joia de luz para iluminar o túnel escuro, ele começa a adentrar na caverna. Eu continuo escondido nas sombras para ele não me achar e eu continuar a observa-lo, vou deixa-lo descobrir mais sobre esse lugar para depois acabar logo com ele, vamos ver se ele me fornece um pouco de diversão. Ele continua a ir cada vez mais fundo, onde a luz do sol não ilumina mais, onde as pedras ficam mais íngremes e escorregadio, vamos ver quanto ele vai durar. Impressionante, ele conseguiu atravessar esse caminho, onde vários já haveriam morrido nesse trecho... está quase chegando a hora de eu acabar com isso.

Espero ele andar mais e quando ele já estava quase no fim do caminho, decido atacar de uma vez. Com um movimento sutil, eu saio das sombras como um lampejo e salto sobre ele com o fio da minha lâmina em seu pescoço, gosto de ver o brilho nos olhos das minhas vítimas indo embora enquanto eu os matos, mas algo estranho acontece, ao derruba-lo no chão, o cristal de luz acaba caindo no chão e revelando a identidade daquele ser, era uma garota... o que ela está fazendo aqui? Logo em seguida, lembranças distantes vem em minha mente, junto com a felicidade e a dor que elas me traziam e eu acabo recuando para trás... lembranças de uma pessoa que eu não lembrava a muito tempo... lembranças dela.

— Quem é você? — Pergunto em um tom ameaçador.

— Eu... me chamo... Ruby! — Ela dizia assustada.

— O que fazeis aqui nesse lugar?

— Eu estava procurando alguém.

— Não há ninguém aqui... nem se quer um ser vivo, então eu perguntarei de novo, por que você está aqui? — Meu tom ameaçador prevalece novamente.

— Eu vim procurar por Drako! — Ela fala em um tom de preocupação e medo.

Drako... Era um nome que eu não ouvia a muito tempo... muito tempo mesmo...

— Não existe nenhum Drako aqui... ele já morreu a muito tempo, junto com tudo que ele acreditava e defendia... e amava. — Minha voz fica tremula por um momento.

— Como não existe se eu estou falando com o próprio?

Chego rapidamente e novamente minha lâmina encosta em sua garganta.

— Meça suas palavras mocinha, se não seu fim vai ser que nem o deles.

— Deles quem?

Com um movimento rápido, bato a bainha de minha espada no chão e uma luz vermelha se espalha pela caverna há iluminando e mostrando o que estava oculto, corpos e ossos de guerreiro que tentaram me enfrentar e falharam, o custo dessa decisão foi paga com a própria vida de cada um.

— Entende agora o que eu estou dizendo? — Volto a falar em um tom ameaçador.

— Então é verdade, as histórias, as lendas e os mitos sobre você... são todos verdades! — Ela fala preocupada com a situação que ela tinha se metido, mas mesmo assim, eu sentia que mesmo assim ela ainda tinha algo a me dizer.

— Você sabe qual o destino de quem vem até aqui? — Eu falo em um tom sádico.

— Eu sei, mas se você me quisesse morta, eu já teria sido na primeira vez não é mesmo? — Ela perguntava com um mal pressentimento ainda.

— Talvez ou só estou brincando com você antes de matá-la definitivamente não é mesmo? — O meu tom sádico paira sobre o ar.

— Eu preciso da sua ajuda.

— Me ajuda? Eu ri

— Não me faça rir menina tola, desde quando alguém pediria minha ajuda? — Continuo a rir em um tom mais ameaçador ainda.

— Porque eu acredito que você é uma pessoa boa ainda, porque eu acredito que existe bondade em você ainda, mesmo que as outras pessoas não vejam isso.

— Como você pode ter tanta certeza disso garota tola?

— Porque você já foi uma pessoa que lutava pelo bem do nosso reino um dia, pelo bem das pessoas nele, pelo bem dos seus amigos que você lutava no campo de batalha, pelo bem da sua família e entes queridos e pelo bem do seu am....

Rapidamente eu arremesso uma lâmina em sua direção que passa do lado de sua cabeça e encrava na parede.

— Não ouse repetir essas palavras novamente, nem o nome de quem você se refere, se fizer isso, eu juro que serão suas últimas palavras. — Eu olhava para ela não com ódio, mas com a tristeza de saber que a culpa foi minha de tudo isso ter acontecido, de não ter sido capaz de defender as pessoas que eu mais amava e zelava, de ver elas morrendo na minha frente sem eu pode fazer absolutamente nada...

— Não fale como se você entendesse sobre isso, você não sabe nada sobre isso, ninguém sabe... e nunca saberão... compreende? — Eu falo e olho para ela em um tom sério.

