O MAIOR DOS PECADOS?
Amo-te tanto, amor dos meus temporais.
No brio da razão e no desatino dos loucos
Amo-te até transbordar e não caber mais
E ainda assim, te amo aos goles, aos poucos...
É um quebrar de todo o meu comedimento
De tudo que jurei fazer, e não fazer um dia.
Aos santos, aos seus céus, nos juramentos.
Que professei sobre o altar e na sacristia.
Fazes com que eu transgrida todas as leis
Não as de Deus, Este sabe dos meus afetos.
Que não julga aos amantes imputáveis
Mas as do mundo_ “Os dos caminhos retos”
Porque amar-te tanto é pecado, meu bem...
Quando a pele queima, e o desejo inflama.
Do toque, da carícia, do beijo se faz refém.
Exultante serva goza o prazer de quem ama.
E se esta transgressão levar-me-á ao inferno
O que fazer, senão amar-te ainda outra feita?
Perder-me-ei em ti, se meu corpo não governo...
Resta-me o Ades, um poema e a rima perfeita!