‘N.A.: As "QUADRAS PERFILADAS" serão publicadas paulatinamente
e seguirão o mesmo entendimento das "TROVAS DO DIA",
meu projeto literário encerrado em 10/10/2020, sem o compromisso de datas fixadas. Maiores detalhes na quadra “ÊXTASES”, publicada em 18/06/2021.
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QUADRA PERFILADA (CLVII)
Já me apaixonei na fantasia,
Com muitos sonhos e visões,
Tudo terminou sem euforia,
Com tristezas e decepções.
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HOMENAGEADA:
e seguirão o mesmo entendimento das "TROVAS DO DIA",
meu projeto literário encerrado em 10/10/2020, sem o compromisso de datas fixadas. Maiores detalhes na quadra “ÊXTASES”, publicada em 18/06/2021.
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QUADRA PERFILADA (CLVII)
“CUSTO DA FANTASIA”
Já me apaixonei na fantasia,
Com muitos sonhos e visões,
Tudo terminou sem euforia,
Com tristezas e decepções.
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HOMENAGEADA:
NÍSIA FLORESTA (1810/1885)
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UM DE SEUS PENSAMENTOS:
Flutuando como barco sem rumo ao sabor do vento neste mar borrascoso que se chama mundo, a mulher foi até aqui conduzida segundo o egoísmo, o interesse pessoal, predominante nos homens de todas as nações.
SEU PERFIL BIOGRÁFICO:
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira natural de Papari (RN). Primeira na educação feminista no Brasil, com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais. Defensora de ideais abolicionistas, republicanos e principalmente feministas, posicionamentos inovadores na época, influenciou a prática educacional brasileira, rompendo limites do lugar social destinado à mulher. Capaz de estabelecer um diálogo entre ideias europeias e o contexto brasileiro no qual viveu, dedicou obras e ensinos sobre a condição feminina e foi considerada pioneira do feminismo no Brasil, além de denunciar injustiças contra escravos e indígenas brasileiros. No cenário de mulheres reclusas ao casamento e maternidade, diante de uma cultura de submissão, foi a primeira figura feminina a publicar textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Dionísia Pinto ainda dirigiu um colégio para meninas na cidade do Rio de Janeiro e escreveu diversas obras em defesa dos direitos das mulheres, índios e escravos, envolvendo-se plenamente com as questões culturais de seu tempo, através de sua militância sob diversas vertentes. Em seu livro Patronos e Acadêmicos, referente às personalidades da Academia Norte-Riograndense de Letras, Veríssimo de Melo começa o capítulo sobre Nísia da seguinte maneira: “Nísia Floresta Brasileira Augusta foi a mais notável mulher que a História do Rio Grande do Norte registra”. Dionísia Gonçalves Pinto nasceu no dia 12 de outubro de 1810, em uma fazenda no município de Papari, atual Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte. O grande pedaço de terra da família tinha nome de Floresta e estima-se que ocupa o que hoje são duas cidades. Filha do português Dionísio Gonçalves Pinto, que veio de Portugal para o Brasil no começo do século século XIX e trabalhava como advogado, e da brasileira Antônia Clara Freire, herdeira de umas das principais famílias da região. Dionísia tinha três irmãos: Clara, Joaquim e uma terceira irmã do casamento anterior de sua mãe viúva. Durante a infância e adolescência, passou por períodos de acentuada convulsão sociais, que contribuíram para sua formação. Por conta das diversas insurreições que assolavam a região Nordeste na época - durante a permanência da Família Real no país - a família Gonçalves Pinto estava constantemente de mudança, principalmente por causa da origem e profissão do pai. Como português, sofria com as perseguições antilusitanas dos movimentos revolucionários e, como advogado, assumia causas que, por vezes, iam contra os interesses de notáveis