Paquerinha

Num dia daqueles quaisquer,

Sem ao menos eu querer,

Olha só o meu bel-prazer,

Encontrei meu bem-querer.

Surgiu assim, tão de repente,

Cruzando minha calçada,

Olhou-me meio encabulada,

Chamei-lhe discretamente.

Não sabia o que lhe dizer,

Mas fitava-a em Primavera,

Seu jeito meigo de donzela,

Pôs-se ali a me envolver.

Suas mãos logo as toquei,

Veja que coisa engraçada!

Ela ficou desnorteada,

E um beijo seu eu roubei.

Na dança do pescoço torto,

Do sabor lingual excitante,

Éramos um, naquele instante,

Sentindo tudo pegando fogo.

Depois do silêncio, empatia,

No olhar tênue de mulher,

Mais abraços, beijos, cafuné,

Quão lindo foi aquele dia!

Nada acontece por acaso,

No meu caso se fez sentido,

Fiquei totalmente perdido,

Enfim, virei seu namorado.

* Dedico a minha eterna namorada, porque foi mais ou menos assim que tudo começou, há longevos anos.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 12/02/2023
Reeditado em 12/02/2023
Código do texto: T7717924
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