"SÁBADO DE BAILANTA"

"SÁBADO DE BAILANTA"

Com o primeiro cantar do galo

Acordei num repente

Fui encilhar o meu cavalo

E sorver um chimarrão quente.

Vendo meu cusco caramelo

Me senti abichornado

Mais enrolado que cascavel

Sobre a tesoura do telhado.

Os campos cobertos de geada

Pareciam um grande lençol

Um pequeno brilho no horizonte

Anunciava a chegada do sol.

Bem trajado como convinha

Botas reluzentes e bombacha folgada

Na cintura uma adaga afiada

Caso houvesse alguma entreverada.

Com o minuano açoitando o poncho

Saí ao amanhecer do dia

Não fosse o barbicacho

O aba larga da cabeça caia.

Bati com as esporas

Na virilha de meu alazão

E rumo à bailanta

Partimos na direção.

Este dia tão aguardado

Não podia desperdiçar

Passaria a tarde toda

Com uma linda prenda à dançar.

Se fosse bem apanhada

Da maneira que eu queria

Não largaria de sua cintura

Até o raiar do dia.

Nilo Fiosson

10.07.2024

Nilo Fiosson
Enviado por Nilo Fiosson em 10/07/2024
Código do texto: T8104111
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