proprietários de terras e fazendeiros locais. Dentro do estado de Pernambuco, a família passou por Goiana, Recife e Olinda, o que permitiu que Dionísia tivesse contato com diversas culturas e realidades ao longo da vida. Em 1817, quando eclodiu a Revolução Pernambucana, o sentimento antilusitanista cresce ainda mais e a família é obrigada a se mudar da fazenda em Papari para Goiana. É nesse município, mais desenvolvido econômica e intelectualmente, onde Nísia Floresta inicia os estudos no convento das carmelitas. Além do estudo clássico manual e de canto, a influência do pai determina um primeiro contato de Dionísia Pinto com a cultura europeia e com o liberalismo, incentivado pela figura paterna a investigar livros da biblioteca do convento. Seguindo a tradição da época, pela quais meninas entre doze e catorze anos já estariam prontas para o matrimônio, Nísia Floresta é forçada a se casar, em 1823, com treze anos de idade. A união se dá com Manuel Alexandre Seabra de Melo, proprietário de terras, mas dura poucos meses. Rompendo com o marido, Nísia retorna para a casa de seus pais que a recebem de volta, embora seja socialmente julgada devido à atitude considerada transgressora na época. Ainda fugindo dos movimentos separatistas, a família mudou-se para Olinda, onde o pai acabou atuando em uma causa contra a elite local - a poderosa família Cavalcanti - e acabou, por conta desse antagonismo, assassinado em 1828. Nísia Floresta, que na época tinha dezessete anos de idade, descreve esse episódio da morte do pai em uma emboscada nos arredores de Recife: "Esse advogado, que fizera triunfar o direito de seu pobre cliente, alvo da injustiça atroz de tal tirano, caiu de improviso sob os golpes de assassinos pagos por ele." No mesmo ano em que seu pai morreu, Nísia inicia um namoro com Manuel Augusto de Faria Rocha, acadêmico da Faculdade de Direito de Olinda. Ainda que acusada de adultério pelo marido de quem havia se separado, sofrendo ameaças do inconformado com o abandono, isso não impediu que Nísia Floresta tivesse sua primeira filha com Manuel Rocha, Lívia Augusta de Faria Rocha, nascida em janeiro de 1830. No ano seguinte, nasce seu segundo filho, que acaba morrendo precocemente pouco tempo depois. O ano de 1831 é marcante pelas primeiras publicações escritas de Dionísia. Ela publica em um jornal pernambucano, chamado Espelho das Brasileiras, uma série de artigos sobre a condição feminina, sendo uma das mulheres pioneiras na contribuição para jornais da época. Em 1832, faz a publicação de seu primeiro livro: Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens e assina pela primeira vez com o pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. A escolha se deu porque Floresta era o nome da fazenda onde nasceu, Brasileira pelo orgulho de seu país e Augusta como uma homenagem e recordação de seu segundo companheiro e grande amor. Por muito tempo considerou-se que a obra fosse uma adaptação livre de A Vindication of the Rights of Woman, de Mary Wollstonecraft, pois a própria Nísia havia dito que nela se inspirara, mas estudos de Pallares-Burke (1995) e Oliveira & Martins (2012) demonstraram que Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens é na verdade uma tradução integral de La femme n'est pas inferieure a l'homme, publicado em 1750, por sua vez uma tradução de Woman Not Inferior to Men, de uma escritora que só assina como Sophia. A identidade desta Sophia tem sido debatida, surgindo várias proposições: lady Mary Wortley Pierremont, lady Sophia Fermor, Philippe-Florent de Puisieux ou Madeleine d'Ansant de Puisieux. O título da tradução de Nísia publicado, primeiramente, na cidade de Recife em 1832 foi, segundo o autor Laurence Hallewell em sua obra O Livro no Brasil: sua historia, talvez "a mais interessante publicação do Recife desse período". No ano seguinte, em Porto Alegre, foi publicada pela