Estava tudo escuro, ela só enxergava uma palma de distância na frente dela, a escuridão naquela parte da caverna era densa, nem o cristal de luz era capaz de iluminar tanto, e com isso, ela não conseguia me ver ainda, mesmo as vezes que eu chegava perto dela, ela não conseguiu me ver por causa do escuro e também por que eu era ágil e cauteloso, ninguém sabia como eu era, e os que sabiam, se encontravam lá, mortos pela minha lâmina e a escuridão foi a última coisa que virão.

— Não, eu não compreendo o motivo de você ficar aqui sozinho..., mas eu quero compreender, mas você tem que me permitir isso. — Ela dizia em um tom mais calmo.

— Por que? O que adiantaria eu contar para você minha história se não mudara o que já aconteceu? Perda de tempo. — Eu tirava saro da cara dela.

— Porque somos... parecidos...

— Somos parecidos?!

Me aproximo dela e dessa vez, ela conseguiu me ver, ela via não um rosto, mas uma máscara que escondia minha face. A máscara era branca com detalhes vermelhos, com três cortes no olho direito, minha armadura era vermelha com detalhes de ouro, havia uma Rubi perto do meio peito, e meus olho esquerdo tinha um brilho azul claro, mas o direito, havia uma cor mais escuro, era um roxo escuro e brilhante.

— Você ainda acha que somos iguais?

— Então é verdade, você fazia parte da ordem dos Guerreiros da Blood Moon, uma elite única com só os melhores dos melhores guerreiros... você era o capitão certo? — Ela falava em um tom com uma certa admiração.

— Isso é insignificante agora, isso é algo que já ficou no passado distante, um que eu abandonei a muito tempo, e você não me respondeu ainda... como somos parecidos?

— Bem... — Ela fica em silêncio por um bom tempo.

— Como pensei, isso foi da boca para fora mesmo porque na hora de provar, você não tem resposta. — Eu começo a me afastar dela com um ar de desapontando.

— Nós dois não temos mais ninguém...

Eu paro de caminhar de volta para o fundo da caverna.

— As pessoas que eu amava morreram a muito tempo, eu as vê morrendo a muito tempo, e todas por minha causa, por minha culpa, por causa de meus erros, por causa de meus ideais falsos e meus sonhos toscos... eu sempre cresci sozinho porque toda pessoa que eu me importava...

Eu viro para ela com um olha sombrio.

— Acabaram morrendo, sem exceção de nenhuma!

Volto a caminhar.

Ela meio tensa ainda e preocupada, tenta buscar palavras para tentar me responder algo.

— Eu entendo sua dor, eu cresci na casa dos meus avós, meu pai me abandonou e minha mãe morreu logo depois que eu nasci... eu nunca conheci nenhum dos dois, anos depois meus avós morreram e sem ninguém para ficar comigo eu acabei indo parar em um orfanato... sozinha e sem ninguém..., mas eu não deixei isso me abalar, eu acreditava que eu poderia fazer a vida sorrir para mim ainda, por isso eu nunca desistir de correr atrás do que é importante para mim... e superar minhas dificuldades. — Ela me abre um sorriso meio desengonçado, mas sincero, e isso me fez lembrar dela novamente.

As lembranças mesmo com todo o tempo que havia passado, eu podia sentir as memórias frescas, como se acabassem de acontecer naquela hora..., mas mesmo assim eu volto a retruca-la.

— Mas ainda há uma diferença entre nós, as pessoas a sua volta não foram mortas por mãos de criaturas repugnantes, elas morreram naturalmente, não foram tiradas de você... você não ficou assistindo a vida delas indo embora na sua frente.

— Mas de um jeito ou de outro, no final, todos acabaram morrendo certo? — Ela fala em um tom sereno e melancólico.

— Realmente, você tem um ponto... tenho que admitir...

As memórias voltam a perturbar minha mente novamente e consequentemente eu lembro dela, do seu sorriso..., do seu jeito de agir e pensar..., do seu jeito de falar..., do seu cheiro..., do seu olhar para mim..., do seu toque... e logo em seguida volto a sentir aquele vazio de gelar a espinha... e logo eu me pergunto.

—Por que as coisas tinham que acabar assim? — Eu dou uma leva risada.

— Assim como? — Ruby pergunta sem saber direito.

— De tudo acabar assim, de eu estar aqui, de você estar aqui... a vida sempre consegue me fazer refletir... e me faz sentir saudade dos velhos tempos quando eu era feliz ainda... agora... eu só ando infeliz e amargurado e vendo que na verdade, a vida é uma piada de mal gosto. — Eu olho para ela como se ela fosse entender algo do que eu disse, mas provavelmente ela não entenderia, as pessoas nunca entenderam isso rápido... nem mesmo eu.

