Hei-de rir-me

Diz o povo e muito bem

Quem vê caras não vê corações

Mas o povo diz também

Que se apanham os aldrabões.

Quem vive alegre de traição

Ou de promessas sobre os Mortos

Há-de morrer do coração

Apodrecendo-lhe nos corpos.

Pobre gente da intriga

Cuja língua é veneno

São mais tristes que a lombriga

Que lhes vai no pensamento.

Hei-de rir-me dessa gente

Ao vê-los tristes por aí

Hei-de vê-los de repente

Caídos onde eu caí.