N.A.: As "QUADRAS PERFILADAS" serão publicadas
paulatinamente sem o compromisso de datas fixadas e
seguirão o mesmo entendimento das "TROVAS DO DIA",
meu projeto literário encerrado em 10/10/2020. Maiores
detalhes na quadra “ÊXTASES”, publicada em 18/06/2021.
==============================================
QUADRA PERFILADA (CV)
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
HOMENAGEADA:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
UM DE SEUS PENSAMENTOS:
“Sonhe, tenha pesadelos se necessário for, mas sonhe.”
SEU PERFIL BIOGRÁFICO:
Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu, foi uma escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e militante comunista da política brasileira, natural de São João da Boavista, São Paulo. Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna, tendo na época apenas doze anos de idade. Militante comunista, foi presa por motivações políticas. Pagu foi a terceira de quatro irmãos de uma família de classe alta do Interior de São Paulo. Era filha de Thiers Galvão de França, advogado e jornalista de ascendência portuguesa, e de Adélia Rehder, dona de casa de ascendência alemã e portuguesa. Seus irmãos chamavam-se Conceição, Homero e Sidéria. Os avós paternos eram Joaquim Galvão Freire de França e Guilhermina Galvão, e os maternos, Germano Rehder Sobrinho e Ordália Aguiar Rehder. Bem antes de se tornar Pagu, apelido que lhe foi dado pelo poeta Raul Bopp, Zazá, como era conhecida em família, já era uma mulher avançada para os padrões da época, com seu comportamento considerado extravagante e defendendo as causas feministas. Fumava e bebia em público, usava roupas colantes e transparentes, usava cabelos curtos, manteve diversos relacionamentos amorosos, e costumava falar palavrões. Seu comportamento rebelde e à frente do seu tempo não era compatível com sua origem familiar, conservadora e tradicional. Em 1925, com quinze anos, mudou-se com a família para a capital paulista, onde conseguiu o primeiro emprego, como redatora, passando a escrever críticas contra o governo e contra as injustiças sociais, em uma coluna de notícias do Brás Jornal, assinando com o pseudônimo de Patsy. Embora tenha se tornado a musa dos modernistas, Pagu não participou da Semana de Arte Moderna. Tinha apenas doze anos em 1922, quando a Semana se realizou. Entretanto, aos dezoito anos, pouco depois de completar o curso na Escola Normal da capital paulista, integra-se ao movimento antropofágico, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O apelido Pagu surgiu de um erro do poeta modernista Raul Bopp, ao dedicar a ela, em 1928, o poema "Coco de Pagu": Bopp inventara o apelido, imaginando que seu nome fosse "Patrícia Goulart" e pretendendo fazer uma brincadeira com as primeiras sílabas do nome. Pagu, que já havia se relacionado com homens famosos e anônimos, solteiros e casados, iniciou um novo romance secreto, desta vez com Oswald de Andrade, em 1928, enquanto ele ainda era casado com Tarsila do Amaral. Em 1929 a separação de Oswald para ficar com Pagu causou grande escândalo social. No dia 1º de abril de 1930 causou grande repercussão, quando "casou-se" com Oswald de Andrade, em uma cerimônia pouco convencional: o acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da Consolação, em São Paulo. O fato apareceu em diversos noticiários. Ambos casaram-se oficialmente no civil e na igreja apenas no mês seguinte, com Pagu já grávida de seis meses, o que foi um escândalo. Em 25 de setembro de 1930 nasceu o filho do casal, Rudá de Andrade. O casal tornou-se militante do Partido Comunista Brasileiro, fundando juntos o jornal O Homem do Povo, que durou até 1945, quando Oswald rompeu com o partido comunista. Em junho de 1934 desquitaram-se, devido as constantes traições de Oswald, e Pagu saiu de casa com o filho para morar sozinha, outro grande escândalo social para a época. Em 1931, Pagu ingressou no Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB). Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos, no mesmo ano, foi presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Foi a primeira de uma série de 23 prisões ao longo da vida. Depois de alguns anos de militância, em 1933, partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido e o filho. No mesmo ano publicou o romance Parque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo. Em 1935, foi presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, sendo repatriada para o Brasil. Retomou sua atividade jornalística, criticando a ditadura militar. Sua nova identidade falsa foi descoberta, e Pagu foi novamente presa e torturada pelas forças da ditadura de Getúlio Vargas. Desta vez acabou ficando na cadeia por cinco anos, o que a levou a um intenso desespero, ampliando ainda mais sua capacidade artística e criativa. Nesse período, seu filho foi criado por Oswald. Ele levava o menino para visitar a mãe em alguns finais de semana. Ao sair da prisão, em 1940, rompeu com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. Integrou a redação do periódico Vanguarda Socialista junto com seu marido Geraldo Ferraz, o crítico de arte Mário Pedrosa, Hilcar Leite e Edmundo Moniz. No mesmo ano iniciou um relacionamento com Geraldo Ferraz e no ano seguinte foram morar juntos. Desta união, que durou até o fim de sua vida, nasceu seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 18 de junho de 1941. Pagu voltou a criar seu filho mais velho, e passou a morar com seus dois filhos e o marido na capital paulista. Nessa mesma época viajou à China para lançar seus novos trabalhos artísticos. Em 1945, lançou um novo romance, A Famosa Revista, escrito em parceria com o marido, Geraldo Ferraz. Tentou, sem sucesso, uma vaga de deputada estadual nas eleições de 1950. Em 1952 frequentou a Escola de Arte Dramática de São Paulo, levando seus espetáculos teatrais a Santos. Ligada ao teatro de vanguarda, apresentou sua tradução de A Cantora Careca de Eugène Ionesco. Traduziu e dirigiu Fando e Liz de Fernando Arrabal, numa montagem amadora na qual estreava o jovem ator Plínio Marcos. Também traduziu poemas de Guillaume Apollinaire. Conhecida como grande animadora cultural em Santos, lá passou a residir com o marido e os filhos, no ano de 1953. Conviveu e incentivou jovens talentos santistas que apenas começavam suas carreiras, como o ator e dramaturgo Plínio Marcos e o compositor Gilberto Mendes. Dedicou-se em especial ao teatro, particularmente no incentivo a grupos amadores. Ainda trabalhava como crítica de arte quando foi acometida por um câncer de pulmão em 1960. Viajou a Paris para se submeter a uma cirurgia, sem resultados positivos. Ela passou a morar na capital francesa com seu marido, para continuar realizando tratamento quimioterápico, e mensalmente recebia a visita dos filhos. Decepcionada e desesperada por estar doente, sem poder trabalhar com arte, seu maior prazer, e necessitando ficar sempre acamada, Patrícia desenvolveu uma profunda depressão, e tentou o suicídio, tentando dar um tiro na própria cabeça, sendo impedida pelo marido, ferindo-se apenas de raspão. Sobre o episódio, escreveu no panfleto "Verdade e Liberdade": "Uma bala ficou para trás, entre gazes e lembranças estraçalhadas". Após dois anos de tratamento, foi desenganada pelos médicos e voltou ao Brasil, morrendo em Santos um mês depois, em 12 de dezembro de 1962, aos 52 anos.
----------------------------------------------------------
==================================
Abraços
==================================
Interações (meus agradecimentos):
19/03/2022 11:19 - Sandra Laurita
Os sentimentos não esquecidos
Lembranças dolorosas de você
Nossos sonhos adormecidos
Vivem soltos e a mercê
-----------------------------------
19/03/2022 17:43 - Cleir
Quando penso em você
Dói demais o coração
Deixo versos pra quem lê
Não sofrer a provação
-----------------------------------
19/03/2022 18:21 - Uma Mulher Um Poema
Meu coração se emociona
quando recebe um agrado,
gosta de sua presença,
bate descompassado.
-----------------------------------
21/03/2022 18:54 - Mara Cardozo
Meu coração bate acelerado
No peito galopando
Procurando alcançar
As ondas do teu mar.
-----------------------------------
paulatinamente sem o compromisso de datas fixadas e
seguirão o mesmo entendimento das "TROVAS DO DIA",
meu projeto literário encerrado em 10/10/2020. Maiores
detalhes na quadra “ÊXTASES”, publicada em 18/06/2021.
