ESTRANHO
Sou muito estranho, eu te avisei,
Me envolvo, absorvo poesia,
Hoje estou aqui, amanhã não sei,
Depende do que ela me propicia.
- - - - - - - - - -
ESTRANHO NO ESPELHO
O real virou sonho, de mim, posto fora,
Como se um mundo por Deus, dividido,
Isolasse-me de si, por não ter percebido,
Que a vida negada, suas causas, ignora...
Do amor que não dei, parte fora de uso,
Que juro não ser eu, vem o ser solitário...
Com sua visão turva, reduz a calvários,
Milagres da vida, que lhe soa confusos...
Desconfia dos outros e até de si mesmo,
E não raras vezes, perde sua identidade...
Faltam-lhes motivos pra fazer amizades...
Somos seres distintos, vagando a esmo,
Separados da razão, no fim da validade,
Negando-nos à luz que vem nesta idade...
(Reedição