Typographia de V. F. Andrade; e, no Rio de Janeiro, em 1839, pela Casa do Livro Azul. Sua edição, mesmo que haja a polêmica se foi ou não uma tradução de A Vindication of the Rights of Woman, fez associar paulatino o nome de Wollstonecraft ao ideário feminista, ainda tão incipiente no Brasil. A onda precursora feminista brasileira vem, tal como o primeiro livro de Nísia Floresta, inspirada por movimentos externos ao país. Nesse contexto, a autora tem papel relevante por sua capacidade de traduzir não apenas linguisticamente, mas também culturalmente a obra estrangeira, tornando possível a apropriação do discurso não para produzir réplicas, mas para construir adaptações à realidade nacional. Ao assinar a publicação do livro, já com seu pseudônimo, a autora ganha o título incontestável de pioneira no movimento feminista brasileiro, denunciando o estado de inferioridade no qual viviam as mulheres de sua época e procurando romper com os preconceitos que as cercavam. Além do primeiro livro, sua colaboração em jornais, a partir de 1830, em Recife, também se fez notável através de seus contos, poesias, novelas e ensaios, posteriormente publicados em periódicos no Rio de Janeiro. Publicado em 1841, seu segundo livro, Conselhos à Minha Filha, foi um presente de aniversário para Lívia, que completava doze anos. A partir de 1847, suas obras passam a contemplar mais a educação, nunca abandonando a bandeira da igualdade de gênero. Estão entre as publicações desse ano: Daciz ou A Jovem Completa, Fany ou O Modelo das Donzelas e Discurso Que às Suas Educandas Dirigiu Nísia Floresta Brasileira Augusta. Posteriormente, durante sua estada na Europa, Nísia ainda publicaria diversos relatos de suas viagens, suas obras, no entanto, se tornaram de difícil localização para os estudiosos. Seja porque se perderam ou porque, quando assinava, muitas vezes o fazia por pseudônimos. Artigos da autora assinados com a "Quotidiana Fidedigna", por exemplo, foram encontrados nos jornais O Recompilador Federal e O Campeão da Legalidade. De maio a junho de 1851, o jornal carioca O Liberal publicou uma série de artigos de Nísia, intitulados A Emancipação da Mulher, onde ela retomava a relevância da educação voltada às mulheres. Em suas três obras de 1847, cujo caráter era mais pedagógico, Nísia Floresta dedica-se a criticar o sistema vigente que considerava as ciências inúteis às mulheres, sob a justificativa de que os estudos corromperiam as figuras femininas. Ainda em seu livro Opúsculo Humanitário, de 1853, a educadora trata do fracasso geral do padrão de ensino e denuncia, sem expor nomes, escolas da Corte regidas por estrangeiros que seriam, para ela, despreparados para exercer a função de orientadores ou lecionadores no âmbito educacional. Nísia deixa a direção do Colégio Augusto, em 1849, quando partiu para a Europa por recomendação médica, para tratar da saúde de sua única filha, que havia sofrido um grave acidente, ao cair de um cavalo. A escritora retornaria ao Brasil no ano de 1852, dedicando-se à produção de artigos para jornais, de onde sairia a compilação que posteriormente iria dar origem ao Opúsculo Humanitário, entre publicações de outras obras em território brasileiro como: Dedicação de Uma Amiga e Páginas de Uma Vida Obscura. Durante uma pandemia de cólera que atingiu o Rio de Janeiro em 1855, atuou como enfermeira voluntária e no ano seguinte partiu novamente para a Europa. Nesse mesmo ano de 1856, o Colégio Augusto encerra suas atividades após dezessete anos de funcionamento. Permanece na Europa de 1856 até 1872, período durante o qual viajou por diversas cidades da Itália e da Grécia, publicando obras em francês e escrevendo seus relatos de viagens. Foi nesse período que a autora teve contato com o positivismo comtiano pela primeira vez, durante um curso de História Geral da Humanidade, lecionado pelo próprio Augusto Comte no Palais