==============================================
QUADRA PERFILADA (CV)
"RESQUÍCIOS”
Meu coração gira como roda,
Quando eu me lembro de ti,
Seu batimento me incomoda,
Ao rememorar o que senti.
=======================
Quando eu me lembro de ti,
Seu batimento me incomoda,
Ao rememorar o que senti.
=======================
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
HOMENAGEADA:
PATRÍCIA GALVÃO (1910/1962)
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
UM DE SEUS PENSAMENTOS:
“Sonhe, tenha pesadelos se necessário for, mas sonhe.”
SEU PERFIL BIOGRÁFICO:
Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu, foi uma escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista e militante comunista da política brasileira, natural de São João da Boavista, São Paulo. Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna, tendo na época apenas doze anos de idade. Militante comunista, foi presa por motivações políticas. Pagu foi a terceira de quatro irmãos de uma família de classe alta do Interior de São Paulo. Era filha de Thiers Galvão de França, advogado e jornalista de ascendência portuguesa, e de Adélia Rehder, dona de casa de ascendência alemã e portuguesa. Seus irmãos chamavam-se Conceição, Homero e Sidéria. Os avós paternos eram Joaquim Galvão Freire de França e Guilhermina Galvão, e os maternos, Germano Rehder Sobrinho e Ordália Aguiar Rehder. Bem antes de se tornar Pagu, apelido que lhe foi dado pelo poeta Raul Bopp, Zazá, como era conhecida em família, já era uma mulher avançada para os padrões da época, com seu comportamento considerado extravagante e defendendo as causas feministas. Fumava e bebia em público, usava roupas colantes e transparentes, usava cabelos curtos, manteve diversos relacionamentos amorosos, e costumava falar palavrões. Seu comportamento rebelde e à frente do seu tempo não era compatível com sua origem familiar, conservadora e tradicional. Em 1925, com quinze anos, mudou-se com a família para a capital paulista, onde conseguiu o primeiro emprego, como redatora, passando a escrever críticas contra o governo e contra as injustiças sociais, em uma coluna de notícias do Brás Jornal, assinando com o pseudônimo de Patsy. Embora tenha se tornado a musa dos modernistas, Pagu não participou da Semana de Arte Moderna. Tinha apenas doze anos em 1922, quando a Semana se realizou. Entretanto, aos dezoito anos, pouco depois de completar o curso na Escola Normal da capital paulista, integra-se ao movimento antropofágico, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O apelido Pagu surgiu de um erro do poeta modernista Raul Bopp, ao dedicar a ela, em 1928, o poema "Coco de Pagu": Bopp inventara o apelido, imaginando que seu nome fosse "Patrícia Goulart" e pretendendo fazer uma brincadeira com as primeiras sílabas do nome. Pagu, que já havia se relacionado com homens famosos e anônimos, solteiros e casados, iniciou um novo romance secreto, desta vez com Oswald de Andrade, em 1928, enquanto ele ainda era casado com Tarsila do Amaral. Em 1929 a separação de Oswald para ficar com Pagu causou grande escândalo social. No dia 1º de abril de 1930 causou grande repercussão, quando "casou-se" com Oswald de Andrade, em uma cerimônia pouco convencional: o acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da Consolação, em São Paulo. O fato apareceu em diversos noticiários. Ambos casaram-se oficialmente no civil e na igreja apenas no mês seguinte, com Pagu já grávida de seis meses, o que foi um escândalo. Em 25 de setembro de 1930 nasceu o filho do casal, Rudá de Andrade. O casal tornou-se militante do Partido Comunista Brasileiro, fundando juntos o jornal O Homem do Povo, que durou até 1945, quando Oswald rompeu com o partido comunista. Em junho de 1934 desquitaram-se, devido as constantes traições de Oswald, e Pagu saiu de casa com o filho para morar sozinha, outro grande escândalo social para a época. Em 1931, Pagu ingressou no Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB). Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos, no mesmo ano, foi presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Foi a primeira de uma série de 23 prisões ao longo da vida. Depois de alguns anos de militância, em 1933, partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido e o filho. No mesmo ano publicou o romance Parque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo. Em 1935, foi presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, sendo repatriada para o Brasil. Retomou sua atividade jornalística, criticando a ditadura militar. Sua nova identidade falsa foi descoberta, e Pagu foi novamente presa e torturada pelas forças da ditadura de Getúlio Vargas. Desta vez acabou ficando na cadeia por cinco anos, o que a levou a um intenso desespero, ampliando ainda mais sua capacidade artística e criativa. Nesse período, seu filho foi criado por Oswald. Ele levava o menino para visitar a mãe em alguns finais de semana. Ao sair da prisão, em 1940, rompeu com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. Integrou a redação do periódico Vanguarda Socialista junto com seu marido Geraldo Ferraz, o crítico de arte Mário Pedrosa, Hilcar Leite e Edmundo Moniz. No mesmo ano iniciou um relacionamento com Geraldo Ferraz e no ano seguinte foram morar juntos. Desta união, que durou até o fim de sua vida, nasceu seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 18 de junho de 1941. Pagu voltou a criar seu filho mais velho, e passou a morar com seus dois filhos e o marido na capital paulista. Nessa mesma época viajou à China para lançar seus novos trabalhos artísticos. Em 1945, lançou um novo romance, A Famosa Revista, escrito em parceria com o marido, Geraldo Ferraz. Tentou, sem sucesso, uma vaga de deputada estadual nas eleições de 1950. Em 1952 frequentou a Escola de Arte Dramática de São Paulo, levando seus espetáculos teatrais a Santos. Ligada ao teatro de vanguarda, apresentou sua tradução de A Cantora Careca de Eugène Ionesco. Traduziu e dirigiu Fando e Liz de Fernando Arrabal, numa montagem amadora na qual estreava o jovem ator Plínio Marcos. Também traduziu poemas de Guillaume Apollinaire. Conhecida como grande animadora cultural em Santos, lá passou a residir com o marido e os filhos, no ano de 1953. Conviveu e incentivou jovens talentos santistas que apenas começavam suas carreiras, como o ator e dramaturgo Plínio Marcos e o compositor Gilberto Mendes. Dedicou-se em especial ao teatro, particularmente no incentivo a grupos amadores. Ainda trabalhava como crítica de arte quando foi acometida por um câncer de pulmão em 1960. Viajou a Paris para se submeter a uma cirurgia, sem resultados positivos. Ela passou a morar na capital francesa com seu marido, para continuar realizando tratamento quimioterápico, e mensalmente recebia a visita dos filhos. Decepcionada e desesperada por estar doente, sem poder trabalhar com arte, seu maior prazer, e necessitando ficar sempre acamada, Patrícia desenvolveu uma profunda depressão, e tentou o suicídio, tentando dar um tiro na própria cabeça, sendo impedida pelo marido, ferindo-se apenas de raspão. Sobre o episódio, escreveu no panfleto "Verdade e Liberdade": "Uma bala ficou para trás, entre gazes e lembranças estraçalhadas". Após dois anos de tratamento, foi desenganada pelos médicos e voltou ao Brasil, morrendo em Santos um mês depois, em 12 de dezembro de 1962, aos 52 anos.
----------------------------------------------------------
==================================
Abraços
==================================
Interações (meus agradecimentos):
19/03/2022 11:19 - Sandra Laurita
Os sentimentos não esquecidos
Lembranças dolorosas de você
Nossos sonhos adormecidos
Vivem soltos e a mercê
-----------------------------------
19/03/2022 17:43 - Cleir
Quando penso em você
Dói demais o coração
Deixo versos pra quem lê
Não sofrer a provação
-----------------------------------
19/03/2022 18:21 - Uma Mulher Um Poema
Meu coração se emociona
quando recebe um agrado,
gosta de sua presença,
bate descompassado.
-----------------------------------
21/03/2022 18:54 - Mara Cardozo
Meu coração bate acelerado
No peito galopando
Procurando alcançar
As ondas do teu mar.
-----------------------------------