— Vou perguntar novamente, o que você veio fazer aqui?

— humm — Ela inspira fundo e continua.

— Estou sendo seguida pelo esquadrão de elite do rei, eles são conhecidos como Eclipse.

— O que você fez para chamar tanta a atenção do rei? — Eu pergunto curioso.

— Não faço a menor ideia, eu juro, mas parece que é por algo ou alguma coisa que eu carrego... não sei ao certo.

— Seus pais foram você não chegou a conhecer certo?

— Não sei ao certo, eu era nova demais para lembrara de algo deles, posso dizer a mesma coisa dos meus avós... — ela dizia em um tom de dúvida, como se ela mesmo nem entendesse a si mesmo.

— Quem te contou essa história?

— Foram as pessoas que cuidaram de mim no orfanato.

— Compreendo.

Estranhamente, mas o simples fato dela não saber quem era me incomodava, como se fosse algo importante, eu sentia isso, mas deveria ser só impressão mesmo, nada demais.

— Então você quer que eu a proteja deles? Não me faça rir — Eu zombava dela ainda.

— Não é isso, eu quero... que se fosse possível... se você poderia me ter como sua aprendiza ou algo assim... — Ela falava num tom de insegurança.

— Como? — Eu estava espantado e surpreso.

— Você tem noção do que acabou de pedir para mim garota? Está ficando louca?

— Acho que não... pelo menos não ainda — Ela ria de nervoso e demonstrava um sorriso sincero.

Eu abaixo a cabeça indignado.

— Você é idiota mesmo.

Essa garota tinha audácia e coragem para alguém que está pedindo algo há alguém como eu, achei peculiar e curioso, de certa forma, quero ver até onde isso vai dar e até onde ela aguentara.

— Você poderá me ajudar? — Ela perguntava entusiasmada e com um olhar familiar... aquele brilho no olhar que iluminavam aquela caverna escura... um sentimento de melancolia vem átona, mas logo já volto para a realidade.

— O que você acha que acontecerá se eu aceitar esse pedido? Acha que vai ser fácil? Será que tu conseguiras aguentar todo o treinamento? — Eu falava num tom de intimidação com um sorriso sádico no olhar.

— Creio que sim. — Ela ainda estava preocupada.

— E seu eu recusar e querer te matar logo em seguida? O que você irá fazer? — Continuo com falando com o tom de intimidação.

— Bem, se eu morrer aqui ou lá fora não faz diferença — Ela sorria.

— Não tem ninguém me esperando mais, todos já partiram desse mundo... — Era notável as lágrimas que escorriam de seu rosto, sorrateiramente elas escorriam pelos cantos de sua face, mas rapidamente ela enxuga elas.

— Não chore, isso não adiantara nada, só vai desperdiçar seu tempo de vida e se desgastar mais rápido...

— É, você está certo, mas nem sempre chorar quer dizer que você é fraco, mas que foi forte por muito tempo... — Ela sorria.

—Como você consegue? Mesmo triste, sabendo que tudo está contra você e que a vida já te machucou tanto, como ainda consegue sorrir? Com o mais puro e sincero sorriso, e com o mais puro brilho no olhar mesmo com as lágrimas? — Eu questionava ela.

— Sabe, ficar triste para sempre não adiantara em nada, se você não ter esperança que as coisas vão melhorar, se você não conseguir se erguer depois de cair tanto ou não sentir amor e alegria pelo simples fato de estar vivo, mesmo com as dificuldades, isso quer dizer que você não está mais vivo... você só é mais uma criatura sem destino e vazia vagando pelo mundo em busca de algo que o faça se sentir vivo mais uma vez... pelo menos, foi assim que eu aprendi quando pequena...

Eu encarei ela como se achasse bobagem as coisas que ela tinha acabado de pronunciar, mas na verdade, aquilo me fez pensar um pouco, mas era algo irrelevante nesse exato momento.

— No final, somos duas pessoas sem rumo no mundo não é mesmo? Que triste destino o nosso. — Eu ria.

— Então, você poderá me ajudar?

— Você terá que provar seu valor antes de qualquer coisa, para eu ter uma base de seu desempenho, mesmo você não sabendo nada, entendido?

— Obrigada, agradeço de verdade sua ajuda, muito obrigado, não sei como lhe agradecer. — Ela falava entusiasmada.

— Não tire conclusões ainda, você terá que provar seu valor ainda para eu pensar eu te ajudar.

— Certo, quando começamos?

— Agora, podemos?

