LEMBRANÇAS DE UM CAIPIRA
Sua jornada era monótona e sofrida,
No entanto lhe abraçava a liberdade
Pelos campos inventava a própria vida
Inocente, um menino sem maldade.
E na roça ele regava pensamentos
Ao plantar e vendo tudo florescer
Não havia nenhum tipo de tormento
A simplicidade era o que dava prazer.
E nos dias de domingo com os amigos
Nos encontros da quermesse na igreja
O primeiro amor platônico, proibido
Pôs o corpo e o pensamento em peleja.
É um misto de lembranças e saudades
Veja o tempo o que fez com o menino
Já não corre com tanta velocidade
Seu sentido sem querer perdeu o tino.
As mãos não têm mais as palmas grossas
Sua vida mudou tão completamente
E o seu canto que ecoava lá na roça
É o que resta tatuado em sua mente.
JOEL MARINHO