Cardinal, em Paris. Mais do que uma aluna, Nísia tornou-se uma grande amiga para o filósofo francês. Seu primeiro contato com o mestre de Montpellier deu-se em 1851, em Paris, quando a brasileira ouviu uma das conferências do curso História Geral da Humanidade realizada por Comte no Palais Cardinal. Posteriormente, Nísia ofereceu a Comte um exemplar de seu livro Opúsculo Humanitário. Sobre a obra, que consistia de uma coletânea de 62 artigos sobre educação feminina, Comte escreveria ao também filósofo positivista francês Pierre Laffitte em 30 de setembro de 1856, ressaltando a obra de Nísia. Entre 1870 e 1871, mudou-se de Paris por conta do Cerco de Paris (1870–71), bem como a Comuna de Paris, vivendo temporariamente em cidades da Suíça e da Espanha, antes de regressar ao Brasil em 1872, em plena campanha abolicionista liderada por Joaquim Nabuco, mas pouco se sabe sobre sua vida nesse período. Retornou à Europa em 1875, tendo morado em Londres, Berlim, Lisboa e Paris. Estabeleceu residência definitiva no interior da França, onde publicou em 1878 seu último trabalho, Fragments d’un Ouvrage Inédit: Notes Biographiques. Nísia morreu na cidade francesa de Ruão em 24 de abril de 1885, aos 74 anos, vitima de pneumonia. Foi enterrada em um cemitério público da cidade francesa de Bonsecours, na Normandia. Em agosto de 1954, quase setenta anos depois, seus despojos foram levados para sua cidade natal. Primeiramente depositados na igreja matriz e depois levados para um túmulo na fazenda Floresta, onde ela nasceu.
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):
07/09/2023 18:21 - Antônio Souza
Já amei e também fui amado
Pelos caminhos que eu andei
Sofri muito e fui desprezado
Mas não me arrependo se amei.
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07/09/2023 20:56 - Uma Mulher Um Poema
Na profunda vontade que me assedia,
Desejo mais uma vez estar ao seu lado,
Construo inúmeras e ardentes fantasias,
Para diminuir meu ímpeto nesse contato.
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09/09/2023 17:35 - Luamor
Sonho com teu terno olhar
Que não sai da minha cabeça
Nas madrugadas de imenso luar
Fico à espera que apareça
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10/09/2023 13:13 - lumah
Já amei em poesia, na distância
é um amor de almas e corpos
inebriados na êxtase da paixão
esqueci do mundo e na constância
fui feliz e vivi muita emoção
a té hoje revivo , está no coração
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Flutuando como barco sem rumo ao sabor do vento neste mar borrascoso que se chama mundo, a mulher foi até aqui conduzida segundo o egoísmo, o interesse pessoal, predominante nos homens de todas as nações.
SEU PERFIL BIOGRÁFICO:
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira natural de Papari (RN). Primeira na educação feminista no Brasil, com protagonismo nas letras, no jornalismo e nos movimentos sociais. Defensora de ideais abolicionistas, republicanos e principalmente feministas, posicionamentos inovadores na época, influenciou a prática educacional brasileira, rompendo limites do lugar social destinado à mulher. Capaz de estabelecer um diálogo entre ideias europeias e o contexto brasileiro no qual viveu, dedicou obras e ensinos sobre a condição feminina e foi considerada pioneira do feminismo no Brasil, além de denunciar injustiças contra escravos e indígenas brasileiros. No cenário de mulheres reclusas ao casamento e maternidade, diante de uma cultura de submissão, foi a primeira figura feminina a publicar textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Dionísia Pinto ainda dirigiu um colégio para meninas na cidade do Rio de Janeiro e escreveu diversas obras em defesa dos direitos das mulheres, índios e escravos, envolvendo-se plenamente com as questões culturais de seu tempo, através de sua militância sob diversas vertentes. Em seu livro Patronos e