— Mas... tem que ser nesse momento mesmo? Eu estou cansada, você não sabe o sufoco para eu subir até aqui, chegando aqui em cima eu já estava morta e outra coisa, aqui está escuro, não consigo enxerga absolutamente nada e também... eu não sei usar uma espada... — Ela dizia desanimada.

— Não se preocupe, vou pegar leve com você — Eu sorria

— Bem observado, bom, vamos dar um pouco de luz para esse buraco escuro.

Eu encravo minha espada no chão e libero uma energia que ilumina toda aquela caverna escura.

— Podemos ir agora? — Eu pergunto animado.

— E a sua espada? Não vai usa-la? — Ela perguntava curiosa.

— Vou lhe dar uma vantagem, seria meio injusto uma luta de espada com alguém que nem se quer não sabe usar uma, mas não se preocupe, um verdadeiro guerreiro não precisa de armas para demonstrar suas habilidades, as armas em si só complementam a força dele.

— hummm — Ela inspirava fundo.

— Tudo bem então, por onde eu começo?

— Primeiro, tome essa espada, ela é improvisada, mas tem o mesmo peso de uma de verdade, deve servir para você, agora me ataque.

— Como?

— Tente me acerta como se quisesse me matar, não se segure ou vai morrer.

— Se você quer assim, não vou me conter.

Ela desfere um ataque reto e eu simplesmente me esquivo para o lado.

— Muito lento. — Eu provocava.

Ela tenta mais uma vez, mas dessa vez ela tentou fingir que ia atacar pelo lado esquerdo e rapidamente troca para o direito, eu empurro para longe, ela quase chega a cair, mas logo se recompõem e avança com tudo.

Ela tenta me dá uma rasteira, eu pulo, mas quando estou no ar ela tenta desferir um golpe quando eu estava impotente de desviar, eu dou uma leve a risada, ingênua ela era, rapidamente eu levemente me apoio na espada dela e logo em seguida a chuto para trás, ela sem paciência já, avança novamente em minha direção, ela começa a me atacar sem parar, desferindo golpe atrás de golpe e eu desviando de todos sem esforço, mas em um instante por falta de atenção minha, ela me dá um soco que me afasta para trás por um momento e nesse momento ela desferi um golpe em meu ombro esquerdo.

— Consegui. — Ela dizia entusiasmada

— Veja direito criança, não abaixe a guarda por um momento ou você pode perde a luta.

Ela viu eu segurando a lâmina da espada dela sem se quer eu me ferir, meu olho esquerdo brilha e eu desfiro um golpe nela há arremessando para longe e a espada dela fica em minhas mãos, chego rapidamente perto dela e com a lâmina de sua espada eu a encosto em seu pescoço.

— Fim do jogo. — Eu dizia com uma certa emoção.

— Realmente, eu perdi. — Ela dizia chateada, mas não surpresa.

— Você foi bem para que disse que não sabia nada.

— Obrigada. — Ela estava animada

— Você realmente nunca fez algo assim certo?

— Sim, eu nunca usei uma espada, mas é estranho.

— Estranho? Como assim?

— É desde pequena isso, tem coisas que eu pego para fazer e parece que eu já fiz ou fazia, porque eu tenho uma certa habilidade com aquilo, uma certa prática que é impressionante. — Nem ela sabia como explicar direito.

— Compreendo. — Essa garota me fazia ter um sentimento de curiosidade cada vez mais, normal ela não era então, o que ela realmente era? Isso era algo a ser pensar.

— E agora, o que vamos fazer? — Ela perguntava animada.

— Por hoje é só, volte amanhã para decidirmos o resto do seu treinamento.

— Então, você vai aceitar meu pedido?

— É, não tenho nada a perder mesmo.

— Eba! Obrigada, agradeço muito, não sei nem como agradecer. — Ela falava toda animada e emocionada.

— Não precisa ficar feliz por isso, não é nada demais.

— Para você talvez não seja, mas para mim é muito importante. — Ela dizia agradecida.

— É tanto assim?

— Sim, obrigada!

— Quer me fazer um favor?

— Qual? — Os olhos dela se encheram de esperança, chegaram até a brilhar.

— Pare com esse entusiasmo e não me incomode, só venha aqui quando eu te chamar, ok?

— Entendo, prometo que vou. — Ela dizia feliz, como se nem prestasse atenção no que eu tinha acabado de pedir, eu mereço isso.

— Então, agora vá para casa e me deixe em paz.

— Está bem, até amanhã. — Ela sai de lá saltitante e alegre.

Como isso foi acontecer eu não sei ó certo, só enxerguei potencial nela e quero ver até onde esse potencial vai, ela parece interessante, peculiar de certa forma, e ela me lembra alguém muito querida para mim, que eu não lembrava a muito tempo...

