PARDO
A minh’alma é parda…
Igual a este rio que me guarda…
Em seu leito e me leva e me livra
Do temor de não viver livre.
Liberdade nunca é tarde
Sonha o meu coração,
Navegante deste rio.
Hoje há aqui libertação!
O meu corpo é pardo…
Igual a este rio em que me guardo.
O meu sangue se mistura em suas águas
E a foz se faz em minh'alma.
Liberdade nunca é tarde
Sonha o meu coração
Nas correntes deste rio.
Hoje há enfim: libertação!