Acadêmicos, referente às personalidades da Academia Norte-Riograndense de Letras, Veríssimo de Melo começa o capítulo sobre Nísia da seguinte maneira: “Nísia Floresta Brasileira Augusta foi a mais notável mulher que a História do Rio Grande do Norte registra”. Dionísia Gonçalves Pinto nasceu no dia 12 de outubro de 1810, em uma fazenda no município de Papari, atual Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte. O grande pedaço de terra da família tinha nome de Floresta e estima-se que ocupa o que hoje são duas cidades. Filha do português Dionísio Gonçalves Pinto, que veio de Portugal para o Brasil no começo do século século XIX e trabalhava como advogado, e da brasileira Antônia Clara Freire, herdeira de umas das principais famílias da região. Dionísia tinha três irmãos: Clara, Joaquim e uma terceira irmã do casamento anterior de sua mãe viúva. Durante a infância e adolescência, passou por períodos de acentuada convulsão sociais, que contribuíram para sua formação. Por conta das diversas insurreições que assolavam a região Nordeste na época - durante a permanência da Família Real no país - a família Gonçalves Pinto estava constantemente de mudança, principalmente por causa da origem e profissão do pai. Como português, sofria com as perseguições antilusitanas dos movimentos revolucionários e, como advogado, assumia causas que, por vezes, iam contra os interesses de notáveis proprietários de terras e fazendeiros locais. Dentro do estado de Pernambuco, a família passou por Goiana, Recife e Olinda, o que permitiu que Dionísia tivesse contato com diversas culturas e realidades ao longo da vida. Em 1817, quando eclodiu a Revolução Pernambucana, o sentimento antilusitanista cresce ainda mais e a família é obrigada a se mudar da fazenda em Papari para Goiana. É nesse município, mais desenvolvido econômica e intelectualmente, onde Nísia Floresta inicia os estudos no convento das carmelitas. Além do estudo clássico manual e de canto, a influência do pai determina um primeiro contato de Dionísia Pinto com a cultura europeia e com o liberalismo, incentivado pela figura paterna a investigar livros da biblioteca do convento. Seguindo a tradição da época, pela quais meninas entre doze e catorze anos já estariam prontas para o matrimônio, Nísia Floresta é forçada a se casar, em 1823, com treze anos de idade. A união se dá com Manuel Alexandre Seabra de Melo, proprietário de terras, mas dura poucos meses. Rompendo com o marido, Nísia retorna para a casa de seus pais que a recebem de volta, embora seja socialmente julgada devido à atitude considerada transgressora na época. Ainda fugindo dos movimentos separatistas, a família mudou-se para Olinda, onde o pai acabou atuando em uma causa contra a elite local - a poderosa família Cavalcanti - e acabou, por conta desse antagonismo, assassinado em 1828. Nísia Floresta, que na época tinha dezessete anos de idade, descreve esse episódio da morte do pai em uma emboscada nos arredores de Recife: "Esse advogado, que fizera triunfar o direito de seu pobre cliente, alvo da injustiça atroz de tal tirano, caiu de improviso sob os golpes de assassinos pagos por ele." No mesmo ano em que seu pai morreu, Nísia inicia um namoro com Manuel Augusto de Faria Rocha, acadêmico da Faculdade de Direito de Olinda. Ainda que acusada de adultério pelo marido de quem havia se separado, sofrendo ameaças do inconformado com o abandono, isso não impediu que Nísia Floresta tivesse sua primeira filha com Manuel Rocha, Lívia Augusta de Faria Rocha, nascida em janeiro de 1830. No ano seguinte, nasce seu segundo filho, que acaba morrendo precocemente pouco tempo depois. O ano de 1831 é marcante pelas primeiras publicações escritas de Dionísia. Ela publica em um jornal pernambucano, chamado Espelho das Brasileiras, uma série de artigos sobre a condição feminina, sendo uma das mulheres pioneiras na contribuição para