Faz tempo que eu não lembro de você não é mesmo? Acho que o tempo, as dores, as amarguras que a vida me trouxeram, acabaram me fazendo esquecer das coisas que mais me fizeram feliz, mas depois de eu ver aquilo e não pode fazer nada, eu não tenho o direito de falar que eu te amava... quando você mais precisava de mim eu não pode ajudar, eu fui fraco e deixei você partir... me perdoe, só quero seu perdão e você de volta, mas a vida não é um conto de fadas ou algo assim, você tem que acostumar com as perdas, tristezas, saudades e no final de tudo isso, lembranças doloridas serão as únicas em sua mente...

A noite estava bela como sempre, eu decido ir meditar um pouco do lado de fora da caverna, o brilho da lua era belo e clareava tudo pelo seu caminho, observando a floresta, eu vejo um sinal de fumaça vindo do meio dela, quem poderia ser? Nesse exato momento lembro que provavelmente deveria ser Ruby, mas eu não mandei ela ir para casa? Logo recordo que ela assim como eu não tem mais um lugar para chamar de casa... a consciência chega a pesar um pouco, mas era irrelevante.

— Ela não sabe que nessa floresta anoite aparece criaturas obscuras? Garota tola — Resmungo para mim mesmo.

— Tomara que ela não se mate atoa, isso seria um desperdício de meu tempo que eu tive com ela, idiota — Continuo a resmungar.

— Vou ver como ela vai se virar contra as criaturas da floresta, vai ser um belo jeito de analisar suas habilidades mais uma vez, só que dessa vez sobre total estresse e com o risco real de morte, intrigante — Eu falo com um tom meio sádico e curioso, queria descobrir mais sobre do que ela é capaz para matar minha curiosidade, e para talvez eu me livrar dela logo.

Esgueirando-se pelas sombras das árvores, eu chego perto do acampamento que ela montou para passar a noite, procuro uma árvore alta para que eu pudesse assistir as coisas do alto, a visão lá de cima era boa, conseguia ver toda a extensão da floresta até 5 Quilômetros de distância, era um bom ponto. Ela apresentava nada de incomum, tudo estava no padrão de um ser humano, ela parecia estar muito feliz, e pensar que ela está assim porque eu dei esperança a ela que iria ajudá-la, vai entender, mas as vezes penso que para mim isso possa ser algo irrelevante, algo tosco, mas para ela deve ser diferente, deve ser algo maior, algo que eu não possa compreender o certo, essa garota é cheia de mistérios de fato.

— E você não é também? — Eu falava para mim mesmo dando uma leve risada.

As horas passaram e cada vez mais a noite estava chegando no seu ápice, onde a lua se encontrava iluminado tudo, onde a noite ficava clara que nem o dia, e ela já estava dormindo em sua barraca, dormia profundamente sem se preocupar com a sua volta, eu não dormi mais, depois de um tempo, dormi foi algo que eu não conseguia mais, não porque eu não queria, mas porque eu não conseguia mais mesmo, eu poderia deitar, mas a maldição que eu tenho não permite isso, ela só permite o sofrimento eterno que eu aprendi a controlar com o tempo mais nada, além dela me fornecer outros atributos, mas isso é irrelevante agora... vendo ela dormi observo criaturas se aproximando perto dela, estavam se aproximando cada vez mais, até que ela acordou.

— Quem está aí? — Ela perguntava assustada.

Logo ela viu lobos de olhos negros e pelos escuros como a noite observando ela, era de gelar a espinha aos velos tão de perto, eram lobos do véu da noite, cruéis, assassinos, essas coisas, eles eram a última coisa que você ia querer encontrar enquanto está em uma floresta a noite sozinho.

— Saiam de perto de mim senão terei que optar por métodos não muito agradáveis á vocês! — Ela dizia meio assustada ainda e tremula.

— Hahahaha, não nos faça rir garota insolente, você não tem chance contra nós, contra todos nós — E das sombras da noite, ela consegue ver uma matilha deles saindo de trás das árvores, se esgueirando para perto dela.

— Estamos em maior número garotinha, o que você irá fazer? Vai correr igual todos fazem ou vai tentar nos enfrentar? — Eles zombavam dela num tom sádico.

Ela olha em sua volta, a procura de algo para usar em sua defesa, mas ao mesmo tempo de olhos nos lobos que a espreitavam, e sobe olhares rápidos em sua volta, ela se lembrou da espada que eu tinha emprestado a ela, não era muita coisa, mas já era algo.

Rapidamente, ela se vira e do lado de fora de sua barraca, ela pega a espada.

