VIDA APÓS A MORTE
Ai a vida concreta e complicada
Ai os percalços que encontro aos montes
Ai quanto ando e não encontro nada
Ai que não enxergo nenhum horizonte
Ai que são escolhas demais
Ai que cada três uma é certa
Ai que não tenho como voltar atrás
Ai que a porta já não está aberta
Ai que sofro mas não aprendo
Ai que me calo diante de mim
Ai que faço mesmo não querendo
Ai que não queria ser fraco assim
Ai que engulo meus sentimentos
Ai que me sufoco em minha mudez
Ai que sou o vilão dos meus tormentos
Ai que a dor é a bola da vez
Ai que devo desvendar meus segredos
Ai que perdi minha caixa preta
Ai que não entendo meus medos
Ai que me vejo em silhueta
Ai que se aproxima o fim da linha
Ai que a passagem foi só de ida
Ai que acordar é escolha só minha
Ai que dúvida se quero outra vida
Aí que a morte se aproxima
Aí que desse mundo obscuro acordarei
Aí que darei a volta por cima
Aí que, enfim, viverei