jornais da época. Em 1832, faz a publicação de seu primeiro livro: Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens e assina pela primeira vez com o pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. A escolha se deu porque Floresta era o nome da fazenda onde nasceu, Brasileira pelo orgulho de seu país e Augusta como uma homenagem e recordação de seu segundo companheiro e grande amor. Por muito tempo considerou-se que a obra fosse uma adaptação livre de A Vindication of the Rights of Woman, de Mary Wollstonecraft, pois a própria Nísia havia dito que nela se inspirara, mas estudos de Pallares-Burke (1995) e Oliveira & Martins (2012) demonstraram que Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens é na verdade uma tradução integral de La femme n'est pas inferieure a l'homme, publicado em 1750, por sua vez uma tradução de Woman Not Inferior to Men, de uma escritora que só assina como Sophia. A identidade desta Sophia tem sido debatida, surgindo várias proposições: lady Mary Wortley Pierremont, lady Sophia Fermor, Philippe-Florent de Puisieux ou Madeleine d'Ansant de Puisieux. O título da tradução de Nísia publicado, primeiramente, na cidade de Recife em 1832 foi, segundo o autor Laurence Hallewell em sua obra O Livro no Brasil: sua historia, talvez "a mais interessante publicação do Recife desse período". No ano seguinte, em Porto Alegre, foi publicada pela Typographia de V. F. Andrade; e, no Rio de Janeiro, em 1839, pela Casa do Livro Azul. Sua edição, mesmo que haja a polêmica se foi ou não uma tradução de A Vindication of the Rights of Woman, fez associar paulatino o nome de Wollstonecraft ao ideário feminista, ainda tão incipiente no Brasil. A onda precursora feminista brasileira vem, tal como o primeiro livro de Nísia Floresta, inspirada por movimentos externos ao país. Nesse contexto, a autora tem papel relevante por sua capacidade de traduzir não apenas linguisticamente, mas também culturalmente a obra estrangeira, tornando possível a apropriação do discurso não para produzir réplicas, mas para construir adaptações à realidade nacional. Ao assinar a publicação do livro, já com seu pseudônimo, a autora ganha o título incontestável de pioneira no movimento feminista brasileiro, denunciando o estado de inferioridade no qual viviam as mulheres de sua época e procurando romper com os preconceitos que as cercavam. Além do primeiro livro, sua colaboração em jornais, a partir de 1830, em Recife, também se fez notável através de seus contos, poesias, novelas e ensaios, posteriormente publicados em periódicos no Rio de Janeiro. Publicado em 1841, seu segundo livro, Conselhos à Minha Filha, foi um presente de aniversário para Lívia, que completava doze anos. A partir de 1847, suas obras passam a contemplar mais a educação, nunca abandonando a bandeira da igualdade de gênero. Estão entre as publicações desse ano: Daciz ou A Jovem Completa, Fany ou O Modelo das Donzelas e Discurso Que às Suas Educandas Dirigiu Nísia Floresta Brasileira Augusta. Posteriormente, durante sua estada na Europa, Nísia ainda publicaria diversos relatos de suas viagens, suas obras, no entanto, se tornaram de difícil localização para os estudiosos. Seja porque se perderam ou porque, quando assinava, muitas vezes o fazia por pseudônimos. Artigos da autora assinados com a "Quotidiana Fidedigna", por exemplo, foram encontrados nos jornais O Recompilador Federal e O Campeão da Legalidade. De maio a junho de 1851, o jornal carioca O Liberal publicou uma série de artigos de Nísia, intitulados A Emancipação da Mulher, onde ela retomava a relevância da educação voltada às mulheres. Em suas três obras de 1847, cujo caráter era mais pedagógico, Nísia Floresta dedica-se a criticar o sistema vigente que considerava as ciências inúteis às mulheres, sob a justificativa de que os estudos corromperiam as figuras femininas. Ainda em seu livro