— Não falarei de novo, saiam daqui se não, eu não me responsabilizarei com o que irá acontecer com vocês — Ela dizia um pouco mais confiante do que antes.

— Vejam rapazes, a nossa pressa quer brincar conosco — Ele ria sadicamente — Vamos rapazes acabar logo com isso.

E no instante que ele acaba de pronunciar isso, só vejo um deles saltando e cima dela e por um momento pensei que esse era o fim dela, triste de certa forma, ela parecia tão promissor, mas logo em seguida, eu vejo ela com uma bela esquiva para trás e logo em seguida, desferindo um golpe no lobo, fazendo o gruir de dor.

Logo em seguida eu vejo mais lobos avançando na direção dela, e sem recuar, ela foi dando um jeito em cada um deles, como se já tivesse feito isso muitas vezes, a cada golpe, a cada movimento que ela realizava, parecia que ficavam mais apurados ainda, como se ela melhorasse seus golpes a cada vez que os realizava... isso me intrigou, e por um momento, um de seus movimentos me pareceu familiar... como se eu já tivesse visto aquele estilo de luta antes a muito tempo atrás, e por um breve momento, eu consigo enxergas no olha dela algo diferente, como se ela estivesse em transe ou algo assim.

Ela lutava bem diferente do que eu tinha visto a algumas horas atrás, essa garota era mesmo peculiar, mas algo aconteceu no meio daquela confusão toda, entre vários corpos a sua volta, um lobo a surpreendeu por trás se ela perceber e a arranhou na perna direita, a deixando sem conseguir andar direito e essa foi a deixa dela, ela caiu no chão apoiada em sua espada, olhando em volta como se não entendesse o que acabara de acontecer, e de não acreditar que foi ela que fez tudo aquilo.

— Garota insolente! — Gritava o lobo enfurecido — Como ousa ferir meus companheiros e ainda manchar nossa honra, você irar pagar com sangue pelo o que fez! — Ele estava um pouco alterado já.

Ele mesmo sem entender direito o que havia acontecido, tenta responder algo a atura dele, mesmo sabendo que isso era tolice no estado que ela estava.

— Honra? Não existe honra em atacar uma mulher a noite, sozinha e vocês estando em maior número, isso é realmente constrangedor para quem disse que iria acabar comigo — Ela zombava deles para tentar disfarçar a dor que estava sentindo em sua perna.

Rapidamente, o lobo que aparentava ser o líder da matilha, salta em sua direção desferindo um golpe em seu braço esquerdo, e a dor cada vez mais aumentando, e ela sem pensar duas vezes e desesperada, foge dali cambaleando, mas os lobos continuavam a perseguindo sem parar.

Logo apresso meus passos para não perder eles de vista.

Ela correu bastante para quem estava ferido, mas logo se cansou e encostou perto de uma árvore, e sem conseguir andar mais, se apoio nela, cansada e exausta e com os lobos se reunindo em volta dela, ela estava desesperada e sem saída.

— Achou que ia conseguir fugir de nós não é mesmo? — O lobo a encarava e falava num tom amedrontador — Matem ela, e comam até só sobrarem os ossos.

Ela sem conseguir mais se defender e fraca, solta a espada de sua mão que ela segurava com tanta firmeza, e logo ele consegue ver o fim dela, enquanto os lobos se aproximam dela devagar, sabendo que ela não poderia mais fazer nada no estado que ela estava.

— Ela não é problema meu — falava para eu mesmo — Ela só é um peso para mim, e também, se ela morrer ou viver não importa, não ganho nada com isso...

Eu continuo a observa aquela cena que me chamava atenção, eu me virei e decidir ir embora já, não tinha mais nada para mim naquele lugar e nem com ela mais, mas ao fazer isso, eu tenho uma lembrança forte dela passando em minha cabeça naquele instante.

— Você não vai ajudá-la? — Ela me perguntava.

E ao me virar e olhar novamente para Ruby, eu pode ver ela, eu não via a Ruby em perigo, mas ela e mesmo sabendo que aquilo não era real, algo dentro de mim me fez querer ir lá, mas algo ainda me impedia e mesmo assim eu fui.

Saltando rapidamente nos topos das árvores até chegar lá, eu pulo do topo de uma árvore de mais de dez metro de altura, e arremesso minhas adagas nos lobos perto dela e pouso no chão em cima de outro, eu observo em volta e meu olhar vazio é a única coisa que eles conseguem ver.

— Quem é você? — Um dos lobos dizia com medo e era bem perceptível que os outros ao redor também estavam apavorados coma cena.

— Eu sou o início e o fim de tudo que atravessa o meu caminho — Eu dizia calmo.

— Não tenham medo, ele só é um e nós somos muitos, ataquem ele e depois peguem a garota — Ele tentava animar os lobos de novo.

Logo em seguida os lobos voltam a avançar com tudo e eu observo para ver se ela não estava acordada, ela não poderia ver eu ajudando ela, isso arruinaria a minha fama de assassino cruel, e logo vejo que ela permanece desacordada, eu dou um sorriso de leve.

— Faz um bom tempo que eu não prático um pouco, acho que eu vou estar um pouco enferrujado, mas dá para o gasto — Eu dizia alegremente com a chacina que estava prestes a acontecer.

Meu olho brilha e isso foi a última coisa que eles viram antes da morte chegar para cada um deles, com movimentos sutis, eu desmembro cada um deles, com cortes rápidos eu arranco o sangue negro de cada um deles, com golpes certeiros eu decapito as suas cabeças, e com os movimentos certos eu termino a batalha, única coisa que sobro foi o rastro de sangue que eles deixaram antes de morrerem, eu olho a minha volta para ver se não tem algum vivo ou fugindo, noto que tem um correndo assustado.

— Ele pensa que vai conseguir fugir de mim — meu olhar fixo no meu alvo já dizia o que passava em minha mente, e com um movimento preciso de minha espada, mesmo estando longe da minha presa, eu acerto ele e o parto no meio.

— E esse foi o último — eu dizia chateado.

Logo olha para trás e vejo ela encostada na árvore ainda, cansada e toda ensanguentada por causa dos machucados, ela estava exausta e ferida, normalmente eu deixaria ela ali onde ela estava, mas decidi leva-la de volta comigo, pelo menos lá ela estaria segura.

Eu pego ela em meus braços e logo me dirijo de volta a minha adorável casa, caminhando pela floresta adentro, observando a beleza que a noite trazia para ela, a luz do luar passando entre os galhos das árvores negras, o reflexo da lua nos rios, a beleza das flores noturnas, e por um momento, até ela... o brilho de seus cabelos se misturava com o brilho da lua, logo em seguida, ela acorda meio desnorteada, o brilho dos seus olhos ao encontro com a luz do luar era esplendido, uma beleza que eu não via há muito tempo... eu fiquei admirando um pouco mas logo eu viro o rosto para ela não perceber.

— Onde... estou? — Ela perguntava zonza ainda.

— Você está na Floresta dos Caídos criança — Eu dizia a ela calmamente.

— O que... aconteceu — Ela questionava

— Você foi atacada minha cara.

Ela zonza ainda e sem entender nada, tenta se mover um pouco, mas logo solta um leve grunhido de dor.

— Aaii..., mas, oque... aconteceu comigo? — Ela perguntava assustada e com fortes dores.

— Durma criança, você está segura agora — Eu dizia e olhava para ela serenamente

E rapidamente, dessa vez ela dormiu. Dormia um sono leve e calma, como se nada houvesse acontecido, ele parecia uma criança dormindo, meigo eu diria, agradável também, saber que alguém não se incomoda com sua presença é bom, ela parece confiar em mim, mesmo sabendo do que eu sou capaz, eu me sentia meio nostálgico perto dela, acho que isso me fazia amolecer um pouco, ela me deu um novo objetivo na vida... pelo menos, algo para eu fazer agora, já que eu tenho todo o tempo do mundo, ajudar ela não seria perca de tempo não é mesmo? E eu tenho curiosidade de saber até onde o potencial dela vai, ela parece promissor ao meu olhar, quero ver se não estou enganado em relação a isso.

Depois de uma bela caminhada pela floresta anoite, serviu para eu esticar um pouco as pernas e tirar um pouco da ferrugem em meus braços, fazia tempo que minha espada não era suja de sangue, mesmo sendo criaturas inferiores, deram um bom boneco de treinamento, subo rapidamente a colina, chego na entrada da caverna e adentro ela, uma coisa que as pessoas não sabiam, porque também nunca conseguiram chegar ao fundo da caverna, é que havia uma casa construída lá no fundo, era a minha casa, aconchegante até, escura por fora mas bem iluminada por dentro, era consideravelmente grande, uma sala de estar com estantes de livros, uma lareira, um belo sofá eu diria, tinha uma cozinha grande, um quarto para hospedes, o meu quarto, uma sala de treinamento, era uma casa simples e agradável... e fazia muito tempo que eu não entrava nela, havia alguns sinais de cortes de espadas nas paredes, algumas marcas de pancadas, algumas partes ligeiramente queimadas... elas contavam um pouco da história que ninguém sabia.

Havia dois andares e um porão, subo para o segundo andar, onde se encontrava o quarto de hospedes, abro a porta e a coloco na cama cuidadosamente, logo já desço rapidamente e procuro os ingredientes para fazer um curativo. Encontro todos e em bom estado ainda, impressionante, eu subo e logo já enrolo os ferimentos dela com um curativo e utilizo os medicamentos.

— Quando ela acorda, ela estará melhor — Eu afirmava para mim mesmo.

Logo desço as escadas novamente e passeio pela casa, relembrando as histórias que ela me trazia, era reconfortante se não fosse triste o final delas, mas afinal, o cara do para sempre que tanto falávamos, se transformou em para nunca...

O dia amanhece, ela está dormindo ainda, mas pelo menos aparenta ter melhorado, isso era bom e logo eu me retiro do quarto dela e me dirijo para a sala de treinamento, queria ver como estava as coisas lá em baixo e também para eu brincar um pouco, fazia tempo que eu não entrava nessa casa, então decidi aproveitar e arrumar as coisas, afinal, se ela estivesse aqui, ela pegaria no meu pé para eu arrumar a casa, como ela sempre fazia, ela dizia que eu era relaxado e que minhas coisas viviam bagunçadas, eu considerava isso um insulto a minha pessoa, minhas coisas nunca estavam bagunçadas, mas elas estavam arrumadas de um jeito complexo que ela não entendia, última vez que eu falei isso para ela, posso dizer que eu quase aconteceu um catástrofe... ela estava naqueles dias também, era justificável ela quase me degolar... lembranças assim me fazia sorrir involuntariamente.

Começo a arrumar aquela bagunça, e vejo que poeira era o que não faltava, teia de aranha também, começo a mover as coisas de lugar para limpar e tudo ali tinha uma história, uma lembrança forte que ainda predominava naquele lugar, a primeira espada com que treinei, o primeiro treinamento que consegui fazer sem me ferir, a espada que eu usei para duelar com ela várias vezes, tudo havia uma história, tudo era importante para mim, tudo predominava um grande valor sentimental, mas a maior relíquia que eu tinha estava em meu quarto, em cima da minha estante, era a Espada da Lua que pertencia à ela, assim como a minha, e o poder de ambas eram iguais. Todos os guerreiros da Blood Moon tinham sua espada da lua, mas cada uma delas tinha suas características distintas umas das outras, para se adaptar com cada um dos portadores, a minha espada era a representação da lua cheia, a dela era da lua nova, ambas muito fortes, e dos outros membros eram dois que representavam a lua minguante e dois a lua crescente, nosso grupo era composto de seis membros, todos muito habilidosos e leais, era bons companheiros e amigos, eu considerava eles irmãos... até que aconteceu aquilo e tudo mudo... naquela fatídica noite de inverno, a lua estava mais bela do que nunca, ela estava ao meu lado e eles logo atrás, estávamos numa missão casual que o rei tinha nos mandado, mas algo ali estava estranho..., minha lembrança é rapidamente interrompida com ouço o barulho de alguém levantando e andando pelo piso, ela tinha acordado.

Rapidamente eu termino de limpar a sala de treinamento, subo as escadas e lá está ela, toda alegre e energizada, nem parece que na noite anterior ela quase morreu, mas isso não importava, ela estava bem e isso era o bastante para mim.

— Bom dia! Está melhor hoje? — Eu perguntava serenamente.

— Estou sim! — Ela sorria — Obrigado por cuidar dos meus ferimentos, espero que eu não tenha sido um fardo para você! — Ela dava uma risada de nervoso.

— Desponha, afinal, foi bem simples cuidar de você, além do seu tamanho compacto, você possui uma ótima regeneração pelo o que notei, não é mesmo? — Eu dizia tranquilamente.

Ela me olhava com um leve desdém, mas logo volto a falar.

—Desde pequena eu sempre me recuperei rápido de ferimentos, mas eu nunca consigo me lembrar muito bem do que aconteceu momentos antes de eu me ferir... só me lembro de vultos. — Ela dizia meio confusa ainda.

— Do que você lembra? — Eu perguntava curioso.

— Eu só me lembro de lobos negros aparecendo, de acorda em seus braços e mais nada. — O tom de voz dela era de incerteza — Não me recordo do que eu fiz ou do que aconteceu para eu ficar assim, eu só sei que aconteceu porque eu estou cheia de curativos — Ela ria.

— Interessante eu diria — Eu falava curioso — Então, você não se lembra do massacre que você fez contra os lobos? Com a espada que eu tinha lhe dado? E olha que ela nem está afiada, mas você ainda conseguiu fazer um belo estrago naquela alcateia

LuckyMoon
Enviado por LuckyMoon em 16/04/2019
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