ESTRANHO

 

Sou muito estranho, eu te avisei,

Me envolvo, absorvo poesia,

Hoje estou aqui, amanhã não sei,

Depende do que ela me propicia.

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Jacó Filho

ESTRANHO NO ESPELHO

 

O real virou sonho, de mim, posto fora,

Como se um mundo por Deus, dividido,

Isolasse-me de si, por não ter percebido,

Que a vida negada, suas causas, ignora...

 

Do amor que não dei, parte fora de uso,

Que juro não ser eu, vem o ser solitário...

Com sua visão turva, reduz a calvários,

Milagres da vida, que lhe soa confusos...

 

Desconfia dos outros e até de si mesmo,

E não raras vezes, perde sua identidade...

Faltam-lhes motivos pra fazer amizades...

 

Somos seres distintos, vagando a esmo, 

Separados da razão, no fim da validade,

Negando-nos à luz que vem nesta idade...

 

(Reedição