Opúsculo Humanitário, de 1853, a educadora trata do fracasso geral do padrão de ensino e denuncia, sem expor nomes, escolas da Corte regidas por estrangeiros que seriam, para ela, despreparados para exercer a função de orientadores ou lecionadores no âmbito educacional. Nísia deixa a direção do Colégio Augusto, em 1849, quando partiu para a Europa por recomendação médica, para tratar da saúde de sua única filha, que havia sofrido um grave acidente, ao cair de um cavalo. A escritora retornaria ao Brasil no ano de 1852, dedicando-se à produção de artigos para jornais, de onde sairia a compilação que posteriormente iria dar origem ao Opúsculo Humanitário, entre publicações de outras obras em território brasileiro como: Dedicação de Uma Amiga e Páginas de Uma Vida Obscura. Durante uma pandemia de cólera que atingiu o Rio de Janeiro em 1855, atuou como enfermeira voluntária e no ano seguinte partiu novamente para a Europa. Nesse mesmo ano de 1856, o Colégio Augusto encerra suas atividades após dezessete anos de funcionamento. Permanece na Europa de 1856 até 1872, período durante o qual viajou por diversas cidades da Itália e da Grécia, publicando obras em francês e escrevendo seus relatos de viagens. Foi nesse período que a autora teve contato com o positivismo comtiano pela primeira vez, durante um curso de História Geral da Humanidade, lecionado pelo próprio Augusto Comte no Palais Cardinal, em Paris. Mais do que uma aluna, Nísia tornou-se uma grande amiga para o filósofo francês. Seu primeiro contato com o mestre de Montpellier deu-se em 1851, em Paris, quando a brasileira ouviu uma das conferências do curso História Geral da Humanidade realizada por Comte no Palais Cardinal. Posteriormente, Nísia ofereceu a Comte um exemplar de seu livro Opúsculo Humanitário. Sobre a obra, que consistia de uma coletânea de 62 artigos sobre educação feminina, Comte escreveria ao também filósofo positivista francês Pierre Laffitte em 30 de setembro de 1856, ressaltando a obra de Nísia. Entre 1870 e 1871, mudou-se de Paris por conta do Cerco de Paris (1870–71), bem como a Comuna de Paris, vivendo temporariamente em cidades da Suíça e da Espanha, antes de regressar ao Brasil em 1872, em plena campanha abolicionista liderada por Joaquim Nabuco, mas pouco se sabe sobre sua vida nesse período. Retornou à Europa em 1875, tendo morado em Londres, Berlim, Lisboa e Paris. Estabeleceu residência definitiva no interior da França, onde publicou em 1878 seu último trabalho, Fragments d’un Ouvrage Inédit: Notes Biographiques. Nísia morreu na cidade francesa de Ruão em 24 de abril de 1885, aos 74 anos, vitima de pneumonia. Foi enterrada em um cemitério público da cidade francesa de Bonsecours, na Normandia. Em agosto de 1954, quase setenta anos depois, seus despojos foram levados para sua cidade natal. Primeiramente depositados na igreja matriz e depois levados para um túmulo na fazenda Floresta, onde ela nasceu.
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):
07/09/2023 18:21 - Antônio Souza
Já amei e também fui amado
Pelos caminhos que eu andei
Sofri muito e fui desprezado
Mas não me arrependo se amei.
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07/09/2023 20:56 - Uma Mulher Um Poema
Na profunda vontade que me assedia,
Desejo mais uma vez estar ao seu lado,
Construo inúmeras e ardentes fantasias,
Para diminuir meu ímpeto nesse contato.
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09/09/2023 17:35 - Luamor
Sonho com teu terno olhar
Que não sai da minha cabeça
Nas madrugadas de imenso luar
Fico à espera que apareça
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10/09/2023 13:13 - lumah
Já amei em poesia, na distância
é um amor de almas e corpos
inebriados na êxtase da paixão
esqueci do mundo e na constância
fui feliz e vivi muita emoção
a té hoje revivo , está no coração
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