QUESTÃO ÉTICA DO BEM E DO MAL
São tão lindos os seus olhos fartos,
tão sutis como ventos nas folhas,
que não deixam notar simples fatos,
do que são suas sérias escolhas.
Belos são todos os justos brados,
bravos são, não de brisas sensíveis,
a lançar em bafejos aos prados,
pó dos sopros de ventos horríveis.
Feios são os seus dentes profanos,
a sugar mil belezas benditas,
vêm lançar os seus vultos insanos,
pelo escuro de sombras malditas.
E seguindo por solos pedrosos,
a romper, tanto pés quanto artelhos,
vai o bem com seus fins piedosos,
e o mal, haja vista os espelhos.