Delírios da Madrugada
Numa noite aconchegante
Após meu adormecer
Sono leve, sonho bom
E um gostoso amanhecer.
Vi ecoar em meu sono
Gorjeios da passarada
Intensos raios de sol
Desfolhando a madrugada.
Levantei-me deslumbrado
Dei um bom dia inocente
Para o dia que chegava
Manso e sorrateiramente.
De leve abri a janela
Pro sol entrar a contento
Inebriado no instante
Alheio aquele momento.
Saí com os pés no chão
Pisando a relva molhada
Gotejada pelo gélido
Orvalho da madrugada.
Outros sons aos sons do mar
Encantante melodia
Eco levado pra longe
Nas brumas da ventania.
Colibri surpreendendo
A rosa desavisada
Roubando um beijo suave
E partindo na alvorada.
A passagem da neblina
Deixou-me os rastros no chão
E retalhos de memórias
Bordados no coração.
Meus edificios da alma
Horas contendo aranhóis
Outrora tão visitados
Por mares, luas e sóis.
São quimeras de uma noite
Felicidade almejada
Uma janela entre aberta
Na manhã ensolarada.