QUADROS

À noite

Na sombra do azulejo

Bate-me o açoite

Do doce desejo

Enquanto penso

Em escrever um poema

E no fundo do meu senso

Noto o mesmo lema

Olhando os quadros

Pendurados na parede

Com traços e esquadros

Expostos na minha rede

Com o caso esotérico

Que pulsa na primavera

Com o olhar periférico

Da minha nova quimera

Posta na flor noturna

Que se abre com a lua

Para perfumar a furna

Que o amor perpetua