AS MAIS BIZARRAS
Se tudo que vejo, conto
Porém nada eu invento
Ontem vi um João de Barro
Com um caminhão de cimento.
Há poucos dias eu vi
E não é mentira minha
Uma raposa no zap
Namorando uma galinha.
Vi um gato curioso
Paquerando uma abelha
Percebi que o animal
Paquera o que dá na telha.
Minha galinha nanica
Por obra e graça do destino
Em vez de botar um ovo
Findou parindo um menino.
Meu cachorrinho sapeca
Que tem toda a minha estima
De tão sapeca inventou
De fazer cocô pra cima.
O pato perdeu a pata
Mas não ficou mutilado
Namorou uma galinha
Com quem hoje está casado.
Numa briga de casal
O boi caiu na enrascada
Chamou a mulher de vaca
E levou uma chifrada.
Um macaco debochando
Chamou o urubu de negrão
Enquadrado por racismo
Foi padecer na prisão.
O macho achou a barata
Dentro de um sapato
Onde o amor aconteceu
Isso é mesmo um barato.
Para o boticário ter
Seu sucesso garantido
A chefe de laboratório
O gambá foi promovido.
No pescoço de um leão
Eu vi um gongo enrolado
O rei da selva, coitado
Morreu asfixiado.
Atirei o limão no rio
Meu limão virou uma lima
No momento, então, as águas
Passaram a correr pra cima.
Quando atirei no mar
O limão foi para o fundo
Foi desse jeito que fiz
Limonada pra todo mundo.
A noiva do meu amigo
Coitadinha, é tão magrela
Que em vez de o anel no dedo
Teve que pôr na canela.
Com as coisas que ando vendo
A conclusão aqui tirada
É que neste mundo velho
Não duvido de mais nada.
Noedson Valois.
Fedegosos